Selecionamos as questões mais relevantes da prova de vestibular UECE 2018.1 - 1ª Fase. Confira! * Obs.: a ordem e número das questões aqui não são iguais às da prova original.
A referenciação textual pode ser definida como a retomada de termos e ideias que garantem a coesão e a progressão de sentido do texto por meio de elementos linguísticos. Um exemplo desse procedimento, ao longo da crônica de Lima Barreto, se dá com o uso do termo “cartomantes”, que é retomado por alguns referentes textuais, estabelecendo diferentes sentidos com estes referentes. Atente ao que se diz a seguir a respeito disso:
I. Ao substituir “cartomantes” pelo termo “pitonisas” (linha 05), o autor pretende mostrar que o trabalho da cartomancia tem uma longa tradição histórica. II. Ao afirmar, no terceiro parágrafo, que não tem “nenhuma ojeriza pelas adivinhas” (linhas 06-07), o autor recupera cartomantes pelo termo adivinhas, justificando que a prática de adivinhar o futuro cumpre sua função útil e necessária no cotidiano das pessoas, que é a função de iludir. III. Ao se referir às “cartomantes” pela expressão “dessa gente que lida com o destino” (linhas 11-12), o autor se apresenta numa relação afetuosa de muita proximidade com as cartomantes. IV. Ao empregar o referente “duas sacerdotisas do invisível” (linhas 21-22) para fazer alusão às “duas senhoras” (cartomantes) (linha 17), o autor procura salientar, ironicamente, a dimensão religiosa do ofício profético da cartomancia.
Está correto o que se afirma em
I, II, III e IV.
I, II e IV somente.
I, III e IV somente.
II, e III somente.
Observando com atenção a linguagem empregada na crônica de Lima Barreto, é correto afirmar que ela revela fundamentalmente
o uso da ironia como um recurso discursivo para satirizar o ofício da cartomancia.
o uso de expressões e termos linguísticos próprios do registro formal culto da escrita da língua para se adequar ao gênero crônica.
o emprego de um léxico arcaico para mostrar o caráter pomposo do estilo do autor.
a utilização de conselhos e admoestações para resolver problemas cotidianos, como as brigas entre cartomantes.
A crônica Não se zanguem serve para mostrar muitas características que podem ser encontradas na literatura de Lima Barreto de forma geral. Assinale a opção que NÃO condiz com essas características.
Há presente, na prosa literária de Lima Barreto, uma galeria de fatos e personagens que ilustra bem o panorama dos primeiros vinte anos do século XX carioca, apresentando a cidade do Rio de Janeiro com seus problemas e sua disparidade cultural, econômica e política.
As obras do autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma estão pautadas em temáticas socialmente engajadas, que denunciam mazelas e criticam assuntos do cotidiano.
O teor satírico e humorístico está presente fortemente nos escritos literários de Lima Barreto.
Como escritor vinculado ao chamado Pré-Modernismo, Lima Barreto apresentou-nos uma prosa em linguajar excessivamente formal.
A notícia é tomada como um gênero textual da esfera jornalística que tem como objetivo divulgar temas da atualidade de maneira imparcial. Na notícia acima, este objetivo é alcançado pelo enunciador por meio de alguns recursos linguísticos textuais, EXCETO pelo(a)
uso predominante do discurso direto como forma de o enunciador atribuir a outrem as informações divulgadas.
presença de elementos linguísticos avaliativos, como o termo “fenômeno” (linha 46), que amplia a dimensão informativa do gênero notícia.
emprego de verbos dicendi, como “afirmou” (linha 68) e “disse” (linhas 74 e 95), para isentar o enunciador de revelar o seu ponto de vista.
presença do relato em terceira pessoa, o qual busca um distanciamento em relação ao fato, o que constrói a ideia da objetividade, de forma a sustentar a credibilidade da informação.
