Selecionamos as questões mais relevantes da prova de vestibular UFSC 2019/2. Confira! * Obs.: a ordem e número das questões aqui não são iguais às da prova original.
Com base no Texto 1 e de acordo com a variedade padrão da língua escrita, é correto afirmar que:
no excerto “Muitos acreditam que devemos desenhar políticas econômicas sem analisar suas consequências ambientais” (linhas 05-06), o termo “muitos” indica uma quantidade indeterminada de pessoas.
a afirmação “Não há desenvolvimento sem proteção ambiental” sintetiza a tese defendida pelo autor do texto.
o autor sustenta duas visões: a antiga, em que qualquer forma de crescimento econômico que gere empregos é suficiente (linhas 13-14), e a convencional e simples, em que a eliminação de incentivos fiscais é vista como positiva, pois contribui para reduzir distorções do mercado e aumentar a competitividade (linhas 30-31).
o Texto 1 está inserido na esfera do jornalismo e apresenta uma tomada de posição do autor após o desastre de Brumadinho.
“esse” (linha 22) e “essa” (linha 31) são pronomes com função de retomada anafórica por meio dos quais o autor introduz elementos de contra-argumentação ao desenvolvimento sustentável.
Brumadinho e Mariana são exemplos de tragédias ambientais ocorridas no Brasil decorrentes de catástrofes naturais.
“profundamente” (linha 07) e “totalmente” (linha 12) são advérbios utilizados para intensificara ideia expressa pelos adjetivos nos respectivos contextos.
“Isso” (linha 06) retoma o conteúdo do parágrafo inteiro, referindo-se ao desastre em Brumadinho como uma boa oportunidade para reflexão.
“outros” (linha 26) poderia ser complementado por “aspectos irrelevantes” sem prejuízo ao sentido do texto.
o uso da metáfora “bolo crescer” (linha 11) serve para facilitar ao leitor leigo a compreensão de questões relacionadas à administração pública e à economia.
o texto apresenta argumentos favoráveis à tese de que há vários pontos de vista corretos em relação à problemática da proteção ambiental.
em “Promover o desenvolvimento econômico às custas da destruição ambiental é burrice”(linhas 35-36), temos a figura de linguagem prosopopeia ou personificação, em que se atribuem sentimentos humanos a seres inanimados ou animais.
a identificação de um autor referência de uma área é um dos aspectos que caracterizam o gênero do Texto 1 como “artigo de opinião”.
Considere os trechos a seguir, extraídos do Texto 1, suas relações com o texto na íntegra e a variedade padrão da língua escrita.
I. Tem aumentado o número de pessoas que acreditam na ideia de que o Brasil deveria afrouxar as políticas ambientais como forma de acelerar a economia. (linhas 03-05)
II. Não entra nessa perspectiva a análise do custo das vidas e da degradação ambiental de desastres como Brumadinho ou Mariana (este foi o maior da história do Brasil). (linhas 14-16)
III. Porém, quando ocorre um desastre ambiental, o que há é uma socialização dos prejuízos, que são pagos pela sociedade como um todo. (linhas 21-22)
IV. Dentro de uma visão convencional e simplista de economia, eliminar incentivos fiscais é positivo, pois reduz distorções do mercado e contribui para o aumento da competitividade. (linhas 29-31)
É correto afirmar que:
em II, o termo “este” retoma o referente “Mariana”.
em III, a vírgula que antecede o termo “que” serve para marcar uma explicação referente à expressão “os prejuízos”.
em IV, a palavra “pois” pode ser trocada por “por que” mantendo-se a mesma relação de sentido entre os períodos da oração.
em III, o termo “porém” pode ser substituído pela expressão “sendo assim” mantendo-se a noção de adversidade.
I e IV são afirmações favoráveis à flexibilização das políticas ambientais em prol de mais benefícios econômicos à população, o que corrobora o posicionamento do autor do texto.
Com base no Texto 2 e de acordo com a variedade padrão da língua escrita, é correto afirmar que:
o Texto 2 reitera a tese de desenvolvimento sustentável presente no Texto 1.
a charge explora a crítica social ao fazer remissão a tragédias ambientais recentes na história do Brasil.
o uso da exclamação acentua a noção de urgência manifestada pela personagem diante de um perigo iminente.
a pontuação utilizada reforça o emprego de verbo no imperativo na fala da personagem.
a frase “A barragem pode se romper a qualquer momento!” pode ser substituída por “O dilúvio pode ocorrer a qualquer momento!” mantendo-se o mesmo sentido da charge.
o humor do texto depende do reconhecimento da relação entre um acontecimento contemporâneo e um texto bíblico.
Com base no Texto 3 e na leitura integral da obra Capitães da Areia, publicada originalmente em 1937, no contexto sócio-histórico e literário e, ainda, de acordo com a variedade padrão da língua escrita, é correto afirmar que:
a referência ao ano (linha 08), caracterizado como de terror, faz alusão ao contexto sociopolítico do golpe civil-militar de 1964.
a sequência de termos “como” (linhas 06 e 07) marca o conjunto de acusações pelas quais Pedro Bala foi julgado e condenado.
o substantivo “bocas” (linhas 08 e 09) é empregado, respectivamente, como metonímia dos trabalhadores e como metáfora dos jornais de classe.
a frase “Porque a revolução é uma pátria e uma família” (linhas 13-14), por analogia, sugere que Pedro Bala engaja-se na revolução por não ter uma família e sentir-se alijado de sua pátria.
o fragmento “[...] pequenos jornais, dos quais vários não tinham existência legal e se imprimiam em tipografias clandestinas, jornais que circulavam nas fábricas, passados de mão em mão, e que eram lidos à luz dos fifós [...]” (linhas 02-04) é um aposto que serve para explicar o que seriam os “JORNAIS DE CLASSE” (linha 02).
os termos “militante proletário” (linha 05), “camarada” (linha 05) e “inimigo da ordem” (linha 07) caracterizam a personagem Pedro Bala e evidenciam seu alinhamento político ideológico, combatido à época.
