Selecionamos as questões mais relevantes da prova de vestibular UDESC 2017/1. Confira! * Obs.: a ordem e número das questões aqui não são iguais às da prova original.
O experimento realizado por Ernest Rutherford, em que uma fina placa de ouro foi bombardeada com um feixe de partículas α, permitiu a suposição de um modelo de átomo com um núcleo pouco volumoso, de carga positiva, rodeado por uma região volumosa formada por elétrons, com carga negativa.
A construção deste modelo deve-se ao fato de:
muitas partículas α não terem sofrido desvio (região da eletrosfera) e poucas delas terem desviado ou retrocedido (região do núcleo).
muitas partículas α terem retrocedido ao colidir diretamente com o núcleo atômico.
ter havido desvio das partículas α que se colidiram com a região da eletrosfera do átomo de Au.
as partículas α terem sofrido atração pelos elétrons que possuem carga negativa.
não ter sido observado o desvio das partículas α , devido ao fato do átomo ser maciço.
A preocupação com as questões ambientais tem aumentado significativamente nas últimas décadas. A degradação da camada de ozônio, por exemplo, foi foco de discussões atuais, uma vez que tal camada tem importante função de proteger o planeta Terra, absorvendo grande parte da radiação UV (ultravioleta) dos raios solares.
Sobre a informação, assinale a alternativa incorreta.
O ozônio (O3) é um alótropo do gás oxigênio (O2).
A camada de ozônio pode sofrer decomposição em função dos óxidos de nitrogênio emitidos por automóveis.
Os átomos de cloro, provenientes dos CFCs (clorofluorcabonos), atuam como catalisadores na reação em que o O3 (g) é convertido em O2 (g).
A molécula de ozônio possui apenas ligações covalentes simples.
O ozônio (O3) é um gás e pode ser classificado como uma substância simples.
"Um, dois, três, quatro, cinco, mil... Queremos eleger o presidente do Brasil!"
Estas palavras foram entoadas por grande parcela da população que, no primeiro semestre de 1984, foi às ruas reivindicar eleições diretas para a presidência da República. Este movimento, conhecido como "Diretas já!", tornou-se um marco do processo de redemocratização política no Brasil.
Analise a alternativa correta sobre este processo.
A emenda constitucional Dante de Oliveira, que restabeleceria as eleições diretas para presidência da República, teve sua votação iniciada em 25 de abril de 1984, na Câmara dos Deputados. Houve grande mobilização popular, apoio de lideranças políticas e intelectuais que tomaram as galerias do congresso para acompanhar a votação. Ao final, perante a aprovação da emenda, as multidões entoaram o Hino Nacional pelas ruas de várias capitais do país.
As eleições diretas para presidente e para governador no Brasil foram restabelecidas simultaneamente, em 1985, por meio de uma medida provisória outorgada pelo então presidente Figueiredo, seguindo a política de uma abertura lenta, gradual e segura, promovida na gestão de Ernesto Geisel. O primeiro presidente eleito democraticamente após a instauração desta medida foi Tancredo Neves.
Estima-se que no dia 25 de janeiro de 1984 cerca de 200 mil pessoas se reuniram na praça da Sé, em São Paulo, para apoiar o comício organizado por lideranças oposicionistas em nome das eleições diretas, o qual contou com a participação de Lula, Ulisses Guimarães e Leonel Brizola. Apesar da adesão popular, a emenda que restabeleceria as eleições diretas para presidência não obteve o número de votos necessários na Câmara dos Deputados.
O movimento das "Diretas Já!" obteve como resultado imediato o restabelecimento das eleições diretas para a presidência da República. O primeiro presidente eleito democraticamente foi Tancredo Neves, em 1985 e afastado do cargo dois anos depois, pelo processo de impeachment, o qual contou com forte adesão popular e, em especial, dos jovens que foram às ruas como "caras pintadas".
A aprovação da emenda Dante de Oliveira na Câmara dos Deputados, em 1984, foi resultado direto da pressão popular. Apesar disso vale lembrar que, em 1982, o então presidente Figueiredo já havia reintroduzido eleições diretas para governador e criado, desta maneira, grande expectativa a respeito das eleições presidenciais.
