Selecionamos as questões mais relevantes da prova de vestibular UFSC 2010. Confira! * Obs.: a ordem e número das questões aqui não são iguais às da prova original.
O meio ambiente pode influenciar o funcionamento do nosso organismo de várias formas, desde a alteração de funções fisiológicas, das quais geralmente não nos damos conta, até alterações na nossa percepção sensorial e estado de ânimo. Por exemplo, nas grandes festas musicais que se estendem madrugada adentro, conhecidas como “raves”, o consumo de álcool e bebidas estimulantes, como os “energéticos”, chega a níveis alarmantes. No contexto da ideia de diversão, a mistura destas duas substâncias pode trazer consequências devastadoras para o organismo humano. A pessoa que consome o energético junto com o álcool reduz o efeito deste, uma vez que o estimulante diminui o efeito depressor do álcool sobre o sistema nervoso. Esta ação dos energéticos reduz a percepção da embriaguez, e leva as pessoas a ingerir mais álcool, as quais não se dão conta dos riscos envolvidos. Uma superdosagem desta substância aumenta a frequência cardiorrespiratória e pode provocar irritação estomacal e intestinal. O que a princípio é euforia e excitação, pode transformar-se em tontura e desmaio.
Sobre o assunto do texto acima, pode-se afirmar corretamente que:
o sistema nervoso responde pela coordenação e controle do funcionamento do organismo, independentemente da ação do sistema endócrino.
o efeito estimulante das “bebidas energéticas” é consequência da liberação de neurotransmis-sores, como a dopamina, que provocam sensação de prazer.
glicídios ou carboidratos são fontes de energia para o nosso organismo.
em nível celular, a organela citoplasmática responsável pela produção de energia é o lisossomo.
a longo prazo, o consumo de álcool em grandes quantidades não provoca alterações cardiovas-culares, nem prejuízo nas funções hepáticas.
a interação entre o consumo excessivo de álcool e bebida energética não traz danos fisiológicos ao organismo.
o controle da frequência cardiorrespiratória é uma das funções que podem ser atribuídas ao sistema nervoso autônomo.
Entre os pobres muitos se dirigem a terras estranhas, vendidos e cobertos de correntes [...]. Quantos dos que tinham sido vendidos, uns injustamente, outros com justiça, fiz voltar para Atenas, sua pátria, fundada pelos deuses [...]. Dei liberdade a outros que, aqui mesmo (em Atenas), sofriam servidão indigna e tremiam diante do humor dos patrões. Eis o que realizei, graças à soberania da lei, fazendo com que a força e a justiça agissem concordemente. (Sólon, Elegias. Apud HOLANDA, S. Buarque de. História da Civilização. 6. ed. São Paulo: Nacional, 1979. p. 58.)
Entre os pobres muitos se dirigem a terras estranhas, vendidos e cobertos de correntes [...].
Quantos dos que tinham sido vendidos, uns injustamente, outros com justiça, fiz voltar para Atenas, sua pátria, fundada pelos deuses [...].
Dei liberdade a outros que, aqui mesmo (em Atenas), sofriam servidão indigna e tremiam diante do humor dos patrões.
Eis o que realizei, graças à soberania da lei, fazendo com que a força e a justiça agissem concordemente.
(Sólon, Elegias. Apud HOLANDA, S. Buarque de. História da Civilização. 6. ed. São Paulo: Nacional, 1979. p. 58.)
Com base no texto acima e nos seus conhecimentos sobre a sociedade e a democracia ateniense, assinale a(s) proposição(ões) correta(s).
Na experiência democrática vivida pelos atenienses durante o período helenístico, a escravidão foi eliminada através da legislação elaborada por Sólon, sobrevivendo apenas a servidão voluntária.
As leis de Sólon, consideradas avançadas para a época da sua promulgação, admitiam a escravização dos endividados ou filhos de escravos, pois a perda de direitos individuais não feria os princípios da democracia ateniense.
Na sociedade ateniense, as três principais classes sociais eram representadas por: cidadãos nobres, homens livres nascidos de pai e mãe ateniense; metecos, estrangeiros autorizados a viver na Ática; e escravos, prisioneiros de guerra ou filhos de escravos.
Drácon publicou as primeiras leis escritas em Atenas e com elas reforçou o direito dos nobres de interpretar as leis segundo as próprias conveniências, dando origem à tirania e ao adjetivo “draconiano”, que significa severo, rígido.
As reformas implantadas por Sólon foram rechaçadas pelos tiranos, nobres empobrecidos pelas decisões democráticas, tomadas em praça pública e com a participação de toda a população de Atenas.
