Selecionamos as questões mais relevantes da prova de vestibular PUC-SP 2018/1. Confira! * Obs.: a ordem e número das questões aqui não são iguais às da prova original.
Assinale a alternativa CORRETA sobre o momento em que Alice e sua irmã estão juntas ao ar livre.
Alice pede algumas vezes que sua irmã lhe empreste o livro que está lendo.
Alice se pergunta que interesse podem despertar livros que não tenham diálogos nem figuras.
Alice pensa em convidar a irmã para colher margaridas, mas desiste por causa do calor.
Alice se surpreende e se encanta quando um coelho passa correndo por ela.
No trecho acima, Alice decide seguir o coelho:
quando percebe que, além de estar vestido, ele é um coelho falante.
porque se encanta com seus olhos vermelhos e sua rapidez e leveza.
porque se pergunta para onde vai um coelho branco vestido.
porque se surpreende ao vê-lo tirar um relógio do bolso do colete.
Esse trecho da música “Man in the Mirror” sugere que:
qualquer pessoa consegue mudar, basta querer.
se queremos tornar o mundo um lugar melhor, devemos olhar para o próximo.
melhorar o mundo começa com nossa própria mudança.
fazer o bem ao próximo nos muda para melhor.
Leia os trechos a seguir:
I – O sol ia subindo, por cima do voo verde das aves itinerantes ( A Hora e a vez de A Matraga, in Sagarana, G. Rosa); II – Aquele grande mar da Odisseia – resplandecente e sonoro, sempre azul, todo azul, sob o voo branco das gaivotas, rolando... (in A Cidade e as Serras – E Queirós)
A função poética nos dois trechos se dá por força de:
metáfora, caracterizada pela comparação e pela simples transferência de significados entre as palavras do texto.
metonímia, constituída pela tomada do todo pela soma das partes, na caracterização do voo.
pleonasmo, verificado na repetição de palavras ligadas à cor das aves, na ação que elas produzem.
hipérbole, verificada pelo aumento exagerado do significado da ação dos pássaros, na configuração do voo.
Do romance Iracema, de José de Alencar, narrativa indianista, é CORRETO afirmar que:
é um romance desprovido de argumento histórico, o que impede a narrativa de ser representativa da fundação da nação brasileira.
enquadra-se também no modelo da narrativa mítica por seu caráter primordial, revelado em trechos como: Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema... e, Tudo passa sobre a terra.
apresenta linguagem de belas imagens visuais, de sonoridade e cadência poéticas, mas que se torna enfadonha pela força repetitiva de figuras de linguagem como a comparação e metáforas.
caracteriza personagens desprovidas de densidade ou correspondência ao real, o que impede que sejam símbolos do caráter nacional brasileiro.
A Mairi que Martim erguera à margem do rio, nas praias do Ceará, medrou. Germinou a palavra do Deus verdadeiro na terra selvagem; e o bronze sagrado ressoou nos vales onde rugia o maracá. Jacaúna veio habitar nos campos da Porangaba para estar perto de seu amigo branco; Camarão erguera a taba de seus guerreiros nas margens da Mecejana. ( ... ) Era sempre com emoção que o esposo de Iracema revia as plagas onde fora tão feliz, e as verdes folhas a cuja sombra dormia a formosa tabajara. Muitas vezes ia sentar-se naquelas doces areias, para cismar e acalentar no peito a agra saudade. A jandaia cantava ainda no olho do coqueiro; mas não repetia já o mavioso nome de Iracema. Tudo passa sobre a terra.
Considerando o trecho em questão, de Iracema, romance de José de Alencar, bem como a obra como um todo, NÃO É CORRETO afirmar que:
a linguagem que conforma o trecho citado é marcada mais pela referencialidade objetiva da informação do que pela intenção poética, já que nenhuma figura estilística ocorre no texto.
a emoção que toma conta de Martim é causada pela lembrança de Iracema, sua esposa, que morreu ao dar à luz o filho Moacir.
Jacaúna é o pajé pitiguara e Camarão é o guerreiro Poti que recebeu no batismo o nome do santo do dia, bem como o do rei a quem ia servir e, sobre os dois, o seu, na língua dos novos irmãos.
a alusão ao bronze sagrado e ao maracá estabelece uma oposição entre a cultura do branco e a do índio selvagem, na representação de seus valores e crenças.