"O golpe militar de 1964 não é o inaugurador da ditadura. Ele foi gestado muito tempo antes, em um processo relativamente longo. Posso afirmar que ele se origina na crise que envolve a renúncia do presidente Jânio Quadros e toda a movimentação que cercou a posse do vice-presidente João Goulart. O golpe foi uma expressão do autoritarismo presente em determinados setores da sociedade brasileira." (Carlos Fico, historiador)
Assinale a alternativa correta a respeito do governo de João Goulart e da instauração de uma ditadura que se prolongou por mais de 15 anos no Brasil.
Convencidos da inaptidão de João Goulart para o exercício da presidência da república, grupos militares e civis mobilizaram-se em prol da destituição do presidente, conscientes de que isto significaria abdicar da realização de novas eleições diretas para presidente até 1985.
A notícia da posse João Goulart foi recebida com profundo desagravo por parcela das forças militares e de grupos civis (em função, entre outros motivos, de sua trajetória política ligada a Getúlio Vargas). Tal fator auxilia compreender os motivos que levaram à aprovação de uma Emenda Constitucional instaurando o regime parlamentarista no Brasil. O Regime Presidencialista volta a vigorar em 1963, antes, portanto, da instauração da ditadura militar.
O programa político de João Goulart apresentou medidas que se tornaram impopulares para parcela da sociedade civil e de grupos militares. Dentre elas cita-se, especialmente, a retomada da proposta de privatização da Petrobrás elaborada já em 1953, durante o segundo governo de Getúlio Vargas.
Ao assumir a presidência da república, João Goulart construiu uma base política exclusivamente de esquerda, marcada pela presença única do PT, PDT e PTB no Congresso e no Senado. Este fator gerou grande descontentamento e foi a causa principal do movimento militar que culminou, em 1964, com a deposição deste presidente.
A instauração da ditadura em 1964 deve ser compreendida como resposta exclusivamente militar às ações de João Goulart. Não houve qualquer participação ou manifestação de apoio por parte da sociedade civil.
Em 25 de março de 1824, Dom Pedro I outorgou a Constituição Política do Império do Brasil. Em relação à Constituição de 1824, assinale a alternativa correta.
O Texto Constitucional foi construído coletivamente pela Câmara de Deputados, votado e aprovado em 25 de março de 1824. Expressava os interesses tanto do partido liberal quanto do partido conservador, para o futuro na nação que recém conquistara sua independência.
A Constituição de 1824 instaurava a laicidade no território nacional, extinguindo a religião católica como religião oficial do império e expressando textualmente que "todas as outras religiões serão permitidas com seu culto doméstico, ou particular em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior do Templo."
A organização política instaurada pela Constituição de 1824 dividia-se em 4 poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador, sendo que este último determinava a pessoa do imperador como inviolável e sagrada.
A Constituição de 1824 determinou a cidadania amplificada e o direito ao voto para todos os nascidos em solo brasileiro, independentemente de gênero, raça ou renda.
A Constituição de 1824 promoveu, em diversos artigos, ideais de cunho abolicionista. Tais ideais foram respaldo para movimentos políticos posteriores, tais como a Revolta dos Farrapos e a Revolta dos Malês.
Em 13 de agosto de 1961 teve início a construção do Muro de Berlim. Este, que tinha por objetivo separar a Alemanha Ocidental da Alemanha Oriental, tornou-se um símbolo do período comumente conhecido como Guerra Fria.
Em relação ao período da Guerra Fria, assinale a alternativa correta.
A chamada polarização política afetava diretamente a vida cotidiana em ambos os lados. No lado ocidental, jornais, cinema e televisão foram amplamente utilizados na divulgação do "american way of life". Vários cidadãos americanos foram perseguidos, presos ou rechaçados por defenderem ideias próximas ao socialismo.
A designação "Guerra Fria" refere-se a um conflito exclusivamente ideológico. Neste período houve uma estagnação na produção bélica, tanto nos países da OTAN quanto nos que subscreviam o Pacto de Varsóvia.
