Selecionamos as questões mais relevantes da prova de vestibular UFRGS 2019. Confira! * Obs.: a ordem e número das questões aqui não são iguais às da prova original.
No bloco superior abaixo, estão listados títulos de canções de Elis & Tom; no inferior, comentários sobre essas canções.
Associe adequadamente o bloco inferior ao superior.
1 - Modinha
2 - Retrato em branco e preto
3 - Inútil paisagem
4 - Corcovado
( ) O sujeito cancional, solitário, não consegue desfrutar da natureza.
( ) Criação metacancional em que a canção aparece como forma de remediar a desilusão amorosa.
( ) O sujeito cancional expressa sua felicidade em ter morada, amor, violão e a própria canção.
( ) O sujeito cancional manifesta sua reincidência em um amor que já o fez sofrer.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
3 – 1 – 4 – 2.
2 – 3 – 1 – 4.
3 – 2 – 1 – 4.
1 – 2 – 4 – 3.
4 – 1 – 3 – 2.
Considere as seguintes afirmações sobre a peça Gota d’água, de Chico Buarque e Paulo Pontes.
I - Jasão é autor do samba que d á título à peça, e o sucesso do samba deve-se unicamente ao talento e originalidade de Jasão.
II - Joana renega sua origem popular e almeja deixar o conjunto habitacional onde reside.
III - A traição conjugal está associada à traição de classe, já que Jasão abandona Joana para casar-se com Alma, filha do proprietário do conjunto habitacional.
Quais estão corretas?
Apenas I.
Apenas II.
Apenas III.
Apenas II e III.
I, II e III.
Leia as seguintes afirmações sobre as peças Hamlet, de Shakespeare, e Gota d’água, de Chico Buarque e Paulo Pontes.
I - Hamlet e Joana caracterizam-se como heróis trágicos por sua retidão de caráter e pelo ímpeto de decisão.
II - Os heróis são vítimas da situação corrupta em ambas as peças.
III - A presença de narradores reforça o aspecto moderno das duas tragédias.
Apenas I e III.
No bloco superior abaixo, estão listados os nomes de personagens de A hora da estrela, de Clarice Lispector, e de Gota d’água, de Chico Buarque e Paulo Pontes; no inferior, trechos relacionados a essas personagens.
1 - Macabéa
2 - Joana
( ) Ninguém vai sambar na minha caveira. Vocês tão de prova: eu não sou mulher pra macho chegar e usar como quer, depois dizer tchau.
( ) Pra não ser trapo nem lixo, nem sombra, objeto, nada, eu prefiro ser um bicho, ser esta besta danada. Me arrasto, berro, me xingo, me mordo, babo, me bato, me mato, mato e me vingo, me vingo, me mato e mato.
( ) Então defendia-se da morte por intermédio de um viver de menos, gastando pouco de sua vida para esta não se acabar.
( ) Ela nascera com maus antecedentes e agora parecia uma filha de um não-sei-o-quê com ar de se desculpar por ocupar espaço.
2 – 2 – 1 – 1.
2 – 1 – 1 – 2.
2 – 1 – 2 – 1.
1 – 2 – 2 – 1.
1 – 1 – 2 – 2.
Assinale a alternativa correta sobre o romance A hora da estrela, de Clarice Lispector.
Rodrigo S.M. é narrador onisciente, de modelo realista tradicional.
O diário de Macabéa ocupa parte da narrativa, em que aparecem seus dilemas existenciais.
Macabéa é modelo de personagem consciente existencial e socialmente.
Olímpico é namorado de Macabéa, dedicado e compreensivo.
Glória é colega de Macabéa, estabelecendo um contraponto de mulher urbana e decidida.
Leia este trecho do texto Censura-violência (1979), de Antonio Candido (1918-2017).
