Selecionamos as questões mais relevantes da prova de vestibular Enem 2017. Confira! * Obs.: a ordem e número das questões aqui não são iguais às da prova original.
Sou filho natural de uma negra, africana livre, da Costa da Mina (Nagô de Nação), de nome Luiza Mahin, pagã, que sempre recusou o batismo e a doutrina cristã. Minha mãe era baixa de estatura, magra, bonita, a cor era de um preto retinto e sem lustro, tinha os dentes alvíssimos como a neve, era muito altiva, geniosa, insofrida. Dava-se ao comércio — era quitandeira, muito laboriosa e, mais de uma vez, na Bahia, foi presa como suspeita de envolver-se em planos de insurreição de escravos, que não tiveram efeito. AZEVEDO, E. "Lá vai verso!": Luiz Gama e as primeiras trovas burlescas de Getulino. ln: CHALHOUB, S.; PEREIRA, L. A. M. A história contada: capítulos de história social da literatura no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998 (adaptado).
Nesse trecho de suas memórias, Luiz Gama ressalta a importância dos(as):
laços de solidariedade familiar.
estratégias de resistência cultural.
mecanismos de hierarquização tribal.
instrumentos de dominação religiosa.
limites da concessão de alforria.
Figura 1
Figura 2
SALGADO-LABOURIAU, M. L. História ecológica da Terra. São Paulo: Edgard Blucher, 1994 (adaptado).
Nas imagens constam informações sobre a formação de brisas em áreas litorâneas. Esse processo é resultado de:
uniformidade do gradiente de pressão atmosférica.
aquecimento diferencial da superfície.
quedas acentuadas de médias térmicas.
mudanças na umidade relativa do ar.
variações altimétricas acentuadas.
Durante o Estado Novo, os encarregados da propaganda procuraram aperfeiçoar-se na arte da empolgação e envolvimento das "multidões" através das mensagens políticas. Nesse tipo de discurso, o significado das palavras importa pouco, pois, como declarou Goebbels, "não falamos para dizer alguma coisa, mas para obter determinado efeito". CAPELATO, M. H. Propaganda política e controle dos meios de comunicação. ln: PANDOLFI, D. (Org.). Repensando o Estado Novo. Rio de Janeiro: FGV, 1999.
O controle sobre os meios de comunicação foi uma marca do Estado Novo, sendo fundamental à propaganda política, na medida em que visava:
conquistar o apoio popular na legitimação do novo governo.
ampliar o envolvimento das multidões nas decisões políticas.
aumentar a oferta de informações públicas para a sociedade civil.
estender a participação democrática dos meios de comunicação no Brasil.
alargar o entendimento da população sobre as intenções do novo governo.
TEXTO I
Sólon é o primeiro nome grego que nos vem à mente quando terra e dívida são mencionadas juntas. Logo depois de 600 a.C., ele foi designado "legislador" em Atenas, com poderes sem precedentes, porque a exigência de redistribuição de terras e o cancelamento das dívidas não podiam continuar bloqueados pela oligarquia dos proprietários de terra por meio da força ou de pequenas concessões. FINLEY, M. Economia e sociedade na Grécia antiga. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2013 (adaptado).
TEXTO II
A "Lei das Doze Tábuas" se tornou um dos textos fundamentais do direito romano, uma das principais heranças romanas que chegaram até nós. A publicação dessas leis, por volta de 450 a.C., foi importante, pois o conhecimento das "regras do jogo" da vida em sociedade é um instrumento favorável ao homem comum e potencialmente limitador da hegemonia e arbítrio dos poderosos. FUNARI, P. P. Grécia e Roma. São Paulo: Contexto, 2011 (adaptado).
O ponto de convergência entre as realidades sociopolíticas indicadas nos textos consiste na ideia de que a:
discussão de preceitos formais estabeleceu a democracia.
invenção de códigos jurídicos desarticulou as aristocracias.
formulação de regulamentos oficiais instituiu as sociedades.
definição de princípios morais encerrou os conflitos de interesses.
criação de normas coletivas diminuiu as desigualdades de tratamento.
Com a Lei de Terras de 1850, o acesso à terra só passou a ser possível por meio da compra com pagamento em dinheiro. Isso limitava, ou mesmo praticamente impedia, o acesso à terra para os trabalhadores escravos que conquistavam a liberdade. OLIVEIRA, A. U. Agricultura brasileira: transformações recentes. ln: ROSS, J. L. S. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2009.
O fato legal evidenciado no texto acentuou o processo de:
reforma agrária.
expansão mercantil.
concentração fundiária.
desruralização da elite.
mecanização da produção.
