Selecionamos as questões mais relevantes da prova de vestibular UFPR 2013 - C. Gerais. Confira! * Obs.: a ordem e número das questões aqui não são iguais às da prova original.
Considerando os pares de frases a seguir, avalie em que casos a informação em (a) permite afirmar (b).
1. a) Em 01 de setembro de 2012, a cidade de São Paulo registrou a tarde mais quente do inverno. b) A tarde de 01 de setembro foi a mais quente do ano na cidade de São Paulo. 2. a) A música dita “sertanejo universitário” visa às classes A e B, enquanto as demais variedades sertanejas visam às camadas mais populares. b) A música conhecida como “sertanejo universitário”, ao contrário das demais variedades sertanejas, não visa às camadas populares. 3. a) Apesar de trabalharem juntos, a relação entre o técnico e o goleiro foi pautada por uma desconfiança recíproca. b) Tanto o técnico quanto o goleiro tinham restrições mútuas.
Atende(m) à condição acima estabelecida o(s) item(ns):
1 apenas.
2 apenas.
3 apenas.
1 e 3 apenas.
2 e 3 apenas.
Considere a seguinte informação extraída de uma notícia de jornal:
43% dos domicílios do Brasil são inadequados para moradia, diz IBGE. Taxa representa 24,7 milhões dos 57,5 milhões de lares no país em 2008. Em 1992, porém, 63,2% das casas não eram consideradas adequadas.
A conexão entre as afirmações feita com o uso de “porém” destaca que os índices de domicílios inadequados para moradia em 2008 e 1992:
são semelhantes: os índices eram muito altos em 1992 e continuam altos em 2008.
estão em oposição: mesmo altos, os índices de 2008 revelam uma melhoria em relação a 1992.
são contraditórios: os dados de 2008 mostram resultados opostos ao que se poderia prever a partir dos dados de 1992.
apontam para direções contrárias: revelam um retrocesso na adequação das moradias entre 1992 e 2008.
são complementares: os índices de 2008 eram previsíveis a partir dos dados de 1992.
Leia atentamente este trecho do Romanceiro da Inconfidência:
O Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles, vincula-se a uma tradição literária que prevê a mescla de gêneros. No livro, a recriação de fatos históricos, as falas de personagens espalhadas por toda a peça e a linguagem repleta de recursos expressivos poéticos resultam em uma obra singular. Com base nisso, considere as seguintes afirmativas:
1. A primeira estrofe apresenta o personagem central e sua ação anterior a uma reviravolta. 2. A segunda estrofe possui imagens líricas que podem ser associadas à poética do personagem retratado, como o carpe diem presente no verso “feneciam rosas”. 3. A contraposição entre dormir e sonhar, na terceira estrofe, é desenvolvida no diálogo entre a pastora e o sono, transcrito entre aspas. 4. O diálogo final atenua gradativamente a aflição inicial ao apresentar um conjunto de interrogações estruturadas em linguagem figurada.
Assinale a alternativa correta.
Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
Considere o soneto a seguir, de Gregório de Matos:
Descreve com galharda propriedade o labirinto confuso de suas desconfianças
Ó caos confuso, labirinto horrendo, Onde não topo luz, nem fio achando; Lugar de glória, aonde estou penando; Casa da morte, aonde estou vivendo! Oh voz sem distinção, Babel* tremendo; Pesada fantasia, sono brando; Onde o mesmo que toco, estou sonhando; Onde o próprio que escuto, não o entendo; Sempre és certeza, nunca desengano; E a ambas pretensões com igualdade, No bem te não penetro, nem no dano. És ciúme martírio da vontade; Verdadeiro tormento para engano; E cega presunção para verdade.
Ó caos confuso, labirinto horrendo, Onde não topo luz, nem fio achando; Lugar de glória, aonde estou penando; Casa da morte, aonde estou vivendo!
Oh voz sem distinção, Babel* tremendo; Pesada fantasia, sono brando; Onde o mesmo que toco, estou sonhando; Onde o próprio que escuto, não o entendo;
Sempre és certeza, nunca desengano; E a ambas pretensões com igualdade, No bem te não penetro, nem no dano.
És ciúme martírio da vontade; Verdadeiro tormento para engano; E cega presunção para verdade.
*Babel: bíblico, torre inacabada por castigo divino; quando de sua construção os homens viram seus idiomas se confundirem, gerando o desentendimento que os obrigou a se dispersarem. Por extensão, desentendimento, confusão.
(MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos. Seleção e organização: José Miguel Wisnik. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 219.)
O soneto transcrito apresenta características recorrentes da poesia de Gregório de Matos e do período literário em que ele o escreveu, o Barroco. Acerca desse soneto, é correto afirmar:
O poema descreve um labirinto e, de modo semelhante à imagem descrita, utiliza uma linguagem em que a ideia central só se apresenta no fim do texto.
O poema se apropria de duas imagens, Babel e labirinto, com a intenção de tematizar um sentimento conturbado: a presunção.
O poema se estrutura como um soneto típico, em que a ideia central está apresentada no primeiro quarteto.
As figuras de linguagem utilizadas associam ideias contrárias, o que se contrapõe às imagens do labirinto e de Babel.
O poema apresenta nos quartetos duas imagens concretas, dissociadas das abstrações apresentadas nos tercetos.
Considere o seguinte trecho da peça Anjo negro, de Nelson Rodrigues:
A peça Anjo negro, escrita por Nelson Rodrigues em 1946, permaneceu sob interdição da censura por dois anos, até estrear em abril de 1948. Integrante do grupo das peças míticas, a ação dramática apresenta um conflito ligado ao tema do preconceito racial. No trecho citado, torna-se possível compreender a motivação de algumas cenas constitutivas da trama. Considerando isso, assinale a alternativa correta.
A cena inicial apresenta o velório do filho de Ismael e Virgínia, que morre em uma vingança perpetrada por Elias.
O envolvimento de Elias e Virgínia é motivado pelo ódio e pelo medo que ambos sentem em relação a Ismael.
O cheiro de Ismael, sentido por Virgínia, é motivador dos crimes que ela comete ao longo da peça.
Elias mente ao explicar a causa da sua cegueira, com a intenção de conquistar a cunhada.
As ações de Ismael e de Virgínia os aproximam, uma vez que ambos praticam crimes motivados pelo preconceito racial.
Os capítulos do romance Inocência, de Visconde de Taunay, são introduzidos por epígrafes de autores variados, dentre as quais citamos:
1. “Semeai promessas; a ninguém causam desfalque, e o mundo é rico de palavras. / A esperança quando outros nela creem faz ganhar muito tempo. – Ovídio, A arte de amar”. (Capítulo 3) 2. “Sganarelo — De toda a parte vem gente procurar-me, e, se as coisas continuarem assim, sou de parecer que de uma vez devo dedicar-me à Medicina. Acho que de todos os ofícios é este o preferível, porque, ou se faça bem ou mal, sempre no fim há dinheiro. – Molière, O médico à força”. (Capítulo 3) 3. “Onde há mulheres, aí se congregam todos os males a um tempo. – Menandro”. (Capítulo 5) 4. “Considerai a arte da composição das asas da borboleta: a regularidade das escamas, cobrindo-as, como se fossem penas; a variedade das cambiantes cores; a tromba enrolada, com que suga o alimento no seio das flores; as antenas, órgãos delicados do tato, que lhe coroam a cabeça cercada de uma rede admirável de mais de mil e duzentos olhos... – Bernardin de Saint-Pierre, Harmonias da Natureza”. (Capítulo 21) 5. “Eis que vi um cavalo amarelo, e quem o montava era a morte. – São João, Apocalipse”. (Capítulo 30)
A respeito da relação entre as epígrafes e o texto de Taunay, é correto afirmar:
As ideias apresentadas pelas epígrafes não são ensinamentos morais preconizados pelo romance, já que o narrador e a trama romanesca desautorizam ideias como as das epígrafes 2 e 3, que expressam pensamentos de personagens.