Sobre o uso de expressões apositivas no Texto 2, é INCORRETO afirmar que
o aposto “especialista em geopolítica do mundo árabe consultado pela AFP” (linhas 59-61), para se referir a Mathieu Guidere, é empregado com o mesmo sentido do utilizado para descrever Andreas Krieg como “analista de risco político no King’s College de Londres” (linhas 96-97), qual seja: o de autorizar a legitimidade de um discurso.
embora possa ser classificado gramaticalmente como uma oração adjetiva, o enunciado “que é de um fundo de investimentos do Catar” (linhas 62-63) tem, no texto, o mesmo valor sintático e semântico de um aposto explicativo: o de relacionar-se a um termo antecedente, explicando-o.
o aposto “comentarista da GloboNews” (linhas 53-54) tem sentido semelhante aos apostos, “especialista em geopolítica do mundo árabe consultado pela AFP” (linhas 59-61) e “analista de risco político no King’s College de Londres” (linhas 96-97), a saber: autorizar a legitimidade de um discurso.
ainda que não venha entre vírgulas, mas entre parênteses, a expressão “‘poder suave’, em tradução livre” (linhas 87-88), pode funcionar perfeitamente como um aposto, na medida em que serve para explicar/traduzir o termo que lhe antecede, “soft power” (linha 87).
No enunciado “O Catar precisa demonstrar ao mundo que, apesar de todas as acusações, é o país mais resiliente no Oriente Médio” (linhas 92-95), a expressão parentética “apesar de todas as acusações” estabelece com a oração com a qual está ligada uma relação de
condição, pois, se o Catar não demonstrar ao mundo que é o país mais resiliente do Oriente Médio, ele continuará ainda sofrendo muitas acusações.
finalidade, porque o propósito do Catar, diante de todas as acusações, é o de precisar demonstrar ao mundo que é o país mais resiliente do Oriente Médio.
consequência, visto que o motivo de o Catar precisar demonstrar ao mundo que é o país mais resiliente do Oriente Médio deve-se às acusações sofridas.
concessão, já que, independentemente das acusações, o Catar precisa demonstrar ao mundo que é o país mais resiliente do mundo.
Levando em conta as relações de sentido presentes no texto de Manoel de Barros acima, é correto afirmar que o conteúdo temático geral do poema se estabelece na seguinte oposição semântica:
humanização versus coisificação.
riqueza versus pobreza.
ação versus inércia.
grandeza versus pequenez.
A utilização de figuras de linguagem ocorre, de maneira muito particular, na escrita literária. Sobre o uso desse recurso no poema de Manoel de Barros, identifica-se
a metáfora no verso “Mas eu preciso ser Outros” (linhas 126-127) relativa à analogia que se faz entre o poeta ser ele mesmo e ser outro.
o oximoro em “A maior riqueza do homem é sua incompletude” (linhas 110-112), pela contradição de sentidos presente no enunciado.
a hipérbole no trecho “Palavras que me aceitam como sou — eu não aceito” (linhas 115-117), em razão de aí haver o desejo do enunciador em engrandecer a verdade dos fatos.
a prosopopeia no enunciado “Eu penso renovar o homem usando borboletas” (linhas 128-130), em que há uma atribuição da função humana a um ser não humano.
No poema de Manoel de Barros, é descrita a seguinte sequência de atividades cotidianas com as quais o enunciador não deseja construir sua identidade: “Não aguento ser apenas um sujeito que abre portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que compra pão às 6 da tarde, que vai lá fora, que aponta lápis, que vê a uva, etc. etc.” (linhas 118-125). Observe o que se diz a respeito disso.
I. Há uma gradação da ação mais importante para a menos importante. II. As ações são descritas aleatoriamente, sem seguir uma linearidade lógica previamente explicitada. III. O enunciador lista atividades recorrentes do seu cotidiano que, isoladas, não constroem sua identidade. IV. A lista de ações poderia ainda ser estendida.
É correto o que se afirma somente em
I.
I, II e IV.
II, III e IV.
III.
O propósito principal da crônica resume-se pelo seguinte excerto do texto:
“Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida”. (linhas 142-143)
“Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento”. (linhas 154-156)
“Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo”. (linhas 161-162)
“Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho”. (linhas 172-174)