Selecionamos as questões mais relevantes da prova de vestibular PUC-Campinas 2017/1 Direito. Confira! * Obs.: a ordem e número das questões aqui não são iguais às da prova original.
Está correto o seguinte comentário: o texto acima
é composto de unidades produzidas pela associação entre imagem e linguagem verbal; o sentido de cada unidade é determinado pela relação de oposição que o quadro estabelece com aquele que vem imediatamente anterior, contraste que produz o humor.
correlaciona os quadrinhos por meio da relação consequente entre as diversas ações das personagens, fato que determina uma única direção possível de leitura, a horizontal, da esquerda para a direita, da primeira para a segunda tira, desta para a terceira.
é composto de um bloco e uma sequência, esta construída pela permanência da personagem “mulher alterada”, que manifesta, nas diferentes unidades, distintos sentimentos, com exceção da tristeza pelo mal cometido, o que produz o humor.
apresenta uma frase exclamativa que introduz imagens, aliadas à linguagem verbal, que aparecem em quadros antecedidos de legendas; estas remetem a um mesmo sujeito, enunciado na frase exclamativa, e esse fator dá unidade ao conjunto.
inova o gênero História em Quadrinhos ao delinear os balões de modo a distinguir se seu conteúdo é um pensamento ou uma fala da personagem; ao não se valer de interjeição ou onomatopeia; ao expressar movimento somente pela sequência dos quadros.
Considerada a norma-padrão da língua, a observação correta é:
No quadrinho, a expressão Por quê? está empregada adequadamente, mas se a frase, com sentido equivalente, tivesse outra redação − “Ela se perguntava desesperadamente porque havia feito aquilo” − o que está em destaque também estaria empregado com correção.
No quadrinho, a expressão Por quê? está empregada adequadamente, como também está na frase “Não entendo o por quê de tanta discussão”.
A colocação do pronome em Me perdoa...!! é condenada pelas regras gramaticais, sendo considerada aceitável exclusivamente quando se trata de textos humorísticos.
O sinal indicativo da crase em Induz à humildade está adequadamente empregado, como o estaria também em “Induz à esse tipo de virtude encontrado em pessoas despretensiosas”.
A análise da composição do quadrinho evidencia que o verbo “encher” está empregado como transitivo direto e indireto, sendo que o objeto direto é indicado por meio da representação visual.
Instituto A gente transforma: “Nós somos um movimento que nasceu a partir de um impulso, uma inquietação e entendimento da necessidade de valorização do ser humano e seus saberes legítimos ancestrais, como ferramenta de transformação e liberdade.” Usam o design como ferramenta para expor a alma brasileira, a partir do mergulho na cultura dos povos que formam o nosso país.
Observe com cuidado o conjunto abaixo reproduzido.
ANCESTRALIDADE
Quando o antigo bogoió foi encontrado na casa de dona Chica, em 2012, as artesãs perceberam que o futuro estava no passado. Ou melhor, que o futuro estava no conhecimento, na ancestralidade, na cultura, na fé e na resistência representada pelo artesanato. O artesanato tem o espírito da resistência e da rebeldia. Não há peças iguais em Várzea Queimada. Elas carregam a personalidade de seus autores. O antigo e o novo se misturam na Toca das Possibilidades. Aqui, não há limites para a criatividade.
(Instituto A gente transforma: Várzea Queimada. p. 8, 9 e 15)
Leia as afirmações que seguem.
I. O modo de composição do texto propicia que o leitor, se desconhecer o sentido da palavra bogoió, suponha que ela remete a cesto artesanal de palha; se desconhecer a localização de Várzea Queimada, levante a hipótese bastante provável de que se localize no semiárido brasileiro. II. É aceitável supor que a Toca das possibilidades é o espaço, em Várzea Queimada, onde, inspirados em conhecimentos ancestrais, os artistas os transcendem, ao produzir suas peças artesanais. III. É aceitável supor que, pelo fato de serem feitos ao modo dos antepassados, ao modo preservado na memória, os objetos produzidos em Várzea Queimada são todos de finalidade prática, ou seja, são objetos que facilitam a vida cotidiana de habitantes de uma região rural.
Está correto o que se afirma em:
I, II e III.
I e II, apenas.
II e III, apenas.
I, apenas.
II, apenas.
Sobre o que se tem no texto, afirma-se com correção:
Palavras de sentido oposto, que normalmente se excluiriam, estão combinadas, para reforçar a expressão, em as artesãs perceberam que o futuro estava no passado.