As manifestações de descontentamento com as leis de Drácon fez com que a administração de Atenas fosse confiada ao arconte Sólon, que realizou importantes reformas: proibiu a escravização de pessoas endividadas e perdoou as dívidas dos pequenos lavradores, devolvendo-lhes as terras perdidas.
Durante muitos séculos a Idade Média foi considerada um período de trevas, "Noite de mil anos", no qual o mundo teria vivenciado uma longa fase de decadência científica, social e cultural. Porém, um número significativo de estudos históricos e publicações do século XX revelam que a Idade Média, como outros períodos da história da humanidade, representa uma etapa na qual houve crise, mas também desenvolvimento científico, social e cultural.
Em relação à cultura medieval europeia, assinale a(s) proposição(ões) correta(s).
As fortificações militares constituem as mais eloquentes e originais manifestações da arquitetura medieval. Nelas predomina os estilos barroco, românico e gótico. Os cuidados estéticos revelam a preocupação dos senhores feudais e do clero em tornar as defesas militares espaços simbólicos, representando "as fortalezas de Deus".
Santo Agostinho, autor de Confissões e Cidade de Deus, dedicou-se à elaboração de uma síntese da filosofia platônica e da doutrina cristã. A natureza humana seria, por essência, corrompida. Na fé em Deus, Agostinho localizava a possibilidade de remissão e salvação eterna.
Entre as obras literárias mais conhecidas da Idade Média destacaram-se a Canção de Rolando, Poema de Cid e a Divina Comédia, um poema no qual Dante Alighieri relata sua viagem ao Inferno, Purgatório e ao Paraíso.
A partir do século XII, predominou no ensino da Europa Ocidental o trivium, em que se ensinava gramática, retórica e lógica, e o quadrivium, voltado para preparar o aluno em aritmética, geometria, astronomia e música.
Durante a Idade Média, as ciências e a tecnologia conheceram um desenvolvimento que pode ser considerado insignificante, pois o clero reagia com violência a qualquer manifestação científica, tida como ameaçadora das verdades reveladas na Bíblia.
Na década de 1920, política, economia e cultura andaram muito próximas no Brasil e cada uma, a seu modo, propunha mudanças para o país.
Sobre este período, é correto afirmar que:
na política destacou-se o movimento tenentista, que procurava manter a ordem oligárquica através de várias revoltas, apoiando militarmente a República Velha.
a Semana de Arte Moderna, em 1922, procurou evidenciar uma arte com raízes brasileiras e de compromisso com a nacionalidade, tendo expoentes intelectuais como Mário de Andrade e Di Cavalcanti, entre outros.
o Cap. Luís Carlos Prestes organizou uma coluna de combatentes, que percorreu o interior do Brasil em uma longa marcha, pregando a destituição do governo golpista de Getúlio Vargas.
a economia dependia basicamente da exportação do café. No entanto, o mercado internacional não absorvia a superprodução brasileira, quadro agravado com a quebra da Bolsa de Nova York, que paralisou o comércio, afetando profundamente a cafeicultura nacional.
foi notório o processo de industrialização e urbanização do Brasil, o que facilitou a formação de novos grupos sociais, tais como a burguesia industrial, a classe média urbana e o operariado. Os capitais acumulados com a atividade cafeeira foram investidos no setor industrial, cujo marco significativo foi a criação do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo.
Sobre acontecimentos históricos ocorridos no sul do Brasil, é correto afirmar que:
no século XVIII, em função dos vários conflitos em torno das fronteiras no sul do continente americano, a Ilha de Santa Catarina chegou a ser dominada por algum tempo por tropas espanholas.
no processo de ocupação de terras e formação de colônias no século XIX, destacam-se numericamente os empreendimentos privados, tais como a Colônia Blumenau (SC) e São Leopoldo (RS).
a pesca da baleia, tão combatida nos dias atuais por movimentos ambientalistas como o Green Peace, foi uma atividade econômica importante no litoral de Santa Catarina, na segunda metade do século XVIII, originando as várias “armações” ao longo da costa catarinense.
na história do sul do Brasil os caminhos de tropas ocupam lugar de destaque, visto que ao longo destes caminhos foram fundados vários povoados, hoje cidades, tais como Vacaria, Lages, Curitiba e São Francisco do Sul.
em Santa Catarina podemos associar várias etnias e suas respectivas atividades econômicas, assim distribuídas: os açorianos e luso-brasileiros dedicaram-se à indústria no norte do estado; os alemães aos serviços e ao comércio no litoral; os italianos e poloneses à criação de gado na região do planalto; os descendentes de alemães e de italianos, vindos do Rio Grande do Sul, à agricultura no oeste de Santa Catarina.
no contexto da economia extrativa, durante muitos anos, a madeira foi importante item na pauta de exportação catarinense. O mesmo não pode ser dito em relação à erva-mate que teve apenas um papel na economia interna, sendo irrelevante como produto de exportação.