Entre os vários temas que dão forma ao romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, destaca-se o tema da loucura.
Desse tema NÃO se pode afirmar que:
está presente no capítulo “Os Navios de Pireu”, que revela a mania de um ateniense pobre que se achava dono dos navios atracados no porto.
se mostra no capítulo “Um grão de sandice”, em que um doido chamado Romualdo se diz ser Tamerlão, general tártaro, fundador do II Império Mongol.
aparece no capítulo “A Semidemência”, que retrata fundamentalmente Quincas Borba, que morre louco e achando que a dor é uma pura ilusão.
integra o capítulo “O Delírio”, em que Brás Cubas, acometido de loucura, morre aos sessenta e quatro anos, após uma viagem alucinada à origem dos séculos, no lombo de um hipopótamo.
De Sagarana, obra de J G Rosa NÃO É CORRETO afirmar que:
compõe-se de nove contos de tamanhos diferentes, inseridos todos já na matéria do sertão.
apresenta linguagem da maturidade roseana, baseada na oralidade sertaneja, com aproveitamento de regionalismos e arcaísmos.
recebeu o nome Sagarana, termo de origem puramente tupi e que indicia o rol de atos heroicos praticados por valentes guerreiros no combate às injustiças sociais e de fundo político.
opera uma gama diversificada de enredos que envolvem personagens características do sertão de Minas Gerais.
A respeito de Claro Enigma, livro inteiro de Carlos Drummond de Andrade, NÃO É CORRETO afirmar que:
carrega no título uma figura de linguagem chamada oxímoro, a qual alcança seu desenvolvimento maior na primeira parte da obra, ou seja, “Entre lobo e cão”.
revela afastamento da temática social, privilegiando temas filosóficos, como ocorre nos poemas de “A Máquina do Mundo”.
estrutura seus poemas, usando também as formas da tradição como versos metrificados e rimados, formas estéticas e poéticas do passado, como em “Oficina Irritada”.
divide-se em seis partes e aglutina, em cada uma delas, poemas de variada temática mas sempre utilizando-se unicamente de estruturas poéticas idênticas e clássicas, como acontece em as “Notícias Amorosas”.
O poema baixo integra a integra a obra Claro Enigma de Carlos Drummond de Andrade
O CHAMADO Na rua escura o velho poeta (lume de minha mocidade) já não criava, simples criatura exposta aos ventos da cidade. Ao vê-lo curvo e desgarrado na caótica noite urbana, o que senti, não alegria, era, talvez,carência humana. E pergunto ao poeta, [pergunto-lhe (numa esperança que não digo) para onde vai – a que angra serena, a que Pasárgada, a que abrigo? A palavra oscila no espaço um momento. Eis que, sibilino, entre as aparências sem rumo, responde o poeta: Ao meu destino. E foi-se para onde a intuição, o amor, o risco desejado o chamavam, sem que ninguém pressentisse, em torno, o Chamado.
O CHAMADO
Na rua escura o velho poeta (lume de minha mocidade) já não criava, simples criatura exposta aos ventos da cidade.
Ao vê-lo curvo e desgarrado na caótica noite urbana, o que senti, não alegria, era, talvez,carência humana.
E pergunto ao poeta, [pergunto-lhe (numa esperança que não digo) para onde vai – a que angra serena, a que Pasárgada, a que abrigo?
A palavra oscila no espaço um momento. Eis que, sibilino, entre as aparências sem rumo, responde o poeta: Ao meu destino.
E foi-se para onde a intuição, o amor, o risco desejado o chamavam, sem que ninguém pressentisse, em torno, o Chamado.
A respeito dele É CORRETO afirmar que:
a seleção vocabular, apesar da carga negativa que carrega, não provoca uma atmosfera opressora nem pessimista, ainda que o ambiente possa ser inóspito e desalentador.
o poeta a que se refere o eu lírico e com quem dialoga é uma alusão genérica a todo e qualquer poeta, já que nada indicia a identificação de quem quer que seja.
a palavra “Chamado”, propositalmente em maiúscula e em destaque, fecha o poema e refere também o fecho da vida, numa metáfora que alude à convocação da morte.
a estrutura poética que organiza o texto se apoia em versos decassílabos, sem preocupação com rimas de nenhuma natureza e com sintaxe fragmentada que quebra o ritmo do poema.