Selecionamos as questões mais relevantes da prova de vestibular UFPR 2019 - C. Gerais. Confira! * Obs.: a ordem e número das questões aqui não são iguais às da prova original.
No livro Mulheres, raça e classe, Angela Davis perfaz um caminho histórico e social da luta das mulheres nos Estados Unidos e como diferentes movimentos e campanhas possibilitaram a construção dos direitos e das pautas políticas de gênero naquele país. Numa das passagens da obra, em que aborda as campanhas pelo direito ao aborto, Davis afirma que “o controle de natalidade – escolha individual, métodos contraceptivos seguros, bem como abortos, quando necessário – é um pré-requisito fundamental para a emancipação das mulheres. [...] E se a campanha pelo direito ao aborto do início dos anos 1970 precisava ser lembrada de que mulheres de minorias étnicas queriam desesperadamente escapar dos charlatões de fundo de quintal, também deveria ter percebido que essas mesmas mulheres não estavam dispostas a expressar sentimentos pró-aborto. Elas eram a favor do direito ao aborto, o que não significava que fossem defensoras do aborto. Quando números tão grandes de mulheres negras e latinas recorrem a abortos, as histórias que relatam não são tanto sobre o desejo de ficar livres da gravidez, mas sobre as condições sociais miseráveis que as levam a desistir de trazer novas vidas ao mundo”.
(DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016, p. 219-220.)
Com base no texto, é correto concluir que:
o feminismo e as pautas antiaborto foram fundamentais para se pensarem novas políticas públicas de controle de natalidade nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, a legislação moderna também propiciou que os movimentos das mulheres em busca de emancipação social fossem protegidos pelo Estado.
a despeito dos movimentos organizados que buscavam constituir a emancipação social das mulheres, a grande questão de fundo era e continua sendo não colocar-se contra ou a favor do aborto, mas de possibilitar que o direito ao aborto fosse extensivo às mulheres em condições de vulnerabilidade social, a ponto de as impedir de “trazer novas vidas ao mundo”.
as campanhas pró-aborto receberam apoio amplo da sociedade norte-americana e a sua prática obteve repercussão, já que até mesmo as mulheres de minorias étnicas conquistaram esse direito, adotando o aborto como método contraceptivo mais eficaz.
Angela Davis remete a um aspecto preciso na formação social norte-americana: as mulheres sempre tiveram os mesmos direitos que os homens e nunca houve qualquer forma de distinção por gênero nos Estados Unidos, já que a constituição daquele país é respeitada e protege a todos e todas de forma equânime.
embora o livro Mulheres, raça e classe tenha pertinência ao tratar de temas sobre a formação das minorias de gênero, raça e classe e, sobretudo nos Estado Unidos, é uma obra que repercute de forma instigante os temas presentes na década de 1970, tendo pouca relação com o contexto atual de luta por direito das mulheres no cenário global.
Em 1848, Karl Marx e Friedrich Engels publicaram o Manifesto Comunista. Segundo seus autores, “a burguesia desempenhou na História um papel iminentemente revolucionário. Onde quer que tenha conquistado o poder, a burguesia destruiu as relações feudais, patriarcais e idílicas. Rasgou todos os complexos e variados laços que prendiam ao homem feudal e seus superiores naturais, para só deixar subsistir, de homem para homem, o laço do frio interesse. [...] Fez da dignidade pessoal um simples valor de troca; substituiu as numerosas liberdades, conquistadas duramente, por uma única liberdade sem escrúpulos: a do comércio. Em uma palavra, em lugar da exploração dissimulada por ilusões religiosas e políticas, a burguesia colocou uma exploração aberta, direta, despudorada e brutal. [...] Tudo o que era sólido e estável se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado e os homens são obrigados finalmente a encarar sem ilusões a sua posição social e as suas relações com outros homens”.
(MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. O manifesto comunista. São Paulo: Boitempo, 2001, p. 42-43.)
Com base nessa passagem de O Manifesto Comunista, assinale a alternativa correta.
Marx e Engels demonstram uma grande empatia pela classe burguesa, na medida em que ambos possuíam origem social nessa classe. Entendem também que o proletariado cumpriu um papel importante na construção das sociedades capitalistas, mas que não o fariam de modo pleno sem a existência da burguesia e seus intelectuais, que forneciam as diretrizes necessárias para o desenvolvimento do capitalismo.
Para os autores, não haveria outra possibilidade de a burguesia revolucionar os meios de produção, por conseguinte, as relações de produção, que não fosse pelo modelo instituído pela Revolução Francesa, ocorrida em 1848. Daí a importância do Manifesto Comunista, escrito no mesmo ano, o que demonstra que Marx e Engels concordavam com os ideais comunistas da Revolução Francesa.
Quando Marx e Engels escrevem que “tudo o que era sólido e estável se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado e os homens são obrigados finalmente a encarar sem ilusões a sua posição social”, atestam quanto a revolução burguesa, com auxílio dos comunistas soviéticos, estava travando uma luta contra a igreja cristã ocidental.
Há muito, frações da burguesia e partidos de orientação comunista no continente europeu estavam associados numa campanha contra os valores modernos, cristãos e ocidentais. A revolução da burguesia descrita por Marx e Engels em O Manifesto Comunista já defendia o Estado totalitário e o fim das liberdades individuais, que, mais tarde, iriam resultar na formação de partidos políticos de extrema-esquerda, como o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, também conhecido como Partido Nazista.