O fortalecimento dos partidos de esquerda ao longo dos anos 60 na América Latina foi uma consequência direta da influência soviética. Vale lembrar que entre os países participantes do Pacto de Varsóvia, e portanto comunistas, figuravam URSS, Cuba, Coreia do Norte, China, Venezuela e Brasil.
Nos países sob a influência da URSS não havia qualquer forma de policiamento ou controle ideológico da população.
Além dos enfrentamentos armados diretos entre a URSS e os EUA, ambos os países alimentavam conflitos armados entre outros países visando, entre outros motivos, o aumento e a manutenção de suas áreas de influência. A guerra do Vietnã pode ser citada como exemplo.
"Liberdade, Igualdade, Fraternidade". Estas três palavras, somadas à bandeira azul, branca e vermelha, tornaram-se símbolos das ideias defendidas e das reivindicações no movimento chamado Revolução Francesa.
Com relação à Revolução Francesa, assinale a alternativa correta.
Das revoluções de esquerda ocorridas no século XIX, a Revolução Francesa é das mais significativas, justamente por ser a primeira a contar exclusivamente com a participação de classes populares. Seu modelo foi reimplementado posteriormente apenas em 1917, durante a Revolução Russa.
Apesar de sua relevância histórica, a Revolução Francesa não influenciou qualquer movimento revolucionário ou reivindicatório fora do território europeu.
A relevância da Revolução Francesa pode ser compreendida por ter sido, entre outras coisas, o primeiro movimento político que instaurou popularmente o governo de uma mulher. Esta foi personificada como "Marianne" e foi representada por Delacroix no famoso quadro Liberdade guiando o povo.
A Revolução Francesa teve reverberações não apenas na Europa, mas também na América. Uma das principais foi, certamente, a influência que exerceu sobre a Independência dos EUA.
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamada em 1789, ainda que ressaltasse a liberdade e a igualdade dos cidadãos perante a lei, era excludente em relação às mulheres. Tal fato auxilia compreender a composição da Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, escrita por Olympe de Gouges, em 1791.
O período que vai de 1914 a 1945 marca o início da Primeira Guerra Mundial e o fim da Segunda. Alguns historiadores, como Eric Hobsbawn, ressaltam elementos comuns deste período, denominando-o Era da Catástrofe.
Com relação a este período, assinale a alternativa correta.
O fim da Primeira Guerra Mundial estimulou os processos de independência e descolonização dos países da África e da Ásia.
Neste período, a ascensão de regimes comunistas na América Latina pode ser compreendida como um resultado direto da campanha soviética sobre a Alemanha Nazista.
Disputas nacionalistas e manifestações antissemitas na Alemanha incitaram, entre outras questões, a imigração de grupos judeus para países vizinhos.
O fim da Primeira Guerra Mundial ocasionou um enfraquecimento nos sentimentos nacionalistas, restaurados apenas nos anos 1960, durante a Guerra Fria.
A participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial foi promovida pelo então presidente Floriano Peixoto, como forma de aproximação político-econômica dos países aliados e de consolidação do lugar do país no cenário internacional.
“A unidade básica de resistência no sistema escravista, seu aspecto típico, foram as fugas. (...) Fugas individuais ocorrem em reação a maus tratos físicos ou morais, concretizados ou prometidos, por senhores ou prepostos mais violentos. Mas outras arbitrariedades, além da chibata, precisam ser computadas. Muitas fugas tinham por objetivo refazer laços afetivos rompidos pela venda de pais, esposas e filhos. (...) No Brasil, a condenação [da escravidão] só ganharia força na segunda metade do século, quando o país independente, fortemente penetrado por ideias e práticas liberais, se integra ao mercado internacional capitalista. (...) “Tirar cipó” – isto é, fugir para o mato – continuou durante muito tempo como sinónimo de evadir-se, como aparece no romance A carne, de Júlio Ribeiro. Mas as fugas, como tendência, não se dirigem mais simplesmente para fora, como antes; se voltam para dentro, isto é, para o interior da própria sociedade escravista, onde encontram, finalmente, a dimensão política de luta pela transformação do sistema. “O não quero dos cativos”, nesse momento, desempenha papel decisivo na liquidação do sistema, conforme analisou o abolicionista Rui Barbosa”. REIS, João José. SILVA, Eduardo. Negociação e conflito: a resistência negra no Brasil escravista. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 62-66-71.
