Selecionamos as questões mais relevantes da prova de vestibular UFSC 2018/2. Confira! * Obs.: a ordem e número das questões aqui não são iguais às da prova original.
De acordo com o texto, é correto afirmar que:
a ideia principal é apresentar o INDL, informando seu objetivo e finalidades, com ênfase na pluralidade linguística brasileira e no papel das línguas na preservação cultural e identitária dos grupos que constituem a sociedade brasileira.
o INDL é um Decreto que oficializa o papel unificador do Estado com vistas ao fortalecimento de uma língua nacional.
o Brasil figura entre os países com maior diversidade linguística, não obstante o esforço do colonizador português em impor sua língua pátria, extinguindo os sotaques locais.
entre suas ações, o INDL prevê demarcação de fronteiras geográficas, de modo a delimitar o espaço das diferentes línguas faladas no território brasileiro e, assim, preservá-las.
o INDL foi instituído com vistas à ampliação do nosso patrimônio cultural, incentivando tanto o surgimento de novas línguas faladas como o de novas variedades do português.
embora na percepção de grande parte do povo brasileiro o nosso país seja monolíngue, o Brasil é, de fato, multilíngue, pois não há apenas uma língua falada no Brasil.
as palavras “mobilização” (linha 04), “mapeamento” (linha 13) e “transmissão” (linha 16) são formadas por um processo de derivação similar: são nomes derivados de verbos por acréscimo de sufixo.
em “Estima-se que” (linha 01) e “que se acostumou” (linhas 03-04), o vocábulo sublinhado indica que o sujeito é indeterminado nos dois casos.
em “seu objetivo” (linha 09), o pronome possessivo faz referência a “patrimônio cultural” e, em “reconhecê-las” (linha 12), o pronome pessoal faz referência a “as línguas”.
em “além do português e de suas variedades” (linha 02) e “Além de possibilitar a ampliação do mapa” (linha 17), as locuções sublinhadas introduzem, respectivamente, uma informação adicional ao conteúdo precedente e uma delimitação geográfica da língua como referência identitária.
as palavras “Inventário” (linha 06) e “inventários” (linha 18) estão grafadas com letra maiúscula e com letra minúscula por se referirem, respectivamente, ao nome próprio de um documento oficial e à designação comum atribuída a esse tipo de instrumento que registra, no caso, um levantamento linguístico.
a preposição sublinhada em “por grande parte da população” (linha 03) e em “Por ser um instrumento” (linha 11) introduz, no primeiro caso, o agente de uma oração na voz passiva e, no segundo caso, introduz a causa da informação expressa na oração principal.
Faraco concorda com a visão geral da população de que o Brasil é monolíngue porque há inteligibilidade linguística independentemente da situação ou da região.
o texto está escrito em registro formal na variedade padrão da língua, conforme requer o gênero entrevista.
Faraco expõe três momentos que, historicamente, sinalizam diferentes políticas de silenciamento, seja de línguas, seja de variedades de uma língua, em busca de uma pureza linguística.
as locuções verbais “vai ter” (linha 05), “vai acontecer” (linha 08) e “vai proibir” (linha 09) expressam noção temporal de futuro do presente, projetando eventos hipotéticos que ainda não se realizaram.
a palavra “pretoguês” (linha 07) remete à ideia de português popular.
a forma verbal “começamos a trabalhar” (linha 06) indica que o entrevistado se inclui entre aqueles que defendem o cultivo da variedade de prestígio em detrimento de variedades populares.
Com base nos textos, é correto afirmar que:
os textos são tematicamente convergentes, pois ambos colocam em destaque o reconhecimento das variedades linguísticas do português bem como a defesa de uma nação monolíngue.
ambos os textos contêm, predominantemente, trechos narrativos que contextualizam cronologicamente a situação linguística do Brasil e só diferem quanto ao gênero: o primeiro é uma notícia de jornal e o segundo, uma entrevista publicada em revista.
ambos os textos mencionam a percepção geral da população de que o Brasil é um país monolíngue.
ambos os textos mencionam não só variedades do português, mas também outras línguas faladas no Brasil que são diferentes do português.
os textos divergem quanto ao seguinte aspecto: enquanto o primeiro defende o multilinguismo, o segundo defende o monolinguismo.
infere-se, considerando-se os textos e as suas referências, que o portal do Iphan e a revista Na Ponta do Lápis são meios de divulgação governamentais destinados à esfera escolar, especialmente a professores de língua portuguesa da rede pública.