A expressão Ou melhor introduz uma retificação, visto que a palavra futuro, usada na frase anterior, não foi empregada em seu sentido próprio.
As formas verbais empregadas para expressar as ações, em foi encontrado e perceberam, impedem que essas sejam entendidas como concomitantes.
Se, em lugar do verbo “haver”, em Não há peças iguais em Várzea Queimada, tivesse sido empregado “existir”, este verbo deveria também ser usado no singular, para que fosse mantida a correção gramatical.
No contexto em que a palavra Aqui foi empregada, ela deve ser entendida como reportando aos centros produtores de artesanato no Brasil.
I. Quando um não quer, dois não brigam. II. Cada cabeça, uma sentença. III. Um dia da caça, o outro do caçador. IV. Em briga de marido e mulher, não se mete a colher. V. Casa de ferreiro, espeto de pau.
Sobre provérbios, como os acima, é correto afirmar:
Constituem formas que resumem convicções populares, às vezes a respeito de uma regra moral, como se tem em II, norma que, independentemente da avaliação pessoal do indivíduo, deve ser social mente cumprida por ele.
São estruturas fixas, facilmente memorizadas, e por isso não sujeitas a variações; fazem uso de ritmo e rima, esta nos segmentos finais de cada um dos membros da construção, como se nota em V.
Atingem, pela maneira como são construídos, sentido universalizante, como IV o comprova, motivo pelo qual não admitem que algum contexto social específico relativize seu conteúdo.
Valem-se de distintos recursos para realçar sua expressividade, como, por exemplo, o que se vê em III: a ausência de verbo contribui para que seu conteúdo tenha traços de atemporalidade, de valor permanente.
são enunciados de origem popular, com imagens que tornam seu sentido mais facilmente compreendido e, ao mesmo tempo, aplicável a distintas situações; essa ampla aplicabilidade é decorrente de só terem sentido metafórico, e não valor denotativo, como se vê em I.
No provérbio V,
o paralelismo da forma põe em destaque uma oposição.
o segundo membro da frase expressa uma causa.
o segundo membro da frase expressa uma finalidade.
manifesta-se uma relação desejável entre o espaço habitado e o instrumento de trabalho.
associam-se, respectivamente, uma profissão e uma condição necessária para seu exercício.
I. Versos da canção Irônico, da compositora e cantora Clarice Falcão.
Queria te dizer que esse amor todo por você Ele é irônico, é só irônico A cada “eu te amo” que eu te mando, eu tô pensando: Isso é irônico, e é irônico. Só de pensar que cê pensou que era sério Falando sério, eu quero rir Que você acha que quando eu me descabelo Ao som de um cello, eu tô aí. Eu gosto de você como quem gosta De um vídeo do Youtube de alguém cantando mal Eu gosto de você como quem gosta De uma celebridade “B”. (www.vagalume.com.br)
Queria te dizer que esse amor todo por você Ele é irônico, é só irônico A cada “eu te amo” que eu te mando, eu tô pensando: Isso é irônico, e é irônico.
Só de pensar que cê pensou que era sério Falando sério, eu quero rir Que você acha que quando eu me descabelo Ao som de um cello, eu tô aí.
Eu gosto de você como quem gosta De um vídeo do Youtube de alguém cantando mal Eu gosto de você como quem gosta De uma celebridade “B”. (www.vagalume.com.br)
II. Poema de Manuel Bandeira
Pousa a mão na minha testa Não te doas do meu silêncio: Estou cansado de todas as palavras. Não sabes que te amo? Pousa a mão na minha testa: Captarás numa palpitação inefável O sentido da única palavra essencial − Amor. (Lira dos cinquent' anos, 1940)
Sobre I e II, afirma-se com correção:
A canção constrói a harmonia sonora por meio da sua substância, a linguagem musical, valendo-se da linguagem verbal, própria do poema, para, como espécie de redundância enfática, descrever a harmonia obtida.
Por explorar idênticos recursos de métrica fixa e rimas regulares, meios sem os quais não se produz a unidade rítmica e melódica necessária a uma boa estrutura, o modo de composição dos versos da canção coincide com o do poema.
Ainda que se assemelhem aos versos do poema, ao constituir estrofes e explorar recursos da linguagem verbal para intensificar o poder expressivo, os versos da canção implicam a associação da musicalidade das palavras com a dos sons dos instrumentos.
O fato de o meio de difusão de uma composição musical como a canção ser totalmente diverso daquele que se tem no caso de poemas comprova que não há familiaridade alguma entre esses dois gêneros, ainda que possam coexistir.
