Selecionamos as questões mais relevantes da prova de vestibular PUC-Campinas 2016/1 Direito. Confira! * Obs.: a ordem e número das questões aqui não são iguais às da prova original.
A. CAPÍTULO 2 O CORPO Conhecer bem o corpo para fazê-lo trabalhar melhor Cinco extremidades: a cabeça, as mãos, os pés
Para comunicar-se com tudo que a cerca, a criança usa a cabeça, as duas mãos e os dois pés. A cabeça permite-lhe ter acesso a todas as informações disponíveis. Sede do cérebro, ela fornece os recursos necessários para bem compreender seu ambiente. É igualmente através desta parte do corpo que penetram duas fontes de energia: o ar e o alimento. A cabeça se articula através do pescoço. Corredor estreito entre o cérebro e a parte inferior do corpo, o pescoço deve ser flexível para facilitar a qualidade das trocas. As mãos e os pés são verdadeiras antenas. Sua riqueza em terminações nervosas e vasos sanguíneos, assim como a possibilidade das inúmeras articulações, fazem deles instrumentos de extraordinária precisão.
B. CAPÍTULO 8 AS EXTREMIDADES 8.4 OS PÉS
2. O limpador de para-brisas Posição: sentada com os braços atrás do corpo e as mãos apoiadas no chão − Gire os tornozelos para dentro e para fora; − Levante e abaixe os calcanhares mantendo as barrigas das pernas no chão (os dois juntos; depois um de cada vez).
(CABROL, Claude e RAYMOND, Paul. Trad. Alice Mesquita, ilustrações de Roberto Dolbec. São Paulo: Ground, 2012, p. 25 e 72).
É correto afirmar:
O conteúdo e o léxico especializados e o modo de articulação das frases provam que A é um texto científico; B é um texto ilustrativo do que se apresenta em A, mais especificamente no último parágrafo.
B complementa a descrição do corpo que se tem em A, na medida em que permite a visualização dos movimentos que comprovam a ideia de que os pés são instrumentos de extraordinária precisão.
A, em linguagem acessível, expõe pressupostos que fundamentam a prática proposta em B, tomada, no contexto, como técnica útil para o bom funcionamento do corpo.
Considerados o contexto de comunicação em que A e B estão inseridos e a específica organização de cada um deles, conclui-se que o emissor das mensagens tem como interlocutor, em A e em B, as crianças.
Na dissertação A tem-se, pois é a regra, o presente do indicativo; foge à regra o uso de figuras de linguagem − Corredor estreito e antenas − e de frases simples, típicas do tipo de texto a que pertence B.
Comenta-se corretamente sobre o que se tem no trecho B.
Na frase Para comunicar-se com tudo que a cerca, a criança usa a cabeça, as duas mãos e os dois pés, a palavra destacada exemplifica a coesão textual por meio de pronome que antecipa a expressão a que ele se refere.
Em A cabeça permite-lhe ter acesso a todas as informações disponíveis, a substituição do segmento destacado por “a totalidade das informações disponíveis” não afeta a correção original.
Outra formulação para o segmento destacado em A cabeça permite-lhe ter acesso a todas as informações disponíveis estaria gramaticalmente correta se fosse “a todas as informações que se disponha”.
Em Corredor estreito entre o cérebro e a parte inferior do corpo, o pescoço deve ser flexível para facilitar a qualidade das trocas, o segmento destacado exerce a mesma função sintática do destacado em As mãos e os pés são verdadeiras antenas.
Em Sua riqueza em terminações nervosas e vasos sanguíneos, assim como a possibilidade das inúmeras articulações, fazem deles instrumentos de extraordinária precisão, o segmento destacado pode ser substituído por “os converte em”, sem prejuízo da correção gramatical.
RECEITA DE ARROZ DOCE TRADICIONAL
INGREDIENTES 1 litro e meio de leite 2 xícaras de arroz branco (já lavado) 3 xícaras de açúcar Canela em pau (uso e quantidade a gosto) 1 lata de leite condensado
MODO DE PREPARO Cozinhar o arroz no leite, juntamente com a canela. 20 minutos depois, mexer de tempos em tempos, acrescentar o açúcar, deixar mais 20 minutos e logo em seguida acrescentar o leite condensado e deixar mais 20 minutos.
Colocar em uma linda travessa.
