Selecionamos as questões mais relevantes da prova de vestibular PUC-SP 2016/1. Confira! * Obs.: a ordem e número das questões aqui não são iguais às da prova original.
“Em 1822, a América espanhola, de independência conquistada em oposição a uma metrópole e suas Cortes em muitos aspectos tidas por opressoras, agora plenamente reconhecida por uma potência de primeira grandeza como eram os Estados Unidos, ofereceria um modelo para a independência do Brasil.” João Paulo Pimenta. A independência do Brasil e a experiência hispano-americana (1808-1822). São Paulo: Hucitec, 2015, p. 448.
O caráter exemplar que a independência da América espanhola representou, segundo o texto, para aqueles que lutavam pela independência do Brasil pode ser identificado, por exemplo, na:
capacidade de manter a coesão territorial da antiga colônia, que acabou por gerar uma única e poderosa nação.
subserviência imediata aos interesses comerciais e políticos norte-americanos, que rapidamente se impuseram sobre toda a América.
disposição de defender princípios emancipacionistas e enfrentar militar e politicamente as forças da metrópole.
possibilidade de estabelecer laços comerciais imediatos e lucrativos com as antigas colônias portuguesas do litoral africano.
A experiência de transição democrática ao socialismo, desenvolvida pelo governo de Salvador Allende, no Chile de 1970 a 1973, e a revolução cubana de 1959 assemelham-se:
pela disposição de desenvolver reformas profundas, capazes de transformar a ordem social nos dois países.
pelo apoio internacional que Chile e Cuba receberam, respectivamente, de Estados Unidos e União Soviética.
pelo caráter liberal das propostas, que, no Chile e em Cuba, nasceram de lutas contra regimes ditatoriais.
pela presença de projetos políticos liberais, o que resultou em regimes bastante sensíveis às pressões internas e externas.
“Profundamente identificado com a política saneadora e, principalmente, regeneradora implantada pelo presidente Rodrigues Alves (1902-1906), Pereira Passos foi nomeado o homem forte do projeto que visava fazer da capital da República uma vitrine do discurso civilizatório.” Julia O'Donnell. A invenção de Copacabana. Culturas urbanas e estilos de vida no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Zahar, 2013, p. 52.
O “projeto” mencionado no texto envolveu, entre outras iniciativas:
a ocupação regular e controlada das encostas dos morros do Rio de Janeiro, ampliando as oportunidades de moradia das classes populares.
a limpeza da baía, que implicou a erradicação definitiva das doenças infectocontagiosas que acometiam a população pobre do Rio de Janeiro.
a transferência da sede administrativa do governo federal para o centro do país, eliminando potenciais focos de conflito no Rio de Janeiro.
o alargamento e a redefinição do traçado de ruas do Rio de Janeiro, facilitando a circulação de pessoas e de mercadorias.
“No primeiro quartel do século XX, o intercâmbio entre africanos e negros da diáspora ocorreu de diversas formas. De um lado, por meio do retorno de afrodescendentes, principalmente da América do Norte, para a Libéria, mas também das Antilhas e Brasil para diversas regiões da África. De outro, através da saída de jovens pertencentes à elite africana para ingressar nas universidades dos Estados Unidos e da Europa.” Regina Claro. Olhar a África. Fontes visuais para a sala de aula. São Paulo: Hedra, 2012, p. 151.
O impacto do fenômeno apresentado no texto manifestou-se, entre outros fatores, no:
fim do preconceito racial nos Estados Unidos e na Europa ocidental, com a decorrente ampliação, em diversos países, dos direitos civis das populações afrodescendentes.
surgimento do Pan-africanismo e do movimento da Negritude, que rejeitavam as doutrinas sobre a inferioridade dos negros e defendiam o reconhecimento da cultura africana.
esforço, pelos governos da maioria dos países africanos, de revalorização das religiosidades locais e de combate à influência cultural europeia e norte-americana.
reconhecimento e na afirmação, pela Organização das Nações Unidas, da igualdade étnica e do direito de todos os povos de viverem de forma livre e autônoma.
