Ruth Rocha nasceu no dia 02 de Março de 1931, em São Paulo. Seus pais chamavam-se Álvaro e Esther, desde a tenra idade, ouvia as anedotas de família, que sua mãe lhe contava ao pé do ouvido. Quando um pouco maior, seu avô contava-lhe, de forma oralmente adaptada, as histórias escritas pelos irmãos Grimm e outros grandes escritores, porém foi com a leitura de Monteiro Lobato que sua visão literária se abriu totalmente.
Enquanto cursava a faculdade de Ciências Políticas e Sociais pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo, conheceu Eduardo Rocha, de quem aderiu o sobrenome ao casar-se. Tiveram uma filha, e lhe deram o nome de Mariana, que foi a grande inspiração para as primeiras obras da escritora.
Entre os anos de 1957 e 1972 trabalhou como orientadora do Colégio Rio Branco, começando também a escrever para a Revista Cláudia sobre assuntos educacionais.
Sua amiga Sônia Robato, que dirigia a Revista Recreio, desafiou Ruth a escrever uma história infantil, a qual foi inspirada nas inquietações de sua filha. Sônia a publicou na Revista. Anos depois a história foi publicada em livro.
“Minha filha não gostava dessas histórias convencionais de Gata Borralheira e Chapeuzinho Vermelho, e um dia me perguntou por que preto era pobre. Fiquei besta com aquele questionamento. E disse para mim mesma: ‘Vou ter que começar a falar de preconceito com ela’. Aí inventei essa coisa da borboleta, sendo cada uma de uma cor. Era como Romeu e Julieta”, contou a escritora durante a entrevista para o site Uai, 2014.
A autora, que não se sente bem em escrever para adultos, começou a trabalhar como editora no ano de 1973, e, posteriormente, como coordenadora de publicações infanto-juvenis da Editora Abril.
Publicou seu primeiro livro, “Palavras, Muitas Palavras”, em 1976. Este trazia diversas imagens e discurso coloquial, com a finalidade de mostrar às crianças que ler poderia ser extremamente divertido. Seu segundo livro, “Marcelo, Marmelo, Martelo”, foi traduzido para diversos idiomas, transformando-se em um best-seller.
Em 1988 escreveu, em parceria com Otávio Roth, a “Declaração Universal dos Direitos Humanos Para Crianças”, que foi lançado na sede da Organização das Nações Unidas em Nova York.
Com obras que proporcionam reflexão nas crianças, com assuntos também de cunho social, foi eleita para a Academia Paulista de Letras, e condecorada, em 1988, com a Comenda da Ordem do Ministério da Cultura. Além disso, recebeu diversos prêmios, dentre eles o da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, por oito vezes o Prêmio Jabuti e o da Associação Paulista dos Críticos de Arte.
Ruth Rocha tem mais de 50 anos de envolvimento literário, e publicou mais de duzentos títulos, suas obras já foram traduzidas para vinte e cinco idiomas. Além de suas atividades como escritora, dedica-se também à tradução de diversos livros infanto-juvenis, e auxilia na elaboração de livros didáticos. Diversas bibliotecas adotaram o seu nome, homenageando a autora no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.
Principais obras:
- 1976 - Palavras muitas palavras
- 1976 - Marcelo, marmelo, martelo
- 1978 - O reizinho mandão
- 1986 - Quem tem medo de monstro?
- 1989 - Uma história de rabos presos
- 2002 - Os diretos das crianças segundo Ruth Rocha
Referências bibliográficas
Ruth Rocha. Disponível em: <http://www.ruthrocha.com.br>
Uai. Disponível em: <https://www.uai.com.br/app/noticia/e-mais/2014/10/26/noticia-e-mais,160764/a-dona-da-historia.shtml >
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/escritores/ruth-rocha/