“A unidade básica de resistência no sistema escravista, seu aspecto típico, foram as fugas. (...) Fugas individuais ocorrem em reação a maus tratos físicos ou morais, concretizados ou prometidos, por senhores ou prepostos mais violentos. Mas outras arbitrariedades, além da chibata, precisam ser computadas. Muitas fugas tinham por objetivo refazer laços afetivos rompidos pela venda de pais, esposas e filhos. (...) No Brasil, a condenação [da escravidão] só ganharia força na segunda metade do século, quando o país independente, fortemente penetrado por ideias e práticas liberais, se integra ao mercado internacional capitalista. (...) “Tirar cipó” – isto é, fugir para o mato – continuou durante muito tempo como sinónimo de evadir-se, como aparece no romance A carne, de Júlio Ribeiro. Mas as fugas, como tendência, não se dirigem mais simplesmente para fora, como antes; se voltam para dentro, isto é, para o interior da própria sociedade escravista, onde encontram, finalmente, a dimensão política de luta pela transformação do sistema. “O não quero dos cativos”, nesse momento, desempenha papel decisivo na liquidação do sistema, conforme analisou o abolicionista Rui Barbosa”.
REIS, João José. SILVA, Eduardo. Negociação e conflito: a resistência negra no Brasil escravista. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 62-66-71.
Analise as proposições em relação à escravidão e à abolição no Brasil.
I. O Brasil foi o último país independente do continente americano a abolir a escravidão, mantendo-a por praticamente todo o período imperial. II. Milhões de pessoas foram trazidas de diferentes regiões africanas para o Brasil e escravizadas ao longo de mais de três séculos. Contudo, a mão de obra escrava, no Brasil, não foi exclusivamente africana. III. A lei Eusébio de Queiróz, em 1850, cessou a compra e a venda de escravos no Brasil, e a pressão inglesa foi significativa para a promulgação desta lei. IV. O fim da escravidão, no Brasil, se deu com a promulgação da Lei Áurea em 13 de maio de 1888, não tendo os escravos participado do processo de abolição. V. Após a abolição, o estado brasileiro não ofereceu condições adequadas para que os ex-escravos se integrassem no mercado de trabalho assalariado, tendo a imigração europeia sido justificada, inclusive por teorias raciais.
Assinale a alternativa correta.
Somente as afirmativas II, III e V são verdadeiras.
Somente as afirmativas I, II e V são verdadeiras.
Somente as afirmativas III, IV e V são verdadeiras.
Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras.
Em A civilização feudal, o historiador Jérôme Baschet escreveu que a “Idade Média convida, com particular acuidade, a uma reflexão sobre a construção social do passado”. BASCHET, Jérôme. A civilização feudal: do ano mil à colonização da América. São Paulo: Editora Globo, 2006, p. 26.
Em A civilização feudal, o historiador Jérôme Baschet escreveu que a “Idade Média convida, com particular acuidade, a uma reflexão sobre a construção social do passado”.
BASCHET, Jérôme. A civilização feudal: do ano mil à colonização da América. São Paulo: Editora Globo, 2006, p. 26.
Tendo como referência a citação acima e o período da história, conhecido como Idade Média, assinale a alternativa incorreta.
O Iluminismo consolidou ideias como fragmentação política, fixação espacial, desordem, regressão e estagnação nas suas representações sobre o mundo medieval.
Os debates contemporâneos sustentam que fazem parte da dinâmica feudal o poder monárquico, a função militar e a presença de autoridade episcopal.
O fenômeno urbano na chamada Idade Média Central está associado ao desenvolvimento das atividades artesanais e comerciais.
O Feudalismo foi uma categoria meramente econômica que designou o modo de funcionamento de toda a sociedade medieval na Europa.
A visão sobre o mundo medieval foi pautada por perspectivas do período no qual o historiador escreve, como exemplo, a idealização romântica produzida no século XIX.