“Desde a promulgação da constituição de 1988, o sistema partidário e o legislativo constituíram as principais vias pelas quais as demandas da população foram canalizadas para o sistema político. As mudanças socioeconômicas desde então promovidas podem ser insuficientes, mas não são poucas. E foram alcançadas por meio do voto e de sua representação no executivo e no legislativo.” Argelina Cheibub Figueiredo. “O Brasil na encruzilhada: democracia ou reformas?”, in Angela Alonso e Miriam Dolhnikoff (org.). 1964, do golpe à democracia. São Paulo: Hedra, 2015, p. 40.
A partir do texto, pode-se afirmar que, após o fim do regime militar brasileiro (1964-1985):
o processo de redemocratização fracassou, ao não realizar mudanças profundas na composição e na atuação dos partidos políticos brasileiros.
o aparato político partidário e parlamentar brasileiro, apesar de suas limitações, contribuiu para o aprimoramento da ordem democrática.
os projetos de democratização e de reforma social foram bem sucedidos graças aos eficazes mecanismos brasileiros de representação política.
os avanços sociais e políticos, ocorridos no país, foram mínimos e não provocaram alteração significativa no cotidiano da maioria dos brasileiros.
Leia:
"O mercado de combustíveis fósseis está em negação sobre a queda de demanda futura e iludindo seus investidores. Uma análise da Carbon Tracker Initiative questiona os cenários promovidos por grandes empresas de energia, que calculam que o uso de fósseis continuará a crescer nas próximas décadas – sem considerar o barateamento das fontes renováveis, a inclinação à descarbonização de muitos países e o alto investimento em outras tecnologias de armazenamento de energia e eficiência energética." (Perdidos na transição energética. In Observatório do Clima, http://www.observatoriodoclima.eco.br/perdidos-na-transicaoenergetica/, acesso 27/10/2015)
Considerando o questionamento feito no texto ao mercado produtor e comercial de combustíveis fósseis, é correto afirmar que:
a diminuição das emissões de carbono (descarbonização) é fato notório e alvo de programas eficientes, como nos EUA e na China, antes os principais emissores.
o crescimento futuro do uso de combustíveis fósseis é certo, pois as novas tecnologias d prospecção estão nos informando sobre reservas inesgotáveis.
o questionamento parece fazer sentido, pois já se nota em vários países, inclusive na China, uma queda da demanda atual por combustíveis fósseis.
é inconsistente a afirmação sobre o barateamento das fontes renováveis, pois os custos com o armazenamento dessas, como represas, por exemplo, são sempre crescentes.
Sobre a origem da divisão "Norte/Sul" do mundo:
É em 1980 que nasce o par Norte/Sul, numa publicação do Banco Mundial (presidido por Willy Brandt) da Comissão Independente sobre os problemas de desenvolvimento internacional, intitulado Norte-Sul: um programa de sobrevivência. Em seguida o termo se torna corrente e é utilizado tanto no domínio público quanto nos materiais escolares. (Transcrição de palestra de Christian Grataloup. Vida e morte do par Norte/Sul, In: Les Cafés Géographiques, 30/09/2015, http://cafe-geo.net/, acesso 25/10/2015)
A expressão Norte/Sul, de largo uso atualmente, tem uma história que revela um aspecto das relações internacionais. A esse respeito, pode ser afirmado que:
ela substitui a divisão do mundo entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos, isso porque houve uma queda grande da desigualdade entre os países do mundo.
essa divisão é apenas uma frase de efeito, pois ao pretender distinguir os países ricos dos pobres, comete uma confusão, pois vários dos países ricos do mundo estão no Sul.
como expressão da moda, tem o mesmo significado que a oposição entre Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo, e entre países desenvolvidos e países subdesenvolvidos.
foram as desigualdades existentes na escala mundial, entre os países, que deram origem à distinção entre Norte/Sul.