Violência física e violência mental são na verdade violência social, como fica mais evidente neste fim de século especialmente bruto. Ela é fruto da desigualdade econômica, que requer força para se manter, porque sem força a igualdade se imporia como solução melhor, que na verdade é. Hoje, é espantoso ouvir e ler os pronunciamentos das autoridades de todos os níveis, que falam com veemência crescente que a miséria do povo é intolerável, que a concentração da riqueza deve ser mitigada, que a pobreza é um mal a ser urgentemente superado – não raro com estatísticas demonstrativas. É espantoso, porque até pouco tempo tais afirmações eram consideradas coisa de subversivos; e é espantoso porque isso é dito, mas quem diz faz tudo para que as coisas fiquem como estão, e para que os que querem mudar sejam devidamente enquadrados pela força. Não há dúvida de que a censura funciona como retificação, como dolorosa ortopedia feita para lembrar aos incautos a obrigação de não passar da demagogia à luta real pela democracia. A ideia, a palavra, a imagem podem ser instrumentos perigosos aos olhos dos que desejam apenas escamotear, operando conscientemente no plano da ideologia para abafar a verdade. Censura, portanto, e censura como arma para formar com outras o arsenal de manutenção da desigualdade – econômica, política, social. Por isso, mais em nosso tempo do que em outros, nos quais eram menos variados e atuantes os meios de expressão, devemos estar cada vez mais preparados para lutar contra a violência dentro da qual vivemos em todos os níveis. Inclusive a da censura.
Considere as seguintes afirmações sobre o trecho acima.
I - O autor defende que a censura é uma forma de violência a serviço da manutenção da desigualdade econômica, política e social.
II - O autor elogia as iniciativas de governo que têm verdadeiramente contribuído para a extinção da pobreza.
III - O autor convoca o leitor a combater todas as formas de violência.
Leia as seguintes afirmações sobre o conto Fotografias, de Caio Fernando Abreu.
I - Gladys, segundo o narrador, é loira, trintona, gostosa, moderna e extrovertida; hábil datilógrafa e secretária muito eficiente.
II - Liége, segundo o narrador, é morena, magrinha, ponderada como uma britânica; também é datilógrafa e secretária muito competente.
III - Gladys e Liége, embora diferentes física e psicologicamente, esperam pelo homem dos sonhos, pelo grande amor.
Leia o microconto “Adão”, de João Gilberto Noll, publicado em Mínimos, múltiplos, comuns.
“Resguardo”, palavra vetusta. Verdadeiros camafeus a recebem, figuras fora do alcance de qualquer viva vibração. Ela estava agora fora do alcance até de si mesma, já era substância de uma outra, alguém que de fato nunca vira em seus embalos, flutuações, transtornos. Deitada no tapete, feito roupa despida, sem sustentar por mais de alguns segundos alguma consciência de si ou do entorno. Já no seu terceiro dia de abandono. Batem à porta, ela não ouve. Soletram bem alto seu nome, suplicam. Em vão. Até que num ímpeto retorna a seu antigo pesadelo e diz: “Vou atender, vou sim, é minha viciada missão...”. Levanta-se com esforço, tateia. Ela abre a porta. Olhem ali: a figura que abre atendendo aos chamados é um homem, estritamente um. Chama-se Adão.
Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações sobre o microconto.
( ) O microconto apresenta um instante ficcional completo e intenso: a solidão existencial, representada na figura de Adão.
( ) O narrador é onisciente e poderoso: sabe do passado, presente e futuro da personagem.
( ) O poder do narrador abarca até mesmo o leitor, perceptível na expressão “Olhem ali”.
( ) O tempo está em suspensão, marcado pelos verbos no presente: recebem, ouve, soletram, retorna, levanta-se, abre.
V – V – F – F.
V – V – V – V.
F – F – V – V.
F – V – F – V.
V – F – V – F.
Leia as seguintes afirmações sobre o romance a máquina de fazer espanhóis, de Valter Hugo Mãe.
I - Antônio Silva perde a esposa Laura e é internado no Lar da Feliz Idade.
II - A ditadura salazarista aparece na narrativa através de personagens com atuação política, como o jovem de 21 anos de quem Antônio Silva corta o cabelo.
III - O romance apresenta intertextualidade com o poema "Tabacaria", de Álvaro de Campos.
Leia as seguintes afirmações sobre o romance Diário da queda , de Michel Laub.
I - A narrativa constrói-se na forma de diário, mas sem a forma tradicional, pois não há registro de datas precisas.
II - O acontecimento no aniversário de João é o ponto de partida para o narrador questionar sua identidade e sua condição no mundo.
III - A memória do avô e a militância do pai não exercem pressão no narrador, em sua condição judaica.
Apenas I e II.