Selecionamos as questões mais relevantes da prova de vestibular URCA 2016/1. Confira! * Obs.: a ordem e número das questões aqui não são iguais às da prova original.
Observe a equação de saponificação CH3COOCH2CH2CH3 + NaOH → X + Y, os produtos X e Y são:
etanol e propanoato de sódio.
ácido acético e propóxido de sódio.
acetato de sódio e propanol.
etóxido de sódio e ácido propanoico.
ácido acético e propanol.
A desidratação do etanol, dependendo das condições em que é feita, pode ser intermolecular ou intramolecular, produzindo como principais produtos, respectivamente:
álcool e éter.
éter e éster.
éster e hidrocarboneto.
álcool e hidrocarboneto.
éter e hidrocarboneto.
Considerando-se a posição dos grupos metilas no anel benzênico, o dimetilbenzeno possui:
10 isômeros
6 isômeros
5 isômeros
3 isômeros
2 isômeros
O Oriente Médio tem sido palco de sangrentos conflitos que se arrastam desde o final da 2° Guerra Mundial. Nas alternativas que se seguem assinale aquela que apresenta corretamente um dos conflitos desta região:
Conflito árabe-israelense: tem origem na fuga de palestinos das perseguições nazistas ocorridas durante a Segunda Guerra Mundial, que deixaram a Europa e migraram para Israel, território que estava sob a administração da Inglaterra e era habitado majoritariamente pelos judeus, que se recusaram à presença de um povo de origem árabe na região.
Guerra do Líbano: Em 1945, após sua independência em relação à França, o Líbano passou a ser governado conjuntamente por cristãos e muçulmanos. A rivalidade entre eles agravou-se em 1970, com a fixação no país de palestinos expulsos de áreas ocupadas por Israel, os muçulmanos aprovaram essa permanência, mas os cristãos foram contrários a ela.
Índia e Paquistão: A rivalidade entre indianos e paquistaneses surgiu somente em 1989, quando o Paquistão Ocidental (atual Paquistão) e Bengala ou Paquistão Oriental (atual Bangladesh) foram desmembrados do território indiano formando um país independente. Essa animosidade se agravou quando o Paquistão anexou Bangladesh, território indiano, ao seu território.
Afeganistão: Após a invasão feita pelos Estados Unidos, em 1979, que visava colocar no poder um político aliado, formaram-se grupos guerrilheiros de resistência, que entraram em conflito com as tropas estadunidenses. Essas tropas começaram a ser retiradas do Afeganistão no final da década de 1980, mas a luta armada continuou entre grupos nacionalistas rivais.
China e ex-União Soviética: Ambos os países adotam o regime socialista, e seguiam linhas de conduta política e econômica iguais, o que os fez entrar em conflito pelos mais variados motivos, principalmente por disputas territoriais.
A Guerra Fria foi uma disputa político-militar que marcou a antiga ordem mundial, polarizada por Estados Unidos e União Soviética. Sobre este momento da História Mundial, podemos corretamente afirmar:
Nenhum tiro foi diretamente disparado entre os dois lados do “conflito”, o que justifica o nome Guerra Fria. Esse conflito foi marcado pelas disputas indiretas entre as duas potências rivais em busca de maior poderio político e, principalmente, militar sobre as diferentes partes do mundo.
A Alemanha foi a grande derrotada da Segunda Guerra Mundial e teve o seu território dominado e controlado pelos países que formavam a base aliada durante o conflito: EUA, URSS, China e Inglaterra. Esses países, na Conferência de Potsdam, em 1989, decidiram pela reunificação do espaço alemão, o que pôs fim ao “conflito” entre as duas potências mundiais.
Em função dessa fragilidade da Europa Oriental, a União Soviética criou o chamado Plano Marshall, em que grandes empréstimos foram concedidos aos países daquela região para se reconstruírem.
Diante do provável conflito direto militar, o lado capitalista fundou o Pacto de Varsóvia, que ainda existe e é uma das instituições mais poderosas da atualidade. Já do lado socialista, foi fundada a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
No plano espacial, foram os Estados Unidos que deram a largada, quando, em 1957, lançaram o primeiro satélite espacial construído pelo homem, o Sputnik. Para completar as façanhas, os norte-americanos também foram os primeiros a fotografar a superfície da Lua (em 1959) e os primeiros a enviarem um ser humano ao espaço, em 1961.
