Selecionamos as questões mais relevantes da prova de vestibular UDESC 2017/2. Confira! * Obs.: a ordem e número das questões aqui não são iguais às da prova original.
A respeito da participação das mulheres na sociedade, ao longo da História, assinale a alternativa incorreta.
No período clássico da civilização grega, as mulheres ainda não tinham direito à participação política na democracia ateniense.
Durante a Idade Média, Joana d’Arc chegou a liderar as tropas do rei da França, mas, posteriormente, acabou sendo queimada como bruxa na fogueira da Inquisição.
Com a invenção da pílula anticoncepcional e a Revolução Sexual nos anos 1960, a educação feminina passou a ter como principal preocupação a preparação para o casamento e a criação dos filhos, em detrimento da formação profissional.
Algumas mulheres, na Idade Moderna, foram estadistas fundamentais para a consolidação da monarquia nacional, como Isabel de Castela, na Espanha; e Elizabeth I, na Inglaterra.
No final do século XIX, organiza-se, internacionalmente, o movimento das sufragistas que reivindicava o direito das mulheres votarem.
Em 1974, o então presidente Ernesto Geisel deu início institucionalmente ao processo de abertura política que deveria garantir o fim do regime militar, por meio de uma transição caracterizada como lenta, gradual e segura. A iniciativa governamental, porém, não foi a única relevante para o fim da ditadura militar.
A respeito do fim da ditadura militar no Brasil, assinale a alternativa correta.
A mobilização da juventude que ganhou as ruas das principais capitais do país nas reivindicações pelo impeachement do presidente Fernando Collor de Melo.
A formação e atuação de movimentos sociais como, por exemplo, o Movimento do Custo de Vida, que contava com o apoio das Comunidades Eclesiais de Base e das Comissões Pastorais da Periferia Urbana.
As denúncias contra o regime militar e as torturas, que eram publicadas semanalmente nos principais jornais do país, durante toda a década de 1970.
A interferência direta do governo norte-americano que, desde o início era contrário ao regime militar, não mediu esforços para a reinstauração da democracia no Brasil.
O fortalecimento do Mercosul que possibilitou a criação de uma rede de auxilio mútuo para a reorganização democrática no Brasil, Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai.
No Brasil, durante o início do século XIX, as províncias do Norte, dentre elas Pernambuco, viviam uma relativa prosperidade econômica, ocasionada em especial pela produção do algodão e do açúcar. A partir do estabelecimento da Corte Portuguesa no Rio de Janeiro, tal prosperidade foi relativamente fragilizada.
Analise as proposições em relação às mudanças ocorridas com a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil.
I. A alocação de uma estrutura burocrática no Rio de Janeiro tornou o governo de Dom João VI mais capacitado a se envolver nos negócios das províncias, o que possibilitou a diminuição de autonomia destas. II. Para arcar financeiramente com os custos da Corte no Rio de Janeiro, o governo exigiu a cobrança de mais impostos dos setores de produção de açúcar e algodão. III. A cobrança de maiores impostos e a diminuição da autonomia das províncias, ocasionadas pela presença da Corte no Rio de Janeiro, não tiveram nenhuma relação com o movimento que se tornou conhecido como Revolução Pernambucana.
Assinale a alternativa correta.
Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.
Somente a afirmativa I é verdadeira.
Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
Somente a afirmativa II é verdadeira.
Sobre os processos de industrialização é correto afirmar que:
No final do século XIX ocorreu a chamada “Segunda Revolução Industrial”, com a diversificação do uso da energia elétrica, que permitiu o desenvolvimento do rádio e do telefone; assim como a invenção do motor à explosão, que permitiu o surgimento do automóvel e do avião.
A produção de bens no antigo Egito era realizada por artesãos que gozavam de boa reputação em toda a sociedade, sendo famosos e bem remunerados por isso.
A moenda da cana-de-açúcar, no Brasil colonial, era realizada com base no trabalho assalariado e na produção em série, visando diminuir o preço do produto para vendê-lo em grande quantidade para o mercado interno.
A chamada Revolução Industrial iniciou-se na Alemanha, graças às inovações produzidas nas universidades que aplicaram os conhecimentos em empresas públicas para atender à melhoria das condições de vida da classe trabalhadora.
No século XX ficou comprovada a tese de que, na divisão internacional do trabalho, alguns países com vocação agrária podiam se tornar economicamente desenvolvidos, sem que houvesse indústrias em seu território.
Sobre o conceito de Revolução, analise as proposições.