De acordo com Marx e Engels, a burguesia, enquanto nova classe social que emerge no mundo moderno, trouxe consigo uma série de elementos que não apenas denunciaram os aspectos arcaicos das sociedade antigas, suas formas arquetípicas de dominação, seu primitivismo religioso e sua ineficácia política, como também apresentaram a modernidade como novo projeto de sociedade, retirando os indivíduos de sua passividade social e lançando-os no processo histórico de desenvolvimento de suas relações de produção.
Escreve Gerard Lebrun: “Com efeito, o que é política? A atividade social que se propõe a garantir pela força, fundada geralmente no direito, a segurança externa e a concórdia interna de uma unidade política particular (conforme descreve Julien Freund em Qu’estceque la Politique). Não é dogmaticamente que eu proponho esta definição (outras são possíveis), mas simplesmente para ressaltar que, sem o uso da noção de força, a definição seria visivelmente defeituosa. Se, numa democracia, um partido tem peso político, é porque tem força para mobilizar um certo número de eleitores. Se um sindicato tem um peso político é porque tem força para deflagrar uma greve. Assim, força não significa necessariamente a posse de meios violentos de coerção, mas de meios que permitam influir no comportamento de outra pessoa. A força não é sempre (ou melhor, é raríssimamente) um revólver apontado para alguém”.
(LEBRUN, Gerard. O que é poder. São Paulo: Brasiliense, 1981, p. 04.)
Qual é a relação entre força e política expressa pelo autor nesse excerto?
Não há relação direta entre força e política, pois nenhuma se apresenta como componente essencial que permita explicaras diferentes formas de exercício do poder.
A política e a força anulam-se enquanto categorias que pretendem explicar as diferentes noções de poder hoje existentes. O poder, por sua vez, é formado exclusivamente pela força, seja militar ou civil, pois ele é manifestação simbólica das estruturas de repressão.
Significa afirmar que as estruturas de poder instrumentalizam a força e a política como forma de manter um determinado modelo de governança. A relação entre elas se dá nessa condição: força e política só existem, de fato, quando as estruturas de poder, ou seja, o governo, considera tais estruturas necessárias para a manutenção de uma determinada ordem institucional repressiva.
Força e política não são conceitos excludentes ou contrários. Para que a política seja exercida, é necessária uma capacidade de mobilização, consentimento e construção de hegemonia por quem deseja agir politicamente. Assim, a força implica o poder de que se dispõe na construção de maiorias políticas.
A relação entre política e força se expressa na destituição do poder e na construção das resistências nos movimentos sociais e nos sindicatos. A política e a força física são instrumentos usualmente presentes na militância partidária como forma de questionar o exercício do poder.
According to the information reported by the National Union of Mineworkers (NUM), hundreds of South African mine workers:
died after they were entombed by fire while working in a gold mine.
had to fight an underground fire before they were sent to nearby burn centers.
were able to leave a mine after an underground fire started but a lot of them suffered from breathing in smoke.
underwent serious health problems and as a consequence were incapable of continuing working inside gold mines.
got lost after a fire began violently at a gold mine in Johannesburg.
Gold One and Palabora Mining Company operate South African mines. Both companies have one aspect in common: they are unlisted. This means that these companies:
are not on the official list of a particular stock exchange, so people cannot buy or sell their stocks there.
are not trustworthy or reliable because of their latest incidents in South African gold and copper mines.
have not been inspected by investors and, as a consequence, their workers are in constant danger.
do not agree with the recent events which have slaughtered mine workers.
do not have any company officials considering the dangers miners have to face in South Africa.
De acordo com o texto, é correto afirmar:
As centenas de mortes ocasionadas pelo incêndio em uma mina de carvão tensionaram as relações entre mineiros e as companhias.
Os riscos de morte e de inalação de fumaça têm sido minorados com a com a intervenção da União Nacional dos Mineradores.
Representantes das companhias que atuam nas minas na África do Sul se manifestaram por meio de um comunicado em relação às medidas tomadas no caso das mortes nas minas.
A União Nacional de Mineradores (NUM) reprovou os incidentes ocorridos em minas na África do Sul, afirmando que eles têm se tornado uma tendência.
A morte de mineiros em uma mina de carvão e outras centenas de mineiros presos em uma mina de ouro ao leste de Johannesburgo ocorreram simultaneamente.
According to the text, it is correct to say that René Descartes:
had a long lasting and untroubled relationship with his daughter.
was enthusiastic about moving mechanical devices.
decided to build a mechanical clock.
used to tell people a story about his daughter Francine.
taught his daughter to sit and greet people like a robot.
In the sentence “This centred on Descartes’s daughter Francine, who died of scarlet fever …”, the underlined word refers to the:
philosopher’s death.
clockwork.
French philosopher.
strange story.
automata.
A partir das informações apresentadas no texto, considere as seguintes afirmativas:
1. Descartes viajou para a Suécia com um robô escondido.
2. Os marinheiros abriram à força um baú que continha o simulacro de uma criança.
3. A tripulação fez uma apresentação do robô para os passageiros do navio.
4. Chocados com o que viram, os marinheiros jogaram o humanoide ao mar.
Assinale a alternativa correta.
Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
In the sentence “Those who build such devices do so in the hope that they will overcome natural limits …”, the underlined word refers to:
hopes and fears.
human-like machines.
three millennia.
natural limits.
machine builders.