Inicialmente, os gregos formavam um conglomerado de tribos rurais independentes e frequentemente em guerra entre si, os genos, cujo único elo comum era a língua e a religião. Gradualmente encaminharam-se para uma vida mais urbana, constituindo as pólis, dominadas primeiro por uma aristocracia latifundiária, e depois por uma elite de políticos e comerciantes, dentro de uma moldura social mais ou menos democrática, embora só tivessem voz ativa os detentores do atributo da cidadania, permanecendo estrangeiros e escravos à margem dos processos decisórios, ainda que não dos produtivos e sociais.
Ainda sobre os gregos da Antiguidade Clássica, é correto afirmar:
O modelo grego de ser difundiu-se, em sucessivas ondas de colonização, mas como sociedade independente não conseguiu ir além da Região do Peloponeso.
Uma vez dominados pelos romanos, os gregos ainda que escravizados, iniciaram processos bastante avançados de desenvolvimento da racionalidade e, consequentemente, de diversas campos do conhecimento, como a Matemática, a medicina e a astronomia.
Entre os gregos desenvolveu-se um modelo educativo conhecido como paideia, consolidado no período clássico, que objetivava a educação integral do indivíduo para o perfeito domínio de si, para o exercício pleno da cidadania e para o desfrute de uma vida mais rica, saudável, harmoniosa e significativa.
A arte grega se caracterizava pelo aspecto meramente decorativo, não associando a beleza com as virtudes morais, religiosas e cívicas.
A arte grega foi essencialmente uma criação rural, de características funcionais sem função moral, sagrada e/ou política, ainda que elevasse o homem a uma condição exaltada.
Os Europeus “os trouxeram para trabalhar e servir nas grandes plantações e nas cidades, mas eles e seus descendentes fizeram muito mais do que plantar, explorar as minas e produzir riquezas materiais. Os africanos para aqui trazidos como escravos tiveram um papel civilizador, foram elementos ativos, criadores, visto que transmitiram à sociedade, em formação, elementos valiosos da sua cultura. Muitas das práticas da criação de gado eram de origem africana. A mineração do ferro no Brasil foi aprendida dos africanos. Com eles a língua portuguesa não apenas incorporou novas palavras, como ganhou maior espontaneidade e leveza. Enfim, podemos afirmar que o trafico fora feito para escravizar os africanos, mas terminou também africanizando o Brasil”. (ALBUQUERQUE, W. R. de; FRAGA FILHO, W. Uma história do negro no Brasil. Salvador: Centro de Estudos AfroOrientais; Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2006. p. 43).
Considerando o texto acima, assinale a alternativa correta:
A escravidão se resumiu a um sistema econômico, sem definir, moldar ou influenciar nas condutas, desigualdades sociais e raciais, nos sentimentos, valores e etiquetas de mando e obediência típicos da sociedade atual brasileira.
Políticas de integração dos negros no Brasil, após o fim da escravidão evitaram a discriminação em relação à cor, aos aspectos negros. Sendo as lutas contra o racismo, as leis e as punições, atitudes meramente discriminatórias da contemporaneidade.
Após a abolição, as desigualdades sociais entre brancos e negros continuaram, o que fez com que o governo imperial e os primeiros governos republicanos desestimulassem a imigração europeia e as políticas de embranquecimento dos brasileiros.
No pós-escravidão a impressa contribuiu para a imagem negativa das pessoas negras. A imagem do negro era associada com constância às ideias de violência, barbarismo e exotismo. A cor preta se tornou sinônimo de escuridão, de crime e de negatividade.
O Brasil possuía um histórico de discriminação e exploração contra os negros que ocorre desde a escravatura, mas que desapareceu nos últimos dez anos com a legislação de positivação dos diversos grupos étnicos que compõem a sociedade brasileira.
Em 2016, o Brasil irá sediar os Jogos Olímpicos, na cidade do Rio de Janeiro. Sabe-se que foi longa a trