Selecionamos as questões mais relevantes da prova de vestibular PUC-Campinas 2016/1 Geral. Confira! * Obs.: a ordem e número das questões aqui não são iguais às da prova original.
O autor,
na oração inicial, apresenta o assunto do texto, sendo que, no segmento o tempo que ele preenche, mede, avalia, ama e teme, circunscreve o tipo de tempo sobre o qual ele vai dissertar.
ao mencionar a origem da palavra “relógio”, logo no primeiro parágrafo, manifesta o compromisso de apresentar seus dados fundamentado em pesquisas etimológicas, como comprova ao tratar do cinema.
desenvolvendo o texto por meio do paralelo entre distintas qualidades do tempo e distintos artefatos para medi-lo, realiza esse confronto respeitando a cronologia da criação dos instrumentos e sua precisa descrição.
ao argumentar citando campos do conhecimento humano como literatura, cinema, música, história, e, em seguida, mencionar “Tempo é dinheiro”, denota opinião negativa sobre quem tem obsessão por esse lema.
caracterizando o tempo como algo a ser preenchido, faz ver que ele, em sua dimensão cronológica − associado a tempos esperançosos ou terríveis −, ou em sua dimensão imaginária, está inseparavelmente ligado à vida.
Sobre o que se tem no parágrafo 2, em seu contexto, é correto afirmar:
(linha 23) O emprego da conjunção Mas sinaliza que um auxílio para que os homens lidassem melhor com o Tempo poderia ser esperado da evolução dos citados maquinismos; essa ajuda não se efetivou.
(linhas 23 e 24) Se o segmento que dividem e medem as horas fosse apresentado entre vírgulas, o sentido e a correção originais não seriam prejudicados.
(linhas 30 a 32) Para provar que o tempo da autobiografia e o tempo da ficção científica são diferentes entre si, o autor usou a expressão tempos outros.
(linha 29) A substituição de a fluir incessantemente por “se fluísse incessantemente” não prejudica o sentido original.
(linhas 33 e 34) O que justifica a aproximação entre José Lins do Rego, Manuel Bandeira e Pedro Nava é o fato de todos serem autores brasileiros relevantes.
Se o relógio da História marca tempos sinistros, o tempo construído pela arte abre-se para a poesia: o tempo do sonho e da fantasia arrebatou multidões no filme O mágico de Oz estrelado por Judy Garland e eternizado pelo tema da canção Além do arco-íris. Aliás, a arte da música é, sempre, uma habitação especial do tempo: as notas combinam-se, ritmam e produzem melodias, adensando as horas com seu envolvimento.
Considere o parágrafo e o verbete extraído do Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. □ aliás advérbio 1 de outro modo, de outra forma Ex.: sempre ajudou o filho, a. seria mau pai se não o fizesse 2 além disso Ex.: a., não era a primeira sujeira que ele fazia 3 emprega-se em seguida a uma palavra proferida ou escrita por equívoco; ou melhor, digo Ex.: estávamos em março, a., abril 4 seja dito de passagem; verdade seja dita; a propósito Ex.: não aceitou o emprego, que a. é muito cobiçado 5 no entanto, contudo Ex.: andar muito é cansativo, sem, a., deixar de ser saudável
O sentido preciso com que a palavra aliás foi empregada no texto está indicado em:
3.
2.
5.
4.
1.
Compreende-se adequadamente do parágrafo transcrito, em seu contexto:
filmes que arrebatam multidões devem seu sucesso aos temas musicais.
o sucesso de O mágico de Oz deve ser atribuído à atriz Judy Garland, que entoou de modo especial a canção Além do arco-íris.
a arte musical habita filmes famosos, por isso, tornase densa e envolvente.
o arranjo harmonioso de sons enriquece o conteúdo das horas.
notas aleatoriamente agrupadas alteram a natureza do tempo, sempre de modo positivo.
Comenta-se corretamente sobre o que o segmento em negrito expressa, em seu contexto:
O que se afirma na segunda oração será verdadeiro sempre que certas condições forem cumpridas.
Os dois fatos mencionados nas orações são tidos, ambos, como possibilidades, mas difíceis de se cumprirem.
A primeira oração contém a hipótese que legitimaria o que se afirma na segunda, ainda que o conteúdo desta seja considerado altamente improvável.
A substituição do Se por “Caso” não exigiria nenhuma alteração na frase e manteria fidelidade ao sentido original.
O segmento exibe paralelismo entre fatos cuja ocorrência não é posta em dúvida.
Por vezes barateamos o sentido do tempo, tornando-o uma espécie de vazio a preencher: é quando fazemos algo para “passar o tempo”, e apelamos para um jogo, uma brincadeira, um “passatempo” como as palavras cruzadas. Em compensação, nas horas de grande expectativa, queixamo-nos de que “o tempo não passa”.