Os africanos foram trazidos do chamado continente negro para o Brasil em um fluxo de intensidade variável. Os cálculos sobre o número de pessoas transportadas como escravos variam muito. Estima-se que, entre 1550 e 1855, entraram pelos portos brasileiros 4 milhões de escravos, na sua grande maioria jovens do sexo masculino. (FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo,1995. p. 51.)
Os africanos foram trazidos do chamado continente negro para o Brasil em um fluxo de intensidade variável. Os cálculos sobre o número de pessoas transportadas como escravos variam muito. Estima-se que, entre 1550 e 1855, entraram pelos portos brasileiros 4 milhões de escravos, na sua grande maioria jovens do sexo masculino.
(FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo,1995. p. 51.)
Sobre a escravidão no Brasil, é correto afirmar que:
eram chamados quilombos os espaços determinados para alojar os escravos destinados ao comércio e foram fundamentais na estrutura produtiva dos engenhos de açúcar.
o dia da consciência negra celebra a assinatura da Lei Áurea no século XIX, que proclamou a liberdade dos escravos.
aos escravos só restava a rebeldia como forma de reação, a qual se manifestava através do assassinato de feitores, das fugas e até do suicídio. Não havia qualquer forma de negociação com vistas a melhores condições de vida por parte dos negros.
o Quilombo dos Palmares, organizado no interior do atual Estado de Alagoas, é considerado o mais importante do período colonial e foi liderado por Zumbi.
no continente africano os vários povos estavam divididos em etnias organizadas em tribos, clãs e reinos. Apesar desta divisão, a unidade desses povos foi uma forma de resistirem à escravidão e não serem transformados em mercadoria.
a Constituição de 1988 afirma que “cabe aos remanescentes das comunidades de quilombos que estejam ocupando suas terras o reconhecimento da propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos definitivos”. Este artigo da Constituição solucionou a “questão quilombola” no Brasil.
através das obras do pintor e desenhista alemão Johan Moritz Rugendas, é possível conhecer aspectos do cotidiano da escravidão. Ele aqui esteve no século XIX e deixou preciosa fonte iconográfica sobre a vida no Brasil.
Sobre a industrialização no mundo, assinale a(s) proposição(ões) correta(s).
Na tentativa de solucionar os problemas sociais, gerados pela Revolução Industrial, alguns pensadores desenvolveram teorias como o socialismo utópico, o socialismo científico e o socialismo cristão.
O rápido desenvolvimento industrial trouxe a melhoria das condições de vida de um número representativo de trabalhadores. Porém, as greves e a destruição de máquinas, que reuniam número significativo de baderneiros e comunistas, convenceram os capitalistas das vantagens do socialismo.
Os sindicatos, as leis de amparo aos trabalhadores, a limitação das horas de trabalho, a fixação de salários mínimos e a proibição do trabalho das crianças foram medidas que eliminaram os problemas sociais gerados pela industrialização na Europa.
A Revolução Industrial na Inglaterra, inspirada nos princípios do Liberalismo Econômico, permitiu a instalação de um modelo econômico justo e democrático, no qual as relações entre patrões e operários, coordenadas pelos sindicatos, se tornaram harmoniosas.
No Brasil a industrialização somente ocorreu no século XX, através de um processo de substituição de importações. A procura de produtos industrializados era maior que a oferta e a indústria nacional foi incentivada a aumentar a produção a fim de atender o mercado interno.
Nas regiões que vivenciaram os efeitos da Revolução Industrial houve deslocamento de camponeses para as cidades. Surgia assim o grupo social denominado proletariado, que nas cidades encontraria condições de vida adequadas para viver e educar seus filhos.
No processo de conquista da América pelos europeus, a resistência indígena foi uma realidade percebida em todo o continente.