"O último registro confirmado de um puma cougar do Leste foi em 1938 e o animal em questão estava morto. Antes, um deles foi visto em Nova Brunswick, no Canadá, em 1932. O animal foi exterminado por imigrantes europeus, que o eliminavam sob a alegação de autoproteção. Além disso, seu desaparecimento tem a ver com o desflorestamento ocorrido na região, que também levou a sua principal presa, o veado-decauda-branca, à extinção." (Nos EUA, espécie de Puma é considerada oficialmente extinta. In: http://jornalggn.com.br/noticia/nos-eua-especie-de-puma-econsiderada-oficialmente-extinta, acesso 27/10/2015)
Esse, que já foi um dos mamíferos terrestres melhor distribuídos no ocidente, foi completamente eliminado, de acordo com o US Fish and Wildlife Service. Diante dessa ocorrência, é correto afirmar que:
o desflorestamento na América foi mais intenso e agressivo do que no velho continente europeu, daí as situações mais drásticas de extinção de grandes mamíferos.
a inevitabilidade dessa extinção se explica pela incompatibilidade incontornável entre as necessidades produtivas da espécie humana e a preservação da natureza.
embora com muitos recursos, as práticas de proteção à natureza nos EUA são muito incipientes, se comparadas, por exemplo, às praticadas no Brasil.
a extinção ocorreu também, admite-se, pela ausência de políticas de proteção, como a criação de áreas naturais protegidas, ainda incipientes no início do século XX.
Leia e observe a imagem:
"Uma forma extrema de intervenção humana no ciclo hidrológico é a introdução de água 'nova' no sistema. Até agora, essa água 'nova' encontra-se em quantidade insignificante, mas, no futuro, e principalmente nas regiões semiáridas, a água doce 'artificial' talvez afete o funcionamento do ciclo hidrológico." (David Drew. Processos Interativos Homem-Meio Ambiente. R. de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989. p. 121)
Tendo em vista a ideia de intervenção humana no ciclo hidrológico, é correto dizer que:
um dos métodos, em franco crescimento no mundo, de introdução de água doce "nova" em ambientes áridos e semiáridos é a dessalinização da água dos oceanos.
no Brasil são tímidos e de muito pequeno porte os programas que objetivam levar água 'nova' para o semiárido nordestino, o que explica o fracasso dos mesmos.
não se enxergam no futuro possibilidades tecnológicas eficientes de "produção" de água doce, passível ser transferida para regiões carentes desse recurso.
o processo de introdução mais eficiente e generalizado de água 'nova' nas regiões semiáridas é o bombardeio de nuvens, o que modifica o ciclo hidrológico natural.
Desde os anos 1970 está em xeque o modo como as sociedades modernas se relacionam com a natureza. As intervenções humanas estariam produzindo verdadeiras catástrofes e o futuro estaria ameaçado. As bandeiras em defesa da natureza e um ramo do saber, a ecologia, estão adquirindo prestígio crescente.
Isso considerado, assinale a alternativa que descreva a corrente do chamado ambientalismo, cujo questionamento contraria mais fundamentalmente a lógica dominante das relações homem-natureza, nas sociedades modernas.
O meio ambiente não tem valor em si, pois através da proteção do meio ambiente é o homem que se pretende proteger. Trata-se de uma visão humanista da natureza, pois nela o homem é o centro.
Não se deve militar pela preservação da natureza pensando-se apenas nos interesses do ser humano. Deve-se ampliar o bem-estar de tudo o que se encontra na Terra.
Deve-se investir maciçamente na melhoria das tecnologias e, por meio desses avanços, nossas relações com a natureza automaticamente adquirirão um patamar menos predador.
O homem não é o centro do planeta e a razão pela qual tudo deve ser feito. A biosfera adquiriu valor próprio e superior ao da própria espécie humana. É a natureza que está no centro.