Raimundo Correia

Doutorado em Letras - Literatura e Língua Portuguesa (PUC-Rio, 2013)
Mestrado em Linguística, Letras e Artes (PUC-Rio, 2008)
Graduação em Jornalismo (PUC-Rio, 2001)

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Raimundo da Motta Azevedo Correia nasceu em uma embarcação na baía de Mogucha, próxima a São Luís, Maranhão, em 13 de maio de 1859, filho do Desembargador José Mota de Azevedo Correia e de Maria Clara Vieira da Silva.

Estuda Humanidades no Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, e Direito, em São Paulo, onde foi colega de Afonso Celso e Raul Pompeia. Nesse período, simpatiza com a causa liberal, tornando-se admirador da causa abolicionista e das ideias socialistas de Antero de Quental.

Raimundo Correia.

Raimundo Correia.

Findo o curso, retorna ao Rio de Janeiro, onde é nomeado promotor de justiça de São João da Barra e, posteriormente, juiz municipal e de órfãos e ausentes em Vassouras. No mesmo ano, 1884, contrai matrimônio com Mariana Sodré.

Cinco anos depois, é nomeado secretário da presidência da província do Rio de Janeiro. Depois de proclamada a República, passa a trabalhar como juiz de direito em São Gonçalo de Sapucaí (MG). Logo depois, é nomeado diretor da Secretaria de Finanças de Ouro Preto (MG), onde também leciona Direito.

Em escala federal, a partir de 1897, serve ao governo de Prudente de Morais, como segundo secretário da Legação do Brasil em Lisboa, Portugal. Dois anos depois, findo o cargo, retoma a atividade de juiz, passando a residir no município de Niterói (RJ). Em 1900, muda-se para o Rio de Janeiro, onde atua como juiz de vara cível, cargo em que permaneceu até 1911.

Os escritos do autor remontam à época da Faculdade de Direito, onde colabora para a Revista de Ciências e Letras, direcionada em oposição aos ideais românticos.

Sua estreia literária data de 1879, com a seleção de poesias Primeiros Sonhos. Apesar da influência perceptível de poetas românticos como Gonçalves Dias e Castro Alves, seus versos já apontam para uma perspectiva de reformas, principalmente no que tange ao aspecto formal.

Em 1883, publica Sinfonias, prefaciado por Machado de Assis, no qual se encontra seu mais conhecido soneto, As pombas, que lhe rendeu o epíteto de “poeta das pombas”. Além dessa, destacam-se Mal Secreto, Anoitecer, A Cavalgada e Americana. Nesse volume, demonstra a adesão definitiva ao Parnasianismo, formando a trindade do movimento com Alberto de Oliveira e Olavo Bilac.

O autor é considerado pela fortuna crítica como o mais filósofo dos parnasianos, devido a incessante busca pela solução para os males da existência, sobre a qual tenta explicar a profusão de angústias e desesperos. Contudo, também se manifesta como amante da natureza, exaltando-a mediante estímulos sensoriais, o que se revela em poemas como Anoitecer.

Em 1911, Raimundo Correia viaja para a França em busca de tratamento médico para uma recém-manifestada neurastenia, vindo a falecer em Paris no dia 13 de setembro do mesmo ano e passando à posteridade como um dos mais ilustres representantes do Parnasianismo no Brasil.

Arquivado em: Biografias, Escritores
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