Selecionamos as questões mais relevantes da prova de vestibular Unespar 2016. Confira! * Obs.: a ordem e número das questões aqui não são iguais às da prova original.
Em relação à tipologia textual, é CORRETO afirmar que:
Trata-se de texto narrativo, onde prevalecem passagens que reproduzem fábula e momentos da vida do autor, como fica comprovado pelo contido nos três primeiros parágrafos (linhas 01 a 29);
Trata-se de texto descritivo, uma vez que são descritos aspectos da cordialidade do povo brasileiro (linhas 13 a 16) e algumas das belezas naturais do Brasil (linhas 41/42);
Trata-se de texto argumentativo, no qual, para construir os argumentos em favor de seu ponto de vista, o autor faz uso, dentre outras, de passagens narrativas (linhas 01 a 29), além de reproduzir um conhecido poema de Gonçalves Dias (linhas 41/42);
Trata-se de texto jornalístico, cuja tipologia não pode ser determinada com exatidão, uma vez ser construído pela sobreposição de passagens narrativas (como nas linhas 01 a 29), descritivas (linhas 25 a 29) e poéticas (linhas 41/42);
Faltam elementos para especificar com exatidão a tipologia predominante do texto, o que faz com que não se enquadre em nenhuma das classificações disponíveis.
As conjunções, as preposições e alguns grupos de pronomes formam a classe dos conectivos, que são palavras de que a língua dispõe para estabelecer relações sintáticas e semânticas entre os diferentes enunciados de um texto, fazendo com que este não seja apenas um aglomerado de frases, mas um todo uno, coeso e coerente. Dessa forma, tais conectivos, muito mais do que “ligar” um enunciado a outro, influenciam na construção do sentido do texto.
Assim sendo, assinale a alternativa INCORRETA em relação ao uso do conectivo e o efeito semântico que esse uso provoca:
O título do texto é iniciado com o conectivo “por que”, equivalente a “por qual razão”, “por qual motivo”. O uso do “por que”, nesse caso, sugere ao leitor a ideia de que o autor irá elencar quais são os motivos pelos quais o Brasil deve ser considerado “o melhor país do mundo”. No entanto, são elencados vários exemplos que desconstroem a imagem ufanista/nacionalista do Brasil, tão presente na memória dos brasileiros;
A conjunção “embora”, presente no enunciado “[...] embora fique a apenas 300 quilômetros do Rio de Janeiro [...]” (linha 9), tem valor concessivo, ou seja, exprime contrariedade. Nesse caso, a contrariedade de ideias se expressa no fato de que não seria comum, Cataguases, uma cidade, relativamente próxima ao Rio de Janeiro, não ter contato com as diferentes etnias e culturas tão frequentes na “Cidade Maravilhosa”;
No enunciado “[...] ganhou tanto dinheiro que logo passou à frente a carrocinha [...]” (linha 16/17), a locução conjuntiva “tanto que”, exprime a ideia de comparação, com o objetivo de enfatizar a prosperidade do imigrante japonês no Brasil, o que só foi possível, graças ao acolhimento que recebeu do povo brasileiro;
Há, no enunciado, “[...] que estamos oprimindo as mulheres, e os negros, e os índios, e os homossexuais [...]” (linhas 55 e 56), o uso reiterado da conjunção “e”. Além do valor aditivo, uma vez que indica a soma de novas ideias, a repetição dessa conjunção, no texto em questão, não serve apenas para chamar a atenção do leitor para os substantivos “mulher”, “negro”, “índios” e “homossexuais”, mas também, pode-se dizer que tal repetição pretende estender o efeito de inclusão expresso pelo conectivo aos sujeitos representados por esses substantivos, os quais, normalmente, são vítimas de exclusão e preconceito na sociedade;
No enunciado “Temos pois que, antes [...]” (linha 51), a conjunção “pois”, posposta ao verbo, indica uma conclusão, que remete à necessidade de reconhecer e aceitar a diversidade existente no Brasil.
Em relação ao emprego dos mecanismos de coesão textual, assinale a alternativa INCORRETA:
“uma ilha” (linha 23) refere-se à “Bangor, País de Gales” (linha 19);
“isso” (linha 32) recupera anaforicamente a sequência anterior entre as linhas 30 e 31;
“agir pateticamente como os cataguasenses [...],” (linha 34) e “bestialmente como em relação aos imigrantes haitianos” (linhas 35/36) referem-se ao que foi anteriormente anunciado como “comportamentos tacanhos” (linha 32);
“um povo dócil e submisso” (linha 41), refere-se a “nós, brasileiros”, sujeito implícito de “continuamos” (linha 40);
“quem não se assemelha a nós” (linha 52), refere-se a “cegos da fábula hindu” (linha 45).
O vocábulo “que” pode desempenhar diferentes funções na língua portuguesa, dentre elas, a de pronome relativo e a de conjunção integrante. Com base em tal afirmação, analise os períodos a seguir e assinale a alternativa CORRETA quanto à classificação do conectivo “que”.
Na frase “[...] que parecia o tronco de uma árvore;” (linha 6), o conectivo “que” é um pronome relativo, que se refere à palavra “tronco” e introduz uma oração subordinada adjetiva explicativa;
Na frase “[...] que tinham à sua frente” (linha 4), o conectivo “que” é um pronome relativo, que retoma a palavra “animal” e introduz uma oração subordinada adjetiva restritiva;
Na frase “[...] que nosso céu tem mais estrelas [...]” (linha 53), o conectivo “que” é uma conjunção integrante e introduz uma oração subordinada adverbial de lugar;
Na frase “[...] que não se parece conosco [...]” (linha 33), o conectivo “que”, embora seja um pronome relativo, não retoma um antecedente e introduz uma oração subordinada substantiva explicativa;
Na frase “[...] que discorressem sobre o aspecto do animal [...]” (linhas 3/4), o conectivo “que” é um conjunção integrante e introduz uma oração subordinada substantiva subjetiva.