Sobre este tema, é correto afirmar que:
no período da conquista europeia da América, os povos indígenas do continente, com o objetivo de expulsar o invasor, formaram uma unidade que superou conflitos tribais.
em vários países hispânicos, como Peru, Bolívia e México, a sobrevivência de línguas indígenas pode ser entendida como forma de resistência.
a presença da Igreja, especialmente através de várias ordens religiosas, dificultou a conquista da América pelos europeus, visto que estas ordens organizaram a população indígena para a resistência.
ao organizarem o sistema colonial, baseado inicialmente na exploração de ouro e prata, os espanhóis deslocaram grandes contingentes de populações indígenas para o trabalho compulsório, o que comprometeu a produção de alimentos, gerando fome e facilitando a conquista.
visando conquistar o interior do Brasil ainda desconhecido, os portugueses organizaram o movimento bandeirantista, que tinha a função de aprisionar e escravizar populações indígenas, prática que contou com o apoio dos jesuítas.
a escravidão indígena revelou-se eficaz nas áreas da grande lavoura de exportação, especialmente devido a fatores tais como: presença em massa de tribos nas áreas litorâneas; adaptação ao regime de trabalho agrícola; pouco valor dos índios cativos, dado o seu grande número.
Em novembro de 2009, comemorou-se de várias formas os 20 anos da queda do muro de Berlim.
Em relação a este tema, é correto afirmar que:
tratava-se de uma divisão simbólica entre dois blocos ideológicos, o socialismo e o capitalismo, separados por uma profunda e irreconciliável divisão no campo das ideias, comparada, por isso, a um muro.
o muro de Berlim foi levantado na capital alemã por determinação de Adolf Hitler, como demonstração de força do nazismo, para separar os judeus dos alemães.
foi construído por determinação das forças que compunham a OTAN, especialmente a Alemanha Oriental, tendo sido um resultado da guerra fria.
a queda do muro de Berlim foi uma necessidade que se impôs frente à nova configuração econômica da Europa, isto é, à constituição de um bloco de países que adotou o euro como moeda comum.
considerando que as potências aliadas na II Guerra Mundial decidiram dividir a Alemanha em quatro zonas de influência (norte-americana, soviética, inglesa e francesa), a queda do muro foi uma consequência inevitável.
a sua construção foi motivada para conter a emigração de alemães orientais, em grande número, para o lado capitalista, especialmente de trabalhadores com alta qualificação profissional.
o muro de Berlim dividiu a capital da Alemanha em área comunista e área capitalista, cabendo aos cidadãos decidirem em qual dos lados se estabelecer.
A perspectiva de que o petróleo pode ser o caminho para levar o Brasil ao patamar de uma grande potência econômica habita o imaginário coletivo desde o início do século XX. O escritor Monteiro Lobato foi um dos primeiros defensores da ideia. Nacionalista, ele montou uma empresa de pesquisa, perdeu tudo o que havia ganhado com a literatura e ainda acabou preso por ter criticado militares favoráveis à abertura da exploração de petróleo a estrangeiros. (VEJA. São Paulo: Abril, n. 36, edição 2129, p. 64, 9 set. 2009.)
A perspectiva de que o petróleo pode ser o caminho para levar o Brasil ao patamar de uma grande potência econômica habita o imaginário coletivo desde o início do século XX. O escritor Monteiro Lobato foi um dos primeiros defensores da ideia. Nacionalista, ele montou uma empresa de pesquisa, perdeu tudo o que havia ganhado com a literatura e ainda acabou preso por ter criticado militares favoráveis à abertura da exploração de petróleo a estrangeiros.
(VEJA. São Paulo: Abril, n. 36, edição 2129, p. 64, 9 set. 2009.)
Com referência à questão do petróleo da qual também participou o escritor Monteiro Lobato, assinale a(s) proposição(ões) correta(s).
As iniciativas de Monteiro Lobato, que receberam apoio financeiro do governo Vargas, permitiram-lhe investir em companhias petrolíferas e pesquisas voltadas para a produção de álcool e biodiesel.
As discussões nacionalistas em relação ao petróleo tiveram resultados concretos, tais como a criação da Petrobras, que recentemente tornou o Brasil autossuficiente na produção petrolífera.
Monteiro Lobato tentou convencer a população e as autoridades que era preciso explorar o petróleo nacional para dar ao povo um padrão de vida à altura de suas necessidades.
O sucesso editorial de Monteiro Lobato na área da literatura infantil foi resultado dos subsídios para explorar petróleo recebidos do governo de Getúlio Vargas durante o Estado Novo.
Monteiro Lobato juntamente com economistas de sua época consideravam que o ferro e o petróleo formavam a base da prosperidade econômica dos norte-americanos e que poderiam, também, tornar-se a base da mesma prosperidade para o Brasil.
Monteiro Lobato recuperou os recursos perdidos na prospecção do petróleo, com a venda, ao governo, de um projeto de pesquisa que comprovava a existência de gás e petróleo na camada do Pré-Sal.