Levando em conta os gêneros de textos, é correto afirmar: O texto B e a receita
têm como objetivo sugerir ao leitor a realização de uma tarefa, apresentando o passo a passo da atividade; em ambos os casos, o executor não tem espaço para livre escolha.
distinguem-se totalmente: a) pela intenção da mensagem − B busca informar o interlocutor acerca de cuidados com a saúde da criança, a receita, simples indicação de uma fórmula, mostra como preparar um alimento; b) pela composição da mensagem − B admite ilustração, a receita não admitiria.
não podem ser aproximados sob nenhum critério, pois, fazendo parte de universos absolutamente distintos − como o comprovam tanto o assunto de cada um, quanto o estilo adotado em cada um deles − , jamais estarão inseridos em contextos comunicativos iguais ou somente parecidos.
apresentam traços distintos em sua composição, como se nota pelo emprego do imperativo (em B) e do infinitivo (na receita); entretanto, essa específica diferença não impede o reconhecimento de que partilham a mesma finalidade de instruir o receptor.
implicam obrigatoriedade do interlocutor em cumprir o que está minuciosamente descrito em cada um dos textos, mas distinguem-se: em B, a prática vem investida de caráter lúdico, pelo tipo específico de destinatário da mensagem, enquanto a receita remete a atividade rotineira e desgastante.
Considere o texto e as afirmativas abaixo.
Em cima do piano
Indeterminado
Qualquer É um meio de seleção realizado através de fórmula tradicional, como outros. O líder vai cantando e cada sílaba da fórmula de escolha corresponde a uma palma de mão a ser batida, correspondente a uma criança. Aquele em que se encerra a fórmula, cabendo-lhe a última sílaba, pode ficar com o papel pior (quando a escolha é feita de modo direto, como, por exemplo, pegador), ou pode ficar livre, eximindo-se dos papéis menos prezados. Neste último caso, a escolha é mais demorada porque é feita por exclusão.
Foram colhidas nos bairros do Bom Retiro, Bela Vista, Lapa e Pari (São Paulo):
Em cima do piano Tem um copo de veneno Quem bebeu morreu Anabu, anabu Quem sai és tu.
OU Quem sai és tu Puxando o rabo do tatu.
E TAMBÉM: Quem sai é tu Do rabo do tatu Pau, porrete, Bengala, cacete.
I. Pode-se aceitar a hipótese de que o texto faz parte de coletânea de brincadeiras e jogos tradicionais. II. Pode-se aceitar a hipótese de que as legendas remetem, na ordem em que aparecem, a: número de participantes; local adequado; regras do jogo. III. Pode-se aceitar a hipótese de que as fórmulas de escolha, preliminares de alguns jogos, são ao mesmo tempo um jogo em si: com a fórmula, em tom ritmado, as crianças ficam atentas à chance de serem escolhidas. IV. Pode-se aceitar a hipótese de que um jogo ou brincadeira infantil tradicional apresenta variações por ser fruto de criação coletiva, que se realiza de forma espontânea nas ruas, parques, recreios etc. e é transmitido de forma oral de uma geração a outra.
Está correto o que se afirma em:
I e II, apenas.
II e III, apenas.
I, III e IV, apenas.
II e IV, apenas.
I, II, III e IV.
Cronologia
(RIBEIRO, Berta Gleizer. O índio na história do Brasil. São Paulo: Global, 1983, p. 119-120)
É correto afirmar sobre o acima transcrito:
Tratando-se de uma cronologia, é fundada em dados científicos, por isso essa relação de datas e acontecimentos históricos corresponde a dados objetivos, que devem obrigatoriamente figurar em qualquer cronologia de qualquer outro estudioso.
Constitui texto cujo título determina a necessária direção da leitura − a data deve ser considerada em relação direta com o que está à sua direita; as datas devem ser consideradas da antecedente para a subsequente −, não admitindo focalização alguma de outra ordem.
Usualmente aposta a textos dissertativos que expõem dados sobre a História de um dado país, é tabela cuja leitura depende da argumentação apresentada neles, motivo pelo qual qualquer consulta desvinculada não merece crédito.
É quadro composto de linhas e colunas que, separadas por filetes, formam casas em que se acham contidos algarismos e palavras; a subjetividade do autor da cronologia evidencia-se na seleção que faz dos fatos historicamente disponíveis para registro.
A palavra “cronologia” explicita ao leitor que ele inevitavelmente estará diante da organização de fatos em ordem sequencial; a credibilidade dessa ordenação funda-se na citação das decisões de governantes de estado e suas consequências.
