Dismorfismo Eritrocitário

Por Mayara Cardoso
Categorias: Exames Médicos
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A presença de sangue na urina, a hematúria, é fato frequente no dia a dia de laboratórios clínicos, e, sempre um sinal de patologia. Dismorfismo eritrocitário consiste numa alteração morfológica das hemácias presentes na urina, que permite avaliar a origem da hematúria. O exame é pedido pelo médico quando o paciente relata escurecimento da urina, e em alguns casos, dor e/ou ardência ao urinar, entre outros sintomas. A análise é feita pelo sedimento urinário (corpo de fundo formado após a centrifugação da urina).

Para a realização do exame, o paciente deve colher a primeira urina da manhã e depois de um intervalo de mais de 4 horas sem urinar. É preciso higienizar as mãos e as genitálias antes da coleta e o frasco coletor tem que ser estéril e adquirido no próprio laboratório ou em farmácias. Colhe-se o jato médio da urina, ou seja, despreza-se o jato inicial. Para que o resultado da pesquisa seja fidedigno, todos os cuidados quanto à coleta devem ser tomados, além disso, o paciente não pode estar fazendo uso de nenhum medicamento. As mulheres devem evitar a coleta durante o período menstrual.

As hemácias encontradas na pesquisa de dismorfismo eritrocitário podem ser do tipo acantócitos, eritrócitos com espículas desproporcionais e heterogêneas, ou codócitos, também chamadas de célula em alvo, que apresentam o centro mais corado que os arredores. A presença dessas células é indício de hematúria glomerular, ou seja, lesão da membrana do glomérulo, unidade filtrante dos rins. Caso contrário, a hematúria é não glomerular, sendo, portanto, proveniente de outras regiões do trato urinário.

As hematúrias glomerulares podem estar relacionadas, principalmente, a cânceres em diversas partes do trato urinário (rins, bexiga, ureter, uretra, próstata), infecções do trato urinário, pielonefrite (infecção dos rins), traumas do trato urinário, prostatite (inflamação da próstata), cistite, urolitíase (perda do trato urinário), hipertrofia prostática (perda da próstata), anomalias renais de causas diabética, hipertensiva e imunológica e atividade física intensa. Em geral, só se considera hematúria glomerular quando mais de 80% das hemácias de uma urina são dismóficas (acantócitos ou codócitos), número que pode variar de clínico para clínico.

O diagnóstico da hematúria de origem glomerular, bem como o tratamento da patologia deve ser feito pelo nefrologista. Já nos casos de origem não glomerular, o tratamento varia de acordo com o local do sangramento, fazendo uso de medicamentos e podendo até ser necessário algum tipo de cirugia.

Referências
http://www.scielo.br/pdf/jbpml/v41n2/a05v41n2.pdf
https://www.saudedireta.com.br/docsupload/1308518369Urologia_cap4.pdf
https://web.archive.org/web/20140222102951/http://www.aa.med.br:80/biblioteca-conteudo.php?id=422
https://web.archive.org/web/20101203034725/http://www.sbu-sp.org.br:80/site/index.php/hematuria.74.html

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