Estão aí, como se sabe, dois candidatos à presidência, os senhores Eduardo Gomes e Eurico Outra, e um terceiro, o senhor Getúlio Vargas, que deve ser candidato de algum grupo político oculto, mas é também o candidato popular. Porque há dois "queremos": o "queremos" dos que querem ver se continuam nas posições e o "queremos" popular... Afinal, o que é que o senhor Getúlio Vargas é? É fascista? É comunista? É ateu? É cristão? Quer sair? Quer ficar? O povo, entretanto, parece que gosta dele por isso mesmo, porque ele é "à moda da casa". A Democracia. 16 sei. 1945, apud GOMES, A. C.; D'ARAÜJO, M. C. Getulismo e trabalhismo. São Paulo: Álica, 1989.
O movimento político mencionado no texto caracterizou-se por:
reclamar a participação das agremiações partidárias.
apoiar a permanência da ditadura estadonovista.
demandar a confirmação dos direitos trabalhistas.
reivindicar a transição constitucional sob influência do governante.
resgatar a representatividade dos sindicatos sob controle social.
O instituto popular, de acordo com o exame da razão, fez da figura do alferes Xavier o principal dos inconfidentes, e colocou os seus parceiros a meia ração de glória. Merecem, decerto, a nossa estima aqueles outros; eram patriotas. Mas o que se ofereceu a carregar com os pecadores de Israel, o que chorou de alegria quando viu comutada a pena de morte dos seus companheiros, pena que só ia ser executada nele, o enforcado, o esquartejado, o decapitado, esse tem de receber o prêmio na proporção do martírio, e ganhar por todos, visto que pagou por todos. ASSIS, M. Gazeta de Notícias, n. 114, 24 abr. 1892.
No processo de transição para a República, a narrativa machadiana sobre a Inconfidência Mineira associa:
redenção cristã e cultura cívica.
veneração aos santos e radicalismo militar.
apologia aos protestantes e culto ufanista.
tradição messiânica e tendência regionalista.
representação eclesiástica e dogmatismo ideológico.
No período anterior ao golpe militar de 1964, os documentos episcopais indicavam para os bispos que o desenvolvimento econômico, e claramente o desenvolvimento capitalista, orientando-se no sentido da justa distribuição da riqueza, resolveria o problema da miséria rural e, consequentemente, suprimiria a possibilidade do proselitismo e da expansão comunista entre os camponeses. Foi nesse sentido que o golpe de Estado, de 31 de março de 1964, foi acolhido pela Igreja. MARTINS, J. S. A política do Brasil: lúmpen e místico. São Paulo: Contexto, 2011 (adaptado).
Em que pesem as divergências no interior do clero após a instalação da ditadura civil-militar, o posicionamento mencionado no texto fundamentou-se no entendimento da hierarquia católica de que o(a):
luta de classes é estimulada pelo livre mercado.
poder oligárquico é limitado pela ação do Exército.
doutrina cristã é beneficiada pelo atraso do interior.
espaço político é dominado pelo interesse empresarial.
manipulação ideológica é favorecida pela privação material.
O conceito de democracia, no pensamento de Habermas, é construído a partir de uma dimensão procedimental, calcada no discurso e na deliberação. A legitimidade democrática exige que o processo de tomada de decisões políticas ocorra a partir de uma ampla discussão pública, para somente então decidir. Assim, o caráter deliberativo corresponde a um processo coletivo de ponderação e análise, permeado pelo discurso, que antecede a decisão. VITALE, D. Jürgen Habermas, modernidade e democracia deliberativa. Cadernos do CRH (UFBA), v. 19, 2006 (adaptado).
O conceito de democracia proposto por Jürgen Habermas pode favorecer processos de inclusão social. De acordo com o texto, é uma condição para que isso aconteça o(a):
participação direta periódica do cidadão.
debate livre e racional entre cidadãos e Estado.
interlocução entre os poderes governamentais.
eleição de lideranças políticas com mandatos temporários.
controle do poder político por cidadãos mais esclarecidos.
Uma pessoa vê-se forçada pela necessidade a pedir dinheiro emprestado. Sabe muito bem que não poderá pagar, mas vê também que não lhe emprestarão nada se não prometer firmemente pagar em prazo determinado. Sente a tentação de fazer a promessa; mas tem ainda consciência bastante para perguntar a si mesma: não é proibido e contrário ao dever livrar-se de apuros desta maneira? Admitindo que se decida a fazê-lo, a sua máxima de ação seria: quando julgo estar em apuros de dinheiro, vou pedi-lo emprestado e prometo pagá-lo, embora saiba que tal nunca sucederá. KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Abril Cultural, 1980.
De acordo com a moral kantiana, a "falsa promessa de pagamento" representada no texto:
assegura que a ação seja aceita por todos a partir da livre discussão participativa.
garante que os efeitos das ações não destruam a possibilidade da vida futura na terra.
opõe-se ao princípio de que toda ação do homem possa valer como norma universal.
materializa-se no entendimento de que os fins da ação humana podem justificar os meios.
permite que a ação individual produza a mais ampla felicidade para as pessoas envolvidas.