I. O conceito de Revolução advém da Astronomia e, apenas no final do século XVIII, foi aplicado para definir uma mudança radical de poder. II. De um ponto de vista marxista, apenas podem ser consideradas revoluções aquelas mudanças políticas que transformam as relações de produção, no âmbito da organização da propriedade e das forças produtivas, a exemplo da Revolução Francesa e da Revolução Russa. III. No século XX, o conceito de revolução passa a ser também reivindicado por grupos politicamente conservadores, que o entendiam como uma necessária tomada do poder pela força.
Somente a afirmativa III é verdadeira.
Todas as afirmativas são verdadeiras.
“Quem construiu Tebas, a das sete portas? Nos livros vem o nome dos reis, mas foram os reis que transportaram as pedras? Babilônia, tantas vezes destruída, quem outras tantas a reconstruiu? Em que casas da Lima Dourada moravam seus obreiros?” (Perguntas de um operário que lê. Bertold Brecht)
Heródoto de Halicarnasso, nascido no século V a.C., é comumente conhecido como “o Pai da História”. De acordo com o historiador François Hartog, Heródoto interessava-se, entre outras questões, pelas maravilhas e pelos monumentos considerados, muitas vezes, expressões da influência divina.
Considerando os questionamentos de Bertold Brecht, assinale a alternativa que contém a melhor interpretação para a frase de Heródoto: “O Egito é uma dádiva do Nilo”.
Permite constatar o desconhecimento de Heródoto no que diz respeito à Geografia, uma vez que os rios que atravessam o território egípcio são Tigre e Eufrates.
Representa um anacronismo pois, no século V a.C., quando proferida, o Egito era ainda colônia do grande Império Bizantino.
Atribui apenas à presença do Nilo o desenvolvimento do Egito, porém não considera a importância da presença humana, do trabalho empreendido na utilização do rio e dos benefícios naturais para o desenvolvimento da região.
Representa a profunda religiosidade do povo egípcio, o qual atribuía ao deus Nilo o desenvolvimento do Império, à época, no período pré-dinástico.
Atribui centralidade às ações do imperador Nilo que, entre os séculos VI a.C. e V a.C., administrou o processo de expansão territorial do Império Egípcio, sem, todavia, ressaltar a participação dos soldados que lutavam sob o comando do imperador.
Apesar das conhecidas interferências provocadas pelos mais de 300 anos de contato, muitas vezes violento, com os povos europeus, até o início do século XIX, o Continente Africano contava com poucos territórios sob domínio externo.
A respeito do Continente Africano no período que antecede o século XIX, assinale a alternativa correta.
Até o século XVII, as rotas comerciais, existentes nos reinos e impérios africanos, eram exclusivamente externas. As riquezas, como tecidos, plantas medicinais e, especialmente, ouro, só circulavam por via marítima.
Até o século XVII, a imposição da condição de escravidão aos homens e às mulheres, na África, ocorria apenas entre os Iorubas.
Os reinos africanos contavam com práticas de auxílio mútuo que garantiam crescimento e prosperidade. Eis porque inexistiam, até o século XIX, exércitos ou efetivos militares.
A língua preponderantemente falada no Continente Africano era o Khoisan, proveniente da região Sul, a partir do século XV foi substituída pelas línguas francesa e portuguesa.
No século XV, o Continente Africano apresentava grande diversidade. Politicamente, organizava-se em inúmeros reinos e impérios dentre os quais o dos Songai, Monomotapa, Congo, Daomé e o Ioruba. Grande parte destes povos recebia, direta ou indiretamente, influência da cultura árabe e da religião mulçumana.
“Mas, já que estamos a examinar qual é a constituição política perfeita, sendo essa constituição a que mais contribui para a felicidade da cidade... os cidadãos não devem exercer as artes mecânicas nem as profissões mercantis; porque este gênero de vida tem qualquer coisa de vil, e é contrário à virtude. É preciso mesmo, para que sejam verdadeiros cidadãos, que eles não se façam lavradores; porque o descanso lhes é necessário para fazer nascer a virtude em sua alma, e para executar os deveres civis. (Aristóteles. A política. Livro IV, cap. VIII)
A partir da citação acima e de seus conhecimentos sobre a estrutura político-social da Grécia Antiga, assinale a alternativa correta.
A ideia de democracia grega está ligada ao fato de que todos aqueles que habitavam uma cidade-estado dispunham dos mesmos direitos e deveres, uma vez que todos os trabalhos e profissões eram igualmente valorizados.
