Abecásia (Apsny em abecásio) é uma das duas repúblicas separatistas da Geórgia, de reconhecimento internacional bastante limitado. Seu nome é a forma como os abecásios denominam seu território, e significa "Terra dos Apsianos". Originalmente, a Abecásia fazia parte do antigo reino Cólquida, embrião da moderna Geórgia. Mais tarde, a área constitui um reino próprio, chamado de Egrisi. Os gregos instalariam colônias no litoral por volta de 1000 a 550 a.C. Seguiram-se os romanos e bizantinos até que por volta de 780 surgiu um reino independente autodenominado Abecásia, que chegou a dominar a área da atual capital georgiana, Tbilisi. Segue-se uma fase de unificação sob uma monarquia georgiana, até o século XVI, quando surge o principado da Abecásia. Pouco depois os turcos otomanos ocupam o território e convertem a população ao islamismo. No século XIX crescem as disputas entre turcos otomanos e Rússia por terras naquela área, o que faz com que a Rússia absorva a Abecásia.
Com a presença russa, boa parte da população muçulmana migra para a atual Turquia e a região passa a receber população de áreas cristãs do Cáucaso. A Geórgia declara-se independente em 1918 e inclui a Abecásia como parte do novo estado. Pouco depois, a Rússia (prestes a se tornar União Soviética) retoma o controle sobre a Geórgia, transformando-a numa república soviética (a Abecásia ganha o mesmo status, mas é administrada em conjunto com a Geórgia). Um ano depois, a Geórgia passa a integrar a República Socialista Federativa Soviética Transcaucasiana, que é dissolvida em 1936, voltando a vigorar o arranjo anterior. A partir de 1957 até o fim da URSS, a Abecásia, ainda dentro da Geórgia, passa ao status de República soviética autônoma, ou seja, é reconhecida como uma etnia em separado, que é administrada por outra etnia maior, e com esta forma uma república soviética dentro da URSS. Às vésperas do colapso soviético, os abecásios temem pela perda de seu status de autonomia, e lutam para constituir uma república soviética em separado, enquanto a Geórgia prepara-se para a independência, incluindo a Abecásia em seu território. Logo após a separação da Geórgia, começam os conflitos na região, que passa a buscar sua própria emancipação.
Segue-se uma guerra civil em 1992 e as tropas georgianas sofrem vários revezes, sendo estabelecido um cessar-fogo em 1994. A partir daí, cerca de 83% do território permanece na mão dos separatistas enquanto que o restante é administrado pela República Autônoma da Abecásia, reconhecida pela Geórgia. Em 2008 a Rússia anunciou o reconhecimento da Abecásia e da Ossétia do Sul, mas os dois conflitos seguem sem solução. Com sua capital em Sukhumi e pouco reconhecimento internacional, os separatistas dependem quase que exclusivamente da Rússia para manter o movimento até os dias de hoje.
Além da Rússia, decidiram por reconhecer o novo estado Nicarágua, Venezuela, Nauru e Tuvalu. Além destes, outro estado de reconhecimento parcial considera a Abecásia um país emancipado, a Ossétia do Sul, a outra região separatista da Geórgia. Finalmente, mais outros dois estados sem reconhecimento internacional consideram a Abecásia independente, sendo um deles Nagorno-Karabakh, outra área separatista no Cáucaso, parte integrante da República do Azerbaijão, cuja população é de origem armênia e que se declara uma república independente; o segundo é a Transnístria, parte integrante do território da República da Moldávia, mas povoada em sua maioria por ucranianos e russos.
Bibliografia:
REPUBLIC OF ABKHAZIA (em inglês). Disponível em <http://www.
Regions and territories: Abkhazia(em inglês). Disponível em <http://news.bbc.co.uk/2/hi/
Abkhazia(em inglês). Disponível em <http://www.abkhazia.org/>. Acesso em: 16 abr. 2012.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/europa/abecasia/