Selecionamos as questões mais relevantes da prova de vestibular PUC-SP 2017/1. Confira! * Obs.: a ordem e número das questões aqui não são iguais às da prova original.
Dos enunciados abaixo, indique aquele cujo conteúdo não corresponde ao conto referido.
Era o homem mais afamado dos dois sertões do rio: célebre do Jequitinhonha à Serra das Araras, (...), maior do que Antonio Dó ou Indalécio; o arranca-toco, o treme-treme, o come-brasa, o pega-à-unha, o fechatreta, o tira-prosa, o parte-ferro, o rompe-racha, o rompe-e-arrasa: Seu Joãozinho Bem-Bem. – A hora e a vez de Augusto Matraga.
Folgado,Sete-de-Ouros endireitou para a coberta. Farejou o cocho. Achou milho. Comeu. Então, rebolcouse, com as espojadelas obrigatórias, dançando de patas no ar e esfregando as costas no chão. Comeu mais. Depois procurou um lugar qualquer, e se acomodou para dormir, entre a vaca mocha e a vaca malhada, que ruminavam, quase sem bulha, na escuridão. – Conversa de bois.
E eu abusava, todos os domingos, porque, para ir domingar no mato das Três Águas, o melhor atalho renteava o terreirinho de frente da cafua do Mangalô, de quem eu zombava já por prática. Com isso eu me crescia, mais mandando, e o preto até que se ria, acho que achando mesmo graça em mim. – São Marcos.
O sol cresce, amadurece. Mas eles estão esperando é a febre, mais o tremor. Primo Ribeiro parece um defunto - sarro de amarelo na cara chupada, olhos sujos, desbrilhados, e as mãos pendulando, compondo o equilíbrio, sempre a escorar dos lados a bambeza do corpo. (...) e trouxe para cá fora o caixinha de remédio, a cornicha de pó e mais o cobertor. – Sarapalha.
A obra Sagarana, de João Guimarães Rosa, foi publicada em 1946. Dela é correto afirmar que:
se intitula Sagarana porque reúne novelas que se desenvolvem à maneira de gestas guerreiras e lendas e apresentam um tema comum que abarca a vida simples dos sertanejos da região baiana do São Francisco.
compõe-se de nove novelas, entre as quais se sobressai “Corpo Fechado”, história de valentões e espertos, de violência e de mágica, protagonizada por Manuel Fulô.
estrutura-se em doze narrativas, de sentido moral e embasadas na tradição mineira, entre as quais se destacam “Questões de família”, história meio autobiográfica, e “Uma história de amor”, expressivo drama passional.
apresenta narrativas apenas de teor místico religioso como a que se engendra em “A hora e a vez de Augusto Matraga”, cujo estilo destoa do conjunto das outras que compõem o livro.
No primeiro parágrafo do editorial, o pronome relativo evidenciado:
qualifica Cármen Lúcia e faz alusão a cúpula.
retoma posse e relaciona-se a segunda-feira.
institui relação de substituição e resgata cúpula.
estabelece relação de posse e refere-se a Cármen Lúcia.
O gesto mencionado no terceiro parágrafo do editorial diz respeito:
à necessidade de saudar a cúpula do Judiciário, por ser essa a praxe e, consequentemente, a expectativa de todos.
ao fato de dispensar motorista ou outras regalias a que outros presidentes do STJ foram afeitos.
à saudação da ministra ao povo brasileiro, antes de às demais autoridades presentes na solenidade.
à cerimônia de posse da presidência do Supremo Tribunal Federal a que tantos ministros e políticos compareceram.
Pela leitura do texto, infere-se que a expressão "mero populismo”, empregada no terceiro parágrafo, significa:
prática de quem simula defender interesses das pessoas com menos recursos econômicos, de modo a conquistar-lhes aceitação e simpatia.
comportamento subserviente daqueles que se propõem a exercer influência sobre as atitudes de pessoas de todas as classes sociais.
modo de os partidos políticos estabelecerem relação direta com a população carente, a fim de obterem mais apoio.
forma como as massas populares se sentem diante do autoritarismo exercido pelas classes mais favorecidas.
Ao final do editorial, a “Gestão Cármen Lúcia” refere-se:
ao tempo destinado às mudanças necessárias para investigar os que cometeram crimes contra o patrimônio público.
ao período de dois anos que tem o mandato de presidente do STJ.
ao período de investigação a que será submetido o presidente anterior do STJ.
à etapa antecedente à posse da ministra do STJ.
De Caetano a Guimarães Rosa, veja as referências de Cármen Lúcia em seu discurso de posse
POR LUMA POLETTI | 13/09/2016 10:00
Ao longo de seu discurso de posse, a ministra Cármen Lúcia, que assumiu a presidência do Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira (12), citou trechos de canções de Caetano Veloso, Titãs, além de versos de Cecília Meirelles, Carlos Drummond de Andrade, Paulo Mendes Campos e fez menção a Riobaldo, personagem de Grande Sertão: Veredas, clássico de Guimarães Rosa e uma das mais.
A escolha das referências musicais da ministra dá pistas sobre sua visão acerca do atual momento sociopolítico. Citando o cantor e compositor Caetano Veloso, presente na sessão – que interpretou em voz e violão o hino nacional – Cármen Lúcia concordou que “alguma coisa está fora da ordem”.