Texto 1
Texto 2
Considere os trechos abaixo, extraídos dos textos acima:
I. [...] o INDL deve permitir o mapeamento, a caracterização e o diagnóstico das diferentes situações relacionadas à pluralidade linguística brasileira. (Texto 1, linhas 12-14)
II. Entre as ações de valorização previstas, encontra-se o reconhecimento da importância das línguas como elemento de transmissão da cultura e como referência identitária para os diversos grupos sociais que vivem no país. (Texto 1, linhas 15-17)
III. Cria-se a imagem de uma pureza em direção a que se deve caminhar. Só que o país tem uma história, uma dinâmica social que atropela tudo isso. (Texto 2, linhas 12-14)
Em relação aos trechos, é correto afirmar que:
as locuções verbais “deve permitir” (em I) e “deve caminhar” (em III) apresentam a mesma força de imposição categórica e de obrigatoriedade nas duas ocorrências.
em I, a palavra “pluralidade” pode ser substituída por “homogeneidade”, sem prejuízo de significado no texto.
em II, a preposição “para” introduz circunstância com ideia de finalidade.
em III, a expressão “Só que” introduz um argumento que se opõe a tudo o que foi dito antes, evidenciando o ponto de vista do entrevistado sobre o assunto.
em II e III, o vocábulo “que” (“que vivem” e “que atropela”) retoma um antecedente e introduz uma oração subordinada em cada uma das ocorrências.
em II, o período pode ser reescrito, sem prejuízo de significado no texto e sem desvio da variedade padrão escrita da língua, como: “O reconhecimento da importância das línguas como elemento de transmissão da cultura e como referência identitária para os diversos grupos sociais, que vivem no país, encontram-se entre as ações de valorização previstas.”
Com base na leitura do texto acima, na leitura integral do romance Lucíola, de José de Alencar, publicado pela primeira vez em 1862, bem como no contexto sócio-histórico e literário, é correto afirmar que:
Lucíola é um romance urbano, pois retrata a cidade do Rio de Janeiro de meados do século XIX com seus costumes e valores sociais.
o narrador do romance coloca-se em posição externa ao enredo e apresenta uma crítica social do lugar de testemunha dos fatos.
“A primeira vez que vim ao Rio de Janeiro” (linha 01) é uma fala de Paulo, que, desde essa ocasião, se apaixona pela “senhora” ou “moça”, que é Lucíola, a protagonista do romance.
infere-se, da leitura do Texto 3, uma crítica ao falso moralismo que imperava à época, exigente com o comportamento das mulheres e permissivo com o dos homens.
Lúcia ou Lucíola é uma prostituta que vai sofrendo um processo de purificação ao longo do romance e, ao final, ao encontrar-se com sua irmã Maria da Glória, consegue total transformação interior.
Dr. Sá representa bem o ponto de vista de uma sociedade patriarcal dos elegantes da corte, que, de acordo com os padrões sociais de hoje, poderíamos classificar como preconceituosa.
Dr. Sá foi o conselheiro de Paulo que fez com que este percebesse a diferença entre uma “senhora” e uma “mulher” e, dessa forma, não se deixasse envolver emocionalmente por Lucíola.
