Selecionamos as questões mais relevantes da prova de vestibular FUVEST 2018. Confira! * Obs.: a ordem e número das questões aqui não são iguais às da prova original.
A respeito dos espaços econômicos do açúcar e do ouro no Brasil colonial, é correto afirmar:
A pecuária no sertão nordestino surgiu em resposta às demandas de transporte da economia mineradora.
A produção açucareira estimulou a formação de uma rede urbana mais ampla do que a atividade aurífera.
O custo relativo do frete dos metais preciosos viabilizou a interiorização da colonização portuguesa.
A mão de obra escrava indígena foi mais empregada na exploração do ouro do que na produção de açúcar.
Ambas as atividades produziram efeitos similares sobre a formação de um mercado interno colonial.
Na edição de julho de 1818 do Correio Braziliense, o jornalista Hipólito José da Costa, residente em Londres, publicou a seguinte avaliação sobre os dilemas então enfrentados pelo Império português na América:
A presença de S.M. [Sua Majestade Imperial] no Brasil lhe dará ocasião para ter mais ou menos influência naqueles acontecimentos; a independência em que el-rei ali se acha das intrigas europeias o deixa em liberdade para decidir-se nas ocorrências, segundo melhor convier a seus interesses. Se volta para Lisboa, antes daquela crise se decidir, não poderá tomar parte nos arranjamentos que a nova ordem de coisas deve ocasionar na América.
Nesse excerto, o autor referia-se:
aos desdobramentos da Revolução Pernambucana do ano anterior, que ameaçara o domínio português sobre o centro-sul do Brasil.
às demandas da Revolução Constitucionalista do Porto, exigindo a volta imediata do monarca a Portugal.
à posição de independência de D. João VI em relação às pressões da Santa Aliança para que interviesse nas guerras do rio da Prata.
às implicações que os movimentos de independência na América espanhola traziam para a dominação portuguesa no Brasil.
ao projeto de D. João VI para que seu filho D. Pedro se tornasse imperador do Brasil independente.
No que se refere à crise do colonialismo português na África na segunda metade do século XX,
a Era das Revoluções, ao implicar a abolição do tráfico transatlântico de escravos para as Américas, erodiu as bases do domínio de Portugal sobre Angola e Moçambique.
Portugal, com um poder de segunda ordem no concerto europeu, se viu alijado das deliberações da Conferência de Berlim, perdendo assim o domínio sobre suas colônias.
as independências de Angola e de Moçambique foram marcadas por um processo relativamente pacífico, que envolveu ampla negociação com os poderes metropolitanos em Portugal.
o processo de independência das colônias portuguesas, ao contrário do que ocorreu nas colônias inglesas e francesas, não se relacionou às polarizações geopolíticas da Guerra Fria.
o movimento de independência colonial foi decisivo para o processo de transformação política em Portugal, ao acelerar a crise do regime autoritário nascido no período entre-guerras.
[...] a Declaração Universal representa um fato novo na história, na medida em que, pela primeira vez, um sistema de princípios fundamentais da conduta humana foi livre e expressamente aceito, através de seus respectivos governos, pela maioria dos homens que vive na Terra. Com essa declaração, um sistema de valores é – pela primeira vez na história – universal, não em princípio, mas de fato, na medida em que o consenso sobre sua validade e sua capacidade de reger os destinos da comunidade futura de todos os homens foi explicitamente declarado. [...] Somente depois da Declaração Universal é que podemos ter a certeza histórica de que a humanidade – toda a humanidade – partilha alguns valores comuns; e podemos, finalmente, crer na universalidade dos valores, no único sentido em que tal crença é historicamente legítima, ou seja, no sentido em que universal significa não algo dado objetivamente, mas algo subjetivamente acolhido pelo universo dos homens. N. Bobbio. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992.
[...] a Declaração Universal representa um fato novo na história, na medida em que, pela primeira vez, um sistema de princípios fundamentais da conduta humana foi livre e expressamente aceito, através de seus respectivos governos, pela maioria dos homens que vive na Terra. Com essa declaração, um sistema de valores é – pela primeira vez na história – universal, não em princípio, mas de fato, na medida em que o consenso sobre sua validade e sua capacidade de reger os destinos da comunidade futura de todos os homens foi explicitamente declarado. [...] Somente depois da Declaração Universal é que podemos ter a certeza histórica de que a humanidade – toda a humanidade – partilha alguns valores comuns; e podemos, finalmente, crer na universalidade dos valores, no único sentido em que tal crença é historicamente legítima, ou seja, no sentido em que universal significa não algo dado objetivamente, mas algo subjetivamente acolhido pelo universo dos homens.
N. Bobbio. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992.
A Declaração Universal mencionada no texto:
foi instituída no processo da Revolução Francesa e norteou os movimentos feministas, sufragistas e operários no decorrer do século XIX.
assemelhou-se ao universalismo cristão, que também resultou no estabelecimento de um conjunto de valores partilhado pela humanidade.
desenvolveu-se com a inclusão de princípios universais pelos legisladores norte-americanos e influenciou o abolicionismo nos Estados Unidos.
foi aprovada pela Organização das Nações Unidas e serviu como referência para grupos que lutaram pelos direitos de negros, mulheres e homossexuais na década de 1960.
originou-se do jusnaturalismo moderno e consolidou-se com o movimento ilustrado e o despotismo esclarecido ao longo do século XVIII.