“Caetanos e não caetanos deste Brasil tão plural concluem em uníssono: alguma coisa está fora de ordem, fora da nova ordem mundial”, disse a ministra. “ que nos cumpre, a nós servidores públicos em especial, é questionar e achar resposta: de qual ordem está tudo fora…”, acrescentou.
O cantor já se posicionou contra o governo do presidente Michel Temer, nos bastidores da cerimônia de abertura das Olimpíadas de 2016.
A nova presidente do STF também citou a música “Comida”, da banda Titãs. “Cumpre-nos dedicar-nos de forma intransigente e integral a dar cobro ao que nos é determinado pela Constituição da República e que de nós é esperado pelo cidadão brasileiro, o qual quer saúde, educação, trabalho, sossego para andar em paz por ruas, estradas do país e trilhas livres para poder sonhar além do mais. Que, como na fala do poeta da música popular brasileira, ninguém quer só comida, quer também diversão e arte”.
Um dos compositores da canção citada é Arnaldo Antunes, que também se posicionou contra o impeachment de Dilma Rousseff nas redes sociais.
Versos Cármen Lúcia também citou versos da escritora Cecília Meireles, ao dizer que “liberdade é um sonho que o mundo inteiro alimenta” – da obra Romanceiro da Inconfidência, lançada em 1953.
“Se, no verso de Cecília Meireles, a liberdade é um sonho, que o mundo inteiro alimenta, parece-me ser a Justiça um sentimento, que a humanidade inteira acalenta”, discursou a ministra.
Mais adiante em seu discurso, Cármen Lúcia fez menção a um personagem do livro Grande Sertão: Veredas, do escritor mineiro (tal como a ministra) Guimarães Rosa. “Riobaldo afirmava que 'natureza da gente não cabe em nenhuma certeza'. Mas parece-me que a natureza da gente não se aguenta em tantas incertezas. Especialmente quando o incerto é a Justiça que se pede e que se espera do Estado”, disse a nova presidente do STF.
Em seguida, outro escritor mineiro foi lembrado por Cármen Lúcia. “Em tempos cujo nome é tumulto escrito em pedra, como diria Drummond, os desafios são maiores. Ser difícil não significa ser impossível. De resto, não acho que para o ser humano exista, na vida, o impossível”, disse a ministra, em referência ao poema “Nosso tempo”, do escritor mineiro.
A sucessora de Ricardo Lewandowski concluiu o discurso citando um terceiro escritor mineiro: Paulo Mendes Campos. “O Judiciário brasileiro sabe dos seus compromissos e de suas responsabilidades. Em tempo de dores multiplicadas, há que se multiplicarem também as esperanças, à maneira da lição de Paulo Mendes Campos”, disse Cármen Lúcia, em referência ao “Poema Didático”, de Paulo Mendes Campos.
Disponível em: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/de-caetano-a-guimaraes-rosa-vejaas-referencias-de-carmen-lucia-em-seu-discurso-de-posse/ . Acesso em: 26 set.2016. [Adaptado]
“Riobaldo afirmava que 'natureza da gente não cabe em nenhuma certeza'. Mas parece-me que a natureza da gente não se aguenta em tantas incertezas. Especialmente quando o incerto é a Justiça que se pede e que se espera do Estado”. Nesse trecho do terceiro parágrafo da parte Versos, Luma Poletti emprega as aspas simples dentro das aspas duplas para:
identificar com as simples o texto de Guimarães Rosa e as duplas a fala de Riobaldo.
evidenciar com as simples o discurso de Cármen Lúcia e com as duplas pensamento de Riobaldo.
assinalar com as simples o dizer de Riobaldo e com as duplas o discurso da ministra.
indicar com as simples a natureza da gente e com as duplas o discurso de Cármen Lúcia.
Ao recuperar fragmentos das canções, dos versos e do romance, a ministra:
faz uso da metalinguagem para ilustrar suas ideias e referir-se à própria linguagem como recurso expressivo que sustenta suas teses.
recorre à paráfrase para, com suas próprias palavras, destacar os procedimentos linguísticos dos quais os diversos autores mencionados fazem uso.
se vale da paródia para satirizar os pensamentos dos autores citados e diluir o conteúdo mais denso dos pensamentos retratados.
estabelece a intertextualidade para manifestar traços de seu ponto de vista sobre diferentes aspectos da situação atual.
“Caetanos e não caetanos deste Brasil tão plural concluem em uníssono”. Nessa passagem do discurso, a ministra refere-se:
exclusivamente aos artistas brasileiros.
indiscriminadamente a todos os brasileiros.
especialmente aos brasileiros que estão fora da ordem social.
essencialmente aos adeptos das ideias do cantor baiano.
Assinale a passagem do texto de Luma Poletti em que Cármen Lúcia caracteriza sua função.
“O que nos cumpre, a nós servidores públicos em especial, é questionar e achar resposta...”
“Se, no verso de Cecília Meireles, a liberdade é um sonho, que o mundo inteiro alimenta...”
“Em tempos cujo nome é tumulto escrito em pedra...”
“Em tempo de dores multiplicadas, há que se multiplicarem também as esperanças...”