O texto acima:
deixa entrever o ponto de vista da empresa responsável pela publicação; o estilo leve de composição pode ser entendido como o “tom” que a empresa deseja imprimir no tratamento dos assuntos que aborda.
objetiva definir o segmento do público que a revista pretende atingir e sensibilizar, deixando claro que os assuntos em pauta não interessam a outras parcelas da população, como homens, por exemplo.
é discurso jornalístico opinativo (escrito de maneira impessoal e publicado sem assinatura) referente a assuntos locais de maior relevância; elaborado em concordância com a norma-padrão, não foge à formalidade.
apresenta o número específico da revista, com a descrição dos assuntos da edição; o autor usa argumentos e tom categóricos para mostrar que tem total controle sobre o interesse e a reação de cada tipo de leitor.
é elaborado por um editor especializado, que, em tom grave, como necessário a um editorial, não só divulga as matérias, como expressa juízos de valor sobre elas, demonstrando posições bastante tradicionais.
Comenta-se com correção:
(linha 10) A palavra você não é, aqui, um pronome de tratamento, mas um pronome indefinido, indicando “pessoa não identificada”, “alguém”, como em “Se você adoece, é descontado em seu salário”.
(linha 15) A coesão realizada pelo pronome esse supõe a relação com um dado oferecido pelo contexto: trata-se do momento em que a mulher não está especialmente preocupada com a maternidade.
(linhas 17 e 18) Uma crônica é oferecida a quem lê; a coerência do texto não imporia qualquer limite à crônica citada: pode tratar de qualquer assunto, que garantirá inspiração ao leitor pretendido.
(linha 4) Levando em conta que o significado da palavra é “ao lugar em que”, aonde está empregada em desacordo com as normas gramaticais.
(linha 8) Se outra formulação para o segmento E ajuda a dissipar fosse “E ajuda que se dissipa”, não haveria prejuízo da correção original.
Considere o trecho abaixo, do romance Dois irmãos, do escritor amazonense Milton Hatoum.
É afirmação correta acerca do acima transcrito:
As duas primeiras frases apresentam, respectivamente, a situação de estabilidade existente no contexto construído e o fato que desencadeou o conflito que vai ser relatado em seguida.
O narrador, testemunha de fatos, expõe traços de cada um dos irmãos, privilegiando ordenar esses traços segundo aquele que estava espacialmente mais afastado de si para aquele que estava mais próximo.
No trecho que vai de seu corpo estava ali até em tempo de penúria, nota-se a importância que o narrador dá ao estabelecimento da ordem cronológica dos fatos citados.
A voz que narra expressa pleno domínio das personagens Yaqub e Omar, conhece suas vidas e destinos, o que pensam, fazem e dizem.
Em Um oficial do Exército, e futuro engenheiro da Escola Politécnica... e Na minha mente, a imagem de Yaqub era desenhada pelo corpo e pela voz de Omar, o narrador submete sua lembrança a uma análise.
É adequado o seguinte comentário envolvendo sentidos do último parágrafo:
A imitação debochada que fazia do modo de falar de Yaqub era a maneira como Omar manifestava o seu desdém pelo irmão.
O impacto da fala de Omar em Domingas era único, não tinha semelhança com o que ocorria com nenhuma outra personagem.
Se o fato de não participar da leitura das cartas indicava que Omar era indiferente ao irmão, o fato de mangar das fotografias expostas na sala negava essa indiferença.
A frase “O corpo e a voz de Omar desenhou na minha mente a imagem de Yaqub”, em substituição ao penúltimo período, não altera traço algum do sentido original.
A substituição da palavra porque na última frase por “enquanto” não prejudica o sentido original.
É correta a seguinte afirmação:
(linhas 1 e 2) No segundo período do texto, há retomada de termo por meio de expressão que pode ser considerada seu sinônimo.
(linha 6) A circunstância em tempo de penúria constitui traço obrigatório de composição do tipo de homem “bon vivant”.
(linhas 6 e 7) Em Não participava da leitura das cartas, os dois segmentos introduzidos pela preposição “de” exercem a mesma função sintática.
(linhas 1 e 8) São exemplos de linguagem informal, pelo uso de palavra ou expressão de gíria, o que se vê em Numa das fotos, posou com a farda do Exército e “Um lesão com pinta de importante”.
(linha 8) As aspas indicam que o dizer de Omar está apresentado em discurso indireto.