Relacionando os Textos 4 e 5, a obra Capitães da Areia, o contexto sócio-histórico e literário do romance e, ainda, de acordo com a variedade padrão da língua escrita, é correto afirmar que:
nos Textos 4 e 5, as crianças demonstram facilidade para estabelecer relações entre si, mesmo percebendo a existência de diferenças étnicas, raciais e socioeconômicas.
a ironia presente na charge consiste no fato de o adulto e a criança compartilharem a mesma visão de mundo.
os Textos 4 e 5 pertencem ao mesmo gênero textual, mas se diferenciam pela temática.
no Texto 5, o que é denominado no jornal como “outro delicado problema” (linha 10) são os filmes que influenciam os meninos com ideias erradas.
o Texto 5 é característico da esfera jornalista e integra, junto com outros textos, a parte inicial do romance para problematizar a vida dos meninos de rua.
Com base no Texto 6 e na leitura integral da obra Quarto de despejo: diário de uma favelada, publicada pela primeira vez em livro em 1960, no contexto sócio-histórico e literário e, ainda, de acordo com a variedade padrão da língua escrita, é correto afirmar que:
o vocábulo “leito” (linha 02) sugere que a narradora deixou o hospital durante a madrugada, após mais uma de suas internações hospitalares, situação corriqueira agravada pela alimentação inadequada e pela falta de água tratada na região onde morava.
no Texto 6, a narradora reitera a importância da escrita em sua vida, pois a literatura era uma das únicas possibilidades de esquecer seu entorno.
o projeto estético, marcado por uma visão fantasiosa da vida, permite que a narradora ignore as dificuldades cotidianas, razão pela qual se atém apenas à beleza do despontar de uma estrela.
o cotidiano da favela evidencia a brutalidade e a violência sistêmica a que todos os moradores estão submetidos, fazendo com que brigas, episódios de violência doméstica e surras sejam vistos como entretenimento pela vizinhança.
em suas peregrinações como catadora, a protagonista revela seu desprezo pela cidade de São Paulo, de luxo e opulência para poucos, razão pela qual prefere manter distância desse espaço, habitando na favela.
Vera, João e José Carlos, filhos da narradora, adaptam-se com mais facilidade do que a mãe à vida na favela, sendo caracterizados como bajuladores, que pedem esmolas e obedecem à mãe.
Com base no Texto 7 e na leitura integral da obra Quarto de despejo: diário de uma favelada, no contexto sócio-histórico e literário e, ainda, de acordo com a variedade padrão da língua escrita, é correto afirmar que:
as locuções “proverbialmente linda” (linha 09) e “uma estrela de cinema” (linha 10) estabelecem uma relação de forte contraste com o “tensa e fora do lugar” (linha 10) e “empregada doméstica de Clarice” (linha 11), sugerindo a superioridade de Clarice sobre Carolina.
após ser procurado pela revista, Moser reconheceu seus equívocos, mas não fez modificações na biografia de Clarice Lispector, pois o original da obra já estava “fechado”.
de acordo com o texto, a acusação de racismo partiu da autora mineira Ana Maria Gonçalves, que se lembrava do evento do qual participou com Clarice Lispector e Carolina Maria de Jesus.
o escritor e historiador Benjamin Moser não reconhece a importância literária da obra Quarto de despejo.
o Texto 7 noticia o lançamento de um livro da escritora Clarice Lispector ao qual compareceu Carolina Maria de Jesus.
a expressão “tenha sido” (linha 15) marca uma ação de passado anterior a outra ação, equivalente à forma verbal “fora” do pretérito mais-que-perfeito.
a sentença “Ele afirmou que fez as modificações necessárias no texto” (linhas 13-14) está na voz passiva por se tratar de uma citação do biógrafo feita pela revista CULT.
De acordo com o Texto 8 e com a variedade padrão da língua escrita, é correto afirmar que:
o anúncio estabelece intertextualidade com a lei que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher.
a frase “Homem que bate em mulher, Penha nele” tem como predicativo “Penha nele”.
o anúncio foi criado pela Bandeirantes Mídia Exterior para divulgar a Lei Maria da Penha fora do Brasil.
o vocábulo “que” funciona como pronome relativo, antecipando o substantivo “mulher”.
o vocábulo “nele” estabelece relação entre orações e retoma o antecedente “homem”.
na frase “Homem que bate em mulher, Penha nele”, tem-se o emprego de uma variante coloquial da língua portuguesa como estratégia da linguagem publicitária para estabelecer um diálogo direto com o público-alvo do anúncio.
De acordo com o Texto 9 e com a variedade padrão da língua escrita, é correto afirmar que:
o homem que bate em mulher é covarde.
o homem que bate em mulher pode ir preso.
a sentença “Homem que bate em mulher, não gosta da mulher” pode ser reescrita como “Homem que bate em mulher, não gosta de mulher”, sem alteração de sentido.
em “Homem que bate em mulher, não gosta da mulher”, a primeira ocorrência do termo “mulher” aponta para uma generalização, enquanto a segunda para uma determinação.
o verbo “bater” está flexionado na terceira pessoa do singular e tem o substantivo “mulher” como sujeito da oração.
em uma mulher não se deve bater nem com uma flor.
as ocorrências da palavra “mulher” associadas à imagem de uma jovem chorando fazem alusão às mulheres vítimas de seus companheiros.