A exploração de recursos que a linguagem verbal oferece para uma eficaz expressão poética faz do autor, seja poeta ou compositor, um artista, o que evidencia que não cabem distinções de ordem alguma entre o fazer de um e do outro.
É correto considerar:
que são marcas da linguagem coloquial, na canção: o emprego alternado dos pronomes te e você, com que o “eu” se refere ao mesmo destinatário da mensagem; e no poema: o emprego do pronome te sem a correta concordância com a forma verbal Pousa.
o verso Isso é irônico, e é irônico como exemplo de repetição positiva, por valorizar a composição musical, mesmo considerando que não acrescenta traço algum de sentido à frase.
como manifestação de traços irônicos de que trata a canção o que se lê na estrofe 3, porque é incomum, e até incoerente, expressar afeto por meio de referências a vídeo do Youtube e celebridades de TV.
que em ambos os textos se confessa a incapacidade de traduzir o sentido da palavra “amor”; a diferença de atitude afetiva entre os que se expressam deve ser atribuída às determinações do contexto de produção, um, do século XXI, o outro, do século XX.
que, na estrofe 2 da canção, em que se entrevê o fingimento na arte, a autora amplia as possibilidades de sentido explorando gírias e variações próprias do uso informal da língua.
Uma porta bateu na cozinha. Ela não se assustou. Passados alguns minutos, pensou que quem tivesse chegado demorava a aparecer. É você, Filó?, gritou. Não houve resposta. Pediu que o recém-chegado se aproximasse. Nada. Esperou mais um pouco. Queria manter-se tranquila, mas o medo vinha chegando. A essa hora só podia ser mesmo a Filó. Mas por que não respondia? Talvez não tivesse ouvido quando perguntou se era ela. Não ia perguntar de novo. De que adiantaria? Sentou-se na cama para recuperar o fôlego, a respiração agora alterada. Parecia ouvir alguns passos, mas podia ser só imaginação. Que angústia era aquela? Não havia motivo pra tanto. (Maria Tecoara, inédito)
É correto o seguinte comentário: no trecho narrativo acima,
em que predomina a descrição de sentimentos, tem-se o narrador, personagem não citada, mas subentendida, contando o que ocorre no espaço da casa, metonimicamente mencionada por cozinha e cama; ele narra o que vê, mas sobre o que pensa e sente a personagem ele só pode lançar hipóteses.
em que se utilizam os tempos verbais pretéritos, próprios do relato, as frases interrogativas expressam indagações que a personagem se faz a si mesma, como se vê, por exemplo, em É você, Filó?, Mas por que não respondia? e De que adiantaria?.
segmentado pela oposição entre dois estados emocionais, o narrador, que não se faz presente por meio do “eu”, mostra conhecer fatos e impressões que eles causam, tendo como fonte de informação os próprios pensamentos, percepções e sentimentos da personagem.
em que os fatos são apresentados em seu desenrolar pela voz do narrador-personagem, tem-se o detalhamento do espaço e do tempo à medida que a ação se desenvolve, ainda que, quanto ao espaço, uma descrição minuciosa se apresente de modo isolado.
relatado pelo autor, é claro seu posicionamento em relação às atitudes da personagem, avaliação expressa tanto pela análise dos pensamentos, quanto pelas críticas aos sentimentos dela, pois uns e outros são considerados devaneios de uma alma assustada.
"Uma porta bateu na cozinha. Ela não se assustou. Passados alguns minutos, pensou que quem tivesse chegado demorava a aparecer."
Transformando o segmento acima em um único período composto, sem prejuízo do sentido original, em redação clara e em conformidade com a norma-padrão da língua, tem-se:
Ela não se assustou quando uma porta bateu na cozinha, mas pensou que quem tivesse chegado demorava a aparecer; à medida que havia passado alguns minutos.
Passados alguns minutos da porta bater na cozinha, que não a assustou, pensou que quem chegava demorava a aparecer.
Quem tivesse chegado quando uma porta bateu na cozinha não assustou-a; alguns minutos depois, quem houvera chegado demorou a aparecer e ela pensou isso.
Pensou que quem houvesse chegado ao bater de uma porta na cozinha não assustou-a, porém passando alguns minutos, pensou que demorava a aparecer.
Uma porta bateu na cozinha, mas ela não se assustou, ainda que, passados alguns minutos, pensasse que quem tivesse chegado demorava a aparecer.