Dos pontos de vista abaixo relacionados, qual NÃO É DEFENDIDO PELO AUTOR DO TEXTO:
Os brasileiros agem como os cegos da fábula hindu, por destacarem aspectos parciais ao defenderem as supostas superioridades naturais e de comportamento do país e de seu povo;
O mito da cordialidade do brasileiro é uma falácia, que encobre nossa dificuldade em nos assumirmos como intolerantes, xenófobos, hipócritas e ufanistas;
O brasileiro age de maneira patética e/ou bestialmente em determinadas situações que implicam em sua relação com estrangeiros, por falta de experiências com “o outro”, “o diferente”, “o estranho”;
O exemplo descrito entre as linhas 12/13, de um descendente de japoneses negociando doce de procedência espanhola, é uma prova da convivência pacífica entre povos de diferentes procedências e da tolerância entre os brasileiros e os imigrantes;
Em pleno Século XXI, os brasileiros continuam a reproduzir alguns estereótipos ufanistas, enaltecidos em obras literárias datadas do Século XIX.
Assinale a alternativa em que o conectivo conserva o mesmo sentido da conjunção “se”, presente no enunciado “Se quiser, em pouco tempo estou na França [...]” (linhas 23/24).
Caso;
Embora;
Portanto;
Mas;
Conforme.
Em relação às afirmações abaixo descritas:
I. A oração que se inicia na linha 04, seguindo até a linha 08, faz uso de um PARALELISMO SINTÁTICO, ao enumerar as diferentes avaliações dos cegos da fábula hindu.
II. No texto, o fato de ter prosperado no negócio da venda de churros é apresentado como CAUSA de o japonês de Cataguases ter passado à frente a carrocinha e mudado para longe (linhas 16/17).
III. O suposto fato de que “[...] pode-se cortar o território de leste a oeste, de norte a sul, mais de quatro mil quilômetros em ambas as direções, sem anotar praticamente nenhuma variação significativa de nada.” (linhas 26 a 29) é apresentado como ARGUMENTO para sustentar o ponto de vista de J.T.L de que o Brasil é uma ilha (linha 26).
IV. “Resultados evidentemente desastrosos” (linhas 46/47) são referidos como CONSEQUÊNCIA do fato de os cegos da fábula hindu terem sido incapazes de perceber o elefante como um todo (linhas 45/46).
São VERDADEIRAS:
As afirmações I, II e III;
As afirmações II, III e IV;
As afirmações I, II e IV;
Somente a afirmação IV;
Nenhuma das afirmações.
Os advérbios são uma classe de palavras que tem como finalidade modificar um verbo, um adjetivo, ou até mesmo um outro advérbio. Essa função de modificador faz com que o advérbio atribua uma circunstância ao termo que ele modifica.
A partir dessa afirmação, analise os enunciados a seguir:
I. “[...] algo bem brasileiro [...]” (linha 12). II. “[...] onde se localiza o Big Ben” (linha 22). III. “[...] podemos agir pateticamente [...]” (linha 34). IV. “Talvez até descobríssemos [...]” (linhas 52/53).
De acordo com o texto, os advérbios “bem”, “onde”, “pateticamente” e “talvez”, nas passagens acima, exprimem, respectivamente, as circunstâncias de:
Modo – lugar – meio – intensidade;
Meio – lugar – modo – intensidade;
Modo – lugar – intensidade – dúvida;
Afirmação – lugar – modo – dúvida;
Intensidade – lugar – modo – dúvida.
Na frase “Havia filas durante todo o dia de pessoas interessadas [...]” (linha 14), o verbo “havia” está no singular porque foi usado no sentido de existir e, por isso, é impessoal, ou seja, não apresenta sujeito. Nesse caso, o verbo em questão só é conjugado na terceira pessoa do singular. Assinale a alternativa em que também ocorre um caso de verbo impessoal.
A falta de dinheiro e a greve dos bancos confirmaram o caos;
Muitos candidatos chegaram atrasados ao local da prova;
Os alunos já haviam saído quando o professor chegou;
Fazia dois anos que não via os seus colegas de turma;
Os que perseverarem até o fim haverão de ser vitoriosos.
Das passagens transcritas abaixo, qual pode ser considerada como uma proposta defendida pelo autor para superar o que, ao longo do texto, é caracterizado como o comportamento dos brasileiros frente ao genericamente definido como “diferente”:
“A ausência de experiências divergentes, ou, em outras palavras, a carência de contato com o outro, com o estranho – o que é de fora, o que nos é desconhecido – acaba estimulando comportamentos tacanhos.” (linhas 30 a 32);
“[...] ao invés de olharmo-nos no espelho e admitirmos o quanto somos intolerantes, xenófobos, hipócritas e ufanistas, preferimos nos esconder por detrás da dissimulada máscara de cordialidade que nos assenta bem ao rosto.” (linhas 37 a 39);
“Continuamos a repetir clichês inventados por uma elite predatória, interessada no pastoreio de um povo dócil e submisso.” (linhas 40/41);
“Temos pois que, antes, escutar o discurso discordante, mirar os olhos de quem não se assemelha a nós, nos colocar na pele do vizinho”. (linhas 51/52);
“...nossa vida poderia sim até ter mais amores, mas no momento tudo encontra-se envenenado pela peçonha da ignorância.” (linhas 57 a 59).