Por causa do diálogo construído entre a trama romanesca e as epígrafes de autores estrangeiros, o romance de Taunay assume um caráter universalizante, o que o distingue dos romances regionalistas, que tratam de questões nacionais.
As epígrafes trazem para o romance ideias alheias que são discutidas pelos personagens, ao modo dos romances de ideias, nos quais são debatidos fragmentos de discursos de renomados poetas, ficcionistas e filósofos.
O texto ficcional desenvolve as ideias sugeridas pelas epígrafes: a epígrafe 1 serve de comentário ao episódio no qual Cirino ilude os padres do Colégio do Caraça, estimulando-os a acreditarem que ele é médico formado.
O romance dissemina ideias estrangeiras por meio das epígrafes oriundas de diferentes culturas e também pelos ensinamentos de Meyer, o naturalista alemão cujas ideias são responsáveis por civilizar os personagens sertanejos.
No artigo “Velha praga”, publicado em 1914, Monteiro Lobato apresenta uma imagem negativa do caipira, que é reforçada no artigo “Urupês”, que dá nome ao livro:
“Este funesto parasita da terra é o CABOCLO, espécie de homem baldio, inadaptável à civilização, mas que vive à beira dela na penumbra das zonas fronteiriças. À medida que o progresso vem chegando com a via férrea, o italiano, o arado, a valorização da propriedade, vai ele refugindo em silêncio, com o seu cachorro, o seu pilão, a pica-pau e o isqueiro, de modo a sempre conservar-se fronteiriço, mudo e sorna. Encoscorado numa rotina de pedra, recua para não adaptar-se. [...] Acampam. Em três dias uma choça, que por eufemismo chamam de casa, brota da terra como um urupê. Tiram tudo do lugar, os esteios, os caibros, as ripas, os barrotes, o cipó que os liga, o barro das paredes e a palha do teto. Tão íntima é a comunhão dessas palhoças com a terra local, que dariam ideia de coisa nascida do chão por obra espontânea da natureza – se a natureza fosse capaz de criar coisas tão feias. Barreada a casa, pendurado o santo, está lavrada a sentença de morte daquela paragem.” (LOBATO, Monteiro. Urupês. Obras Completas de Monteiro Lobato. Vol. 1. São Paulo: Brasiliense, 1948.)
“Este funesto parasita da terra é o CABOCLO, espécie de homem baldio, inadaptável à civilização, mas que vive à beira dela na penumbra das zonas fronteiriças. À medida que o progresso vem chegando com a via férrea, o italiano, o arado, a valorização da propriedade, vai ele refugindo em silêncio, com o seu cachorro, o seu pilão, a pica-pau e o isqueiro, de modo a sempre conservar-se fronteiriço, mudo e sorna. Encoscorado numa rotina de pedra, recua para não adaptar-se. [...] Acampam. Em três dias uma choça, que por eufemismo chamam de casa, brota da terra como um urupê. Tiram tudo do lugar, os esteios, os caibros, as ripas, os barrotes, o cipó que os liga, o barro das paredes e a palha do teto. Tão íntima é a comunhão dessas palhoças com a terra local, que dariam ideia de coisa nascida do chão por obra espontânea da natureza – se a natureza fosse capaz de criar coisas tão feias. Barreada a casa, pendurado o santo, está lavrada a sentença de morte daquela paragem.”
(LOBATO, Monteiro. Urupês. Obras Completas de Monteiro Lobato. Vol. 1. São Paulo: Brasiliense, 1948.)
A respeito da relação entre os contos e os artigos que compõem o livro, é correto afirmar:
Os contos de Urupês desenvolvem ficcionalmente os temas dos artigos; as personagens centrais são agregados que exaurem a terra até o limite e depois a abandonam. É o caso, por exemplo, de “Um suplício moderno”, em que se apresenta a rotina do caboclo e de sua família.