Com base no texto acima, é correto afirmar que:
os termos “o Dr. Sá” (linha 02) e “Paulo” (linha 16) funcionam, respectivamente, como aposto e vocativo.
em “descobri nessa ocasião, a alguns passos de mim, uma linda moça, que parara um instante” (linhas 08-09), o termo sublinhado encontra-se entre vírgulas por estar intercalado na sentença.
no conjunto de palavras “infância”, “Glória”, “ocasião”, “ciência” e “ausência”, todas seguem a mesma regra de acentuação gráfica.
em “– Não é uma senhora, Paulo! É uma mulher bonita.” (linha 16), as palavras sublinhadas apresentam o mesmo valor conotativo.
em “uma linda moça, que parara um instante” (linha 09), a forma verbal sublinhada pode ser substituída por “tinha parado”, sem prejuízo do significado temporal do verbo.
em “Só então notei que aquela moça estava só” (linha 17), os vocábulos sublinhados significam, respectivamente, “somente” e “sozinha”.
Com base na leitura do texto acima, na leitura integral da obra Nós, de Salim Miguel, bem como no contexto sócio-histórico e literário, é correto afirmar que:
Nós apresenta marcas textuais do gênero literário proposto pelo autor: é uma novela policial repleta de suspense, suspeitos, interrogatórios e investigações.
há uma fragmentação na forma de apresentação da novela, detectada na multiplicidade de vozes e de assassinatos ocorridos ao longo do texto.
diante da situação confusa, proporcionada pela arquitetura da trama e pelo mistério que envolve o assassinato, pode-se deduzir que os “nós” da palavra que dá título à obra não foram desfeitos pelos investigadores.
a conclusão da novela em primeira pessoa de que o Autor é o culpado revela um dado autobiográfico de Salim Miguel, que confessa sua dificuldade na produção do gênero policial.
a novela é ambientada na cidade natal de Salim Miguel – Biguaçu, na Grande Florianópolis –, o que pode ser percebido pelo sotaque apresentado no excerto.
a estrutura geral da obra apresenta gêneros embutidos, como notícia de jornal, poema e verbete de dicionário.
De acordo com o texto acima, é correto afirmar que:
em “eu ia até mais adiante” (linhas 01-02), “e tu, é donde?” (linha 04) e “o Você pede uma cerveja” (linha 06), os pronomes sublinhados referem-se ao mesmo personagem.
em “vê que o meu é diferente” (linhas 03-04) e “me procure” (linha 14), o personagem Você dirige-se ao interlocutor usando formas verbais imperativas, em conformidade com a variedade padrão escrita da língua.
em “eu ia até mais adiante, não tenho como” (linhas 01-02), as orações estabelecem entre si uma relação semântica de adição, combinando informações de valor equivalente.
em “e tu, é donde?” (linha 04) e “o que preferes” (linha 09), as formas sublinhadas seguem a regra de concordância verbal da variedade padrão escrita da língua.
em “você é daqui?” (linha 03) e “e tu, é donde?” (linha 04), os pronomes que fazem referência ao interlocutor podem ser vistos como um caso de variação linguística regional.
em “agora você é que precisa ir conhecer minha terra” (linhas 13-14), se a expressão sublinhada for retirada da frase, as relações sintáticas entre os constituintes da oração serão alteradas.
Com base na leitura do texto acima, na leitura integral da peça Valsa nº 6, de Nelson Rodrigues, bem como no contexto sócio-histórico e literário, é correto afirmar que:
Sônia é a protagonista da peça e apresenta-se rodeada de outros personagens, como Paulo e Dr. Junqueira, os mesmos que chamam por ela no momento de sua morte.
a peça revela a paixão de Sônia pela “Valsa nº 6” de Chopin, o que é percebido pela insistência da menina na execução da obra até mesmo quando estava morrendo.
a adolescente que apreciava tocar Chopin tenta recuperar fatos de sua vida, trazendo um tom de crítica social na fala das vizinhas fofoqueiras, conforme ilustra o excerto.
Valsa nº 6 é classificada como uma “peça psicológica”, pois Nelson Rodrigues, em tom confessional, quis retratar um momento peculiar de sua própria vida.
as rubricas, apontamentos que figuram em itálico e entre parênteses ao longo da peça, orientam o comportamento da atriz, como em “(golpe no teclado)” (linha 03) e “(grita)” (linha 05).
o drama não foi escrito para representação teatral, apenas para leitura dramática, devido à dificuldade em se criar um cenário verossímil aos olhos do espectador no episódio da morte de Sônia.