No trecho acima transcrito,
a expressão Por vezes pode ser substituída por “As vezes” sem que haja prejuízo da correção gramatical, pois nada justificaria o emprego do acento indicativo da crase.
os dois-pontos introduzem não um esclarecimento do que foi dito antes, mas uma enumeração; no caso, enumeração dos passatempos.
a sequência e apelamos para um jogo, uma brincadeira, um “passatempo” como as palavras cruzadas poderia ter a ordem dos complementos verbais alterada sem prejuízo do sentido original.
a forma queixamo-nos é gramaticalmente correta, assim como o é a destacada em “Ele me fez uma gentileza, é hora de retribui-lo”.
o emprego das aspas, nas três ocorrências, é indicativo de palavra e expressões típicas da linguagem coloquial.
Considerado o contexto, o segmento indicado está comentado adequadamente em:
(linhas 1 e 2) O homem vive dentro do tempo, o tempo que ele preenche, mede, avalia, ama e teme / As ações mencionadas constituem eventos que se seguem no tempo.
(linhas 4 a 6) se refere a um quadrante do céu que os antigos aprenderam a observar para se orientarem no tempo e no espaço / Na locução destacada, o verbo auxiliar pode ser substituído por “chegaram” sem que o sentido original seja prejudicado.
(linhas 14 e 15) Com a eletrônica (1), surgiram os relógios de quartzo e de césio (2) / Entre os segmentos 1 e 2 existe uma relação de causalidade, na medida em que o surgimento referido em (1) induziu ao referido em (2).
(linhas 6 a 8) Os artefatos construídos para medir a passagem do tempo sofreram ao longo dos séculos uma grande evolução / A introdução de uma vírgula depois da palavra tempo não afeta a relação sintática original.
(linhas 19 a 21) A ampulheta e a clepsidra são as simpáticas bisavós das atuais engenhocas eletrônicas / Ao conferir atributos humanos aos artefatos, o autor vale-se da ironia, com a qual expressa avaliação negativa desses objetos, apreciação reforçada pelo emprego da palavra “engenhoca”.
O segmento do texto que está traduzido de maneira a não prejudicar o sentido original é:
(linhas 8 a 10) o Sol era a referência natural para a separação entre o dia e a noite / atribuía-se ao Sol, como é natural, o deslizar do dia para a noite.
(linhas 25 e 26) essa entidade implacável / essa natureza mítica abominável.
(linha 36) sofre os efeitos de uma intervenção no passado / padece dos malefícios que o passado provoca ao ser rememorado.
(linha 66) Por vezes barateamos o sentido do tempo / Em certas circunstâncias, não damos o devido valor ao sentido do tempo.
(linhas 66 e 67) tornando-o uma espécie de vazio a preencher / transformando-o num outro tipo de vácuo que exige de nós imediato e diversificado preenchimento.
Considere o exposto em I, II e III.
I. No cinema, uma das homenagens mais bonitas ao tempo passado é a do filme Amarcord [...], do cineasta Federico Fellini. São lembranças pessoais de uma época dura, quando o fascismo crescia e dominava a Itália. Seria compatível com o texto, no caso de agrupamento dos dois períodos num só, a substituição do segmento sublinhado por “Fellini, apesar de serem”. II. Em Com a eletrônica, surgiram os relógios de quartzo e de césio, aposentando os chamados “relógios de corda”, a substituição do segmento destacado por “que teriam aposentado” não prejudica o sentido original. III. Em O mostrador digital que está no seu pulso ou no seu celular tem muita história: tudo teria começado com a haste vertical ao sol, que projetava sua sombra num plano horizontal demarcado. A ampulheta e a clepsidra são as simpáticas bisavós das atuais engenhocas eletrônicas..., o pronome tudo, que expressa a ideia de totalidade, está posicionado antes do elemento a que ele remete.
Está correto o que se afirma APENAS em:
I.
II.
III.
I e II.
II e III.
O texto motivou a construção das frases abaixo, que devem ser consideradas independentes dele. A formulação que atende à clareza e à norma-padrão escrita é:
Ainda que indispensável, como a vida contemporânea comprova à exaustão, os relógios acabam sendo símbolo de opressão e correria no mundo atual.
A peça (um relógio de quartzo), à qual se fez menção na aula, foi desmontada pelo tutor dos técnicos mais experientes, que queria demonstrar com minúcias a montagem do artefato.
Pelo que diz-se nos textos especializados, devem haver, mesmo, diferentes qualidades do tempo e das circunstâncias de seus respectivos relógios, em que todos devem dar atenção.
Se o fotógrafo vir até aqui e não encontrar o responsável pela vitrine de relógios raros, será excessão se não abandonar o projeto e dar o contrato por encerrado, sem mesmo se despedir.
Continue ou não a polêmica sobre a relevância da adoção do horário de verão no país, é certo: que não é implantado sem prejuízo do nosso “relógio biológico”.