Os caipiras de “A vingança da peroba” não são agregados, mas proprietários de terras. A oposição entre as duas famílias nesse conto deixa clara a possibilidade do progresso à custa do trabalho com a terra, de maneira diferente daquela representada nos artigos.
As personagens de “O comprador de fazendas” praticam a queimada e, por isso, não conseguem tornar produtivas as terras da fazenda. Esse conto desenvolve ficcionalmente o tema dos artigos, sobretudo no que diz respeito às relações entre fazendeiros e agregados.
O mundo iletrado dos caipiras destoa do mundo erudito dos narradores. Serve de exemplo disso o conto “Os faroleiros”, em que, apesar da ambientação rural, aparecem referências a escritores como Shakespeare, Kipling e Ibsen.
O caipira de “O engraçado arrependido” é o Jeca Tatu, personagem ignorante e analfabeto que rendeu fama a Monteiro Lobato. Ao ridicularizar o caipira, Lobato depreciava sua cultura, o que fica claro nas referências que o conto faz por meio das piadas que nele se contam.
Ao longo das décadas de 1820 e 1830, o Brasil firmou acordos internacionais e promulgou leis que declararam extinto o tráfico internacional de escravos e declararam livres os negros que entrassem em território nacional. A peça Os dois ou o inglês maquinista, escrita e encenada na década de 1840, põe em cena a permanência do comércio ilegal de escravos e o tratamento dispensado aos negros naquela sociedade. Nessa peça de Martins Pena:
Mariquinha recebe de presente de seu pretendente um pajem negro. Nessa cena observa-se o esforço desmedido de Negreiro, que é capaz de cometer crimes para agradar a sua amada, postura adequada aos padrões românticos.
Clemência conseguiu comprar um escravo por intermédio de pessoas influentes. Preocupada com sua imagem na sociedade, ela mantém segredo quanto ao novo escravo, ocultando-o dos frequentadores de sua casa.
Felício refere-se a Negreiro como “um negociante de meia-cara”. A expressão, hoje em desuso, serve para julgar a falta de caráter de Negreiro, que usa de máscaras sociais para sustentar uma boa imagem perante a sociedade fluminense.
o inglês Gainer ameaça denunciar o comércio ilegal de escravos. Suas ameaças são movidas pelo desejo de afastar da casa de Mariquinha o traficante de escravos, Negreiro, e não por preocupação com o cumprimento da lei.
personagens negros desempenham papéis secundários, como “o preto dos manuês”, um “preto de ganho” e os escravos da casa. Relegando-os aos bastidores da ação, o autor deixa entrever o aspecto secundário do tema da escravidão para sua comédia.
No gráfico abaixo cada ponto indica o módulo da velocidade instantânea de um atleta medida ao final de cada quilômetro percorrido em uma maratona de 10 km.
Com base nas informações contidas nesse gráfico e considerando que o atleta partiu do repouso, analise as seguintes afirmativas:
1. O movimento do atleta é uniformemente acelerado nos primeiros 3 km. 2. Entre os quilômetros 4 e 5, o atleta pode ter se deslocado com velocidade constante. 3. As informações são insuficientes para calcular o tempo que o atleta levou para percorrer os 10 km.
Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
Dois satélites, denominados de SA e SB, estão orbitando um planeta P. Os dois satélites são esféricos e possuem tamanhos e massas iguais. O satélite SB possui uma órbita perfeitamente circular e o satélite SA uma órbita elíptica, conforme mostra a figura abaixo.
Em relação ao movimento desses dois satélites, ao longo de suas respectivas órbitas, considere as seguintes afirmativas:
1. Os módulos da força gravitacional entre o satélite SA e o planeta P e entre o satélite SB e o planeta P são constantes. 2. A energia potencial gravitacional entre o satélite SA e o satélite SB é variável. 3. A energia cinética e a velocidade angular são constantes para ambos os satélites.