A cidadania era uma forma de distinção social porque nem todos os habitantes de uma cidade eram considerados cidadãos. Estrangeiros e mulheres, por exemplo, não dispunham dos direitos de cidadania e não tinham direito a voto nas assembleias.
As profissões mercantis eram desencorajadas devido à supremacia da Igreja Católica na administração política grega, durante o Período Clássico. Neste período, a usura e o exercício do lucro eram vivamente condenados por ferirem os princípios cristãos.
Todos os homens que habitavam uma cidade eram considerados cidadãos. A cidadania, na Grécia Clássica, era qualificada em ordens, sendo que os proprietários de terras eram cidadãos de primeira ordem e os trabalhadores braçais de segunda ordem. Todos, porém, tinham direito de voz e voto nas assembleias.
A ideia de cidadania, descrita por Aristóteles, é considerada ainda hoje um ideal, uma vez que é plenamente inclusiva e qualifica de forma igualitária todos os trabalhos e profissões.
“As influências desfavoráveis do trabalho na fábrica sobre os operários são as seguintes: 1) necessidade absoluta de ritmar os esforços físicos e intelectuais com os movimentos das máquinas, movidas por uma força regular e incessante; 2) permanência de pé, que é preciso suportar durante Períodos anormalmente longos e demasiado próximos um dos outros; 3) privação do sono (devido a um trabalho demasiado longo, ou à dor nas pernas e doenças físicas generalizadas). É preciso acrescentar, por outro lado, o efeito das oficinas, muitas vezes com o teto muito baixo, exíguas, poeirentas, ou úmidas, insalubres, uma atmosfera demasiado quente, uma transpiração contínua. É por isso que principalmente os jovens, com muito raras exceções, perdem muito depressa a vivacidade da infância e tornam-se mais pálidos e debilitados que os outros rapazes.” (texto de Sir D. Barry, citado por Friedrich Engels)
O texto acima refere-se à (às):
situação da classe trabalhadora na Inglaterra do século XIX.
condições de trabalhadores nas guildas medievais.
condições de trabalho no Brasil, durante a Era Vargas, antes da institucionalização da CLT.
situação dos trabalhadores juvenis na América, durante o período colonial.
uma situação ilusória, uma vez que desde a Revolução Industrial sempre existiram leis trabalhistas que garantiram plenos direitos aos trabalhadores.
“Renunciar à liberdade é renunciar à qualidade de homem, aos direitos da humanidade, e até aos próprios deveres. Não há nenhuma reparação possível para quem renuncia a tudo. Tal renúncia é incompatível com a natureza do homem. Assim, seja qual for o lado por que se considerem as coisas, o direito de escravizar é nulo, não somente porque ilegítimo, mas porque absurdo e sem significação. As palavras escravidão e direito são contraditórias; excluem-se mutuamente. (Jean-Jacques Rousseau. O Contrato Social.)
O livro O contrato Social, escrito por Rousseau e lançado em 1762, apresenta ideias que confluem com as lutas por “liberdade, igualdade e fraternidade”, conhecido lema da Revolução Francesa.
Com base na citação de Rousseau – O Contrato Social, assinale a alternativa correta a respeito das relações entre a Revolução Francesa e a prática da escravidão.
Um dos princípios da Revolução Francesa, a igualdade, está previsto na Declaração dos direitos do homem e do cidadão. Por este motivo, a partir de 1791, a escravidão, em todas as suas formas, foi abolida e jamais restabelecida nas colônias francesas.
Ainda que o posicionamento dos revolucionários fosse homogêneo, no que diz respeito ao fim da escravidão, esta foi abolida apenas em 1791, com a assinatura de um tratado entre Napoleão e o líder haitiano Toussaint Louverture. Após a assinatura deste tratado, a escravidão jamais foi restabelecida em uma colônia francesa.
A defesa da liberdade e as lutas pelo fim da escravidão eram pautas bastante cômodas para os revolucionários franceses, pois a França nunca contou com pessoas escravizadas em suas colônias.
Os posicionamentos dos revolucionários a respeito da escravidão eram relativamente contraditórios. Apesar das preleções de Rousseau, alguns grupos defendiam, primeiramente, apenas o fim do tráfico negreiro. As lutas pela abolição da escravidão e a independência do Haiti, concretizada apenas em 1804, são representativas destas contradições.
Como a obra não cita as mulheres, pode-se concluir que Jean-Jacques Rousseau era um defensor da escravidão apenas para as mulheres.