Aqui no Chile estava se construindo, entre imensas dificuldades, uma sociedade verdadeiramente justa, erguida sobre a base de nossa soberania, de nosso orgulho nacional, do heroísmo dos melhores habitantes do Chile. Do nosso lado, do lado da revolução chilena, estavam a constituição e a lei, a democracia e a esperança. Pablo Neruda. Confesso que vivi. Memórias. Rio de Janeiro: Difel, 1980.
Aqui no Chile estava se construindo, entre imensas dificuldades, uma sociedade verdadeiramente justa, erguida sobre a base de nossa soberania, de nosso orgulho nacional, do heroísmo dos melhores habitantes do Chile. Do nosso lado, do lado da revolução chilena, estavam a constituição e a lei, a democracia e a esperança.
Pablo Neruda. Confesso que vivi. Memórias. Rio de Janeiro: Difel, 1980.
Nesse texto,
“soberania” está relacionada às campanhas de privatização das minas de estanho e salitre, que até então eram mantidas por capitais anglo-americanos.
“heroísmo” refere-se aos embates armados, travados com setores da democracia cristã e com as comunidades indígenas dos araucanos.
“a constituição e a lei” é uma referência ao novo ordenamento jurídico implantado após o golpe promovido pela Unidade Popular.
“democracia” alude a um traço peculiar da via chilena para o socialismo, pois o presidente Salvador Allende chegou ao poder pelo voto.
“esperança” traduz a expectativa resultante do apoio econômico e estratégico que havia sido obtido junto aos Estados Unidos e França.
O futurismo de Marinetti e o fascismo de Benito Mussolini têm em comum:
a constatação da falência cultural da Itália, que se agarrou ao passado romano e ignorou os grandes avanços da Primeira Revolução Industrial.
o desejo de proporcionar aos cidadãos italianos o acesso aos bens de consumo e a implantação do Estado de bem-estar social.
o esforço de modernização cultural e a tentativa de demolir as edificações que restaram do passado romano.
a valorização e a adoção das bases e dos princípios das teorias revolucionárias anarquistas e socialistas.
a glorificação da ideologia da guerra e da velocidade proporcionada pelos avanços técnicos e militares.
A operação era um pouco dolorosa e não durava mais que um minuto, mas era traumática. Seu significado simbólico estava claro para todos: este é um sinal indelével, daqui não sairão mais; esta é a marca que se imprime nos escravos e nos animais destinados ao matadouro, e vocês se tornaram isso. Vocês não têm mais nome: este é o seu nome. A violência da tatuagem era gratuita, um fim em si mesmo, pura ofensa: não bastavam os três números de pano costurados nas calças, no casaco e no agasalho de inverno? Primo Levi. Os afogados e os sobreviventes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.
A operação era um pouco dolorosa e não durava mais que um minuto, mas era traumática. Seu significado simbólico estava claro para todos: este é um sinal indelével, daqui não sairão mais; esta é a marca que se imprime nos escravos e nos animais destinados ao matadouro, e vocês se tornaram isso. Vocês não têm mais nome: este é o seu nome. A violência da tatuagem era gratuita, um fim em si mesmo, pura ofensa: não bastavam os três números de pano costurados nas calças, no casaco e no agasalho de inverno?
Primo Levi. Os afogados e os sobreviventes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.
Está de acordo com o texto a seguinte afirmação:
A tatuagem era uma forma de tortura e uma mensagem não verbal, que inscrevia a condenação no corpo do prisioneiro.
O uso de tatuagens era perturbador apenas para ciganos e judeus ortodoxos, pois violava o código moral e as leis religiosas dessas comunidades.
O recurso de tatuar o prisioneiro, além de impor um sofrimento físico e moral, discriminava o tipo de remuneração.
O emprego das tatuagens funcionava como um código estético e de classificação dos prisioneiros nos campos de concentração.
A tatuagem, assim como o trabalho voluntário, não tinham finalidade produtiva, mas contribuíam para o entendimento entre os prisioneiros.
Tanto no desenvolvimento político como no científico, o sentimento de funcionamento defeituoso, que pode levar à crise, é um pré-requisito para a revolução. T. S. Kuhn. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1989.
Tanto no desenvolvimento político como no científico, o sentimento de funcionamento defeituoso, que pode levar à crise, é um pré-requisito para a revolução.
T. S. Kuhn. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, 1989.
Analise as quatro afirmações seguintes, acerca das revoluções políticas e científicas da Época Moderna.
I. A concepção heliocêntrica de Nicolau Copérnico, sustentada na obra Das revoluções das esferas celestes, de 1543, reforçava a doutrina católica contra os postulados protestantes. II. A Lei da Gravitação Universal, proposta por Isaac Newton no século XVII, reforçava as radicais perspectivas ateístas que haviam pautado as ações dos grupos revolucionários na Inglaterra à época da Revolução Puritana. III. Às experiências com eletricidade realizadas por Benjamin Franklin no século XVIII, somou-se sua atuação no processo de emancipação política dos Estados Unidos da América. IV. Os estudos sobre o oxigênio e sobre a conservação da matéria, feitos por Antoine Lavoisier ao final do século XVIII, estavam em consonância com a racionalização do conhecimento, característica da Ilustração.
Estão corretas apenas as afirmações:
I, II e III.
II, III e IV.
I, III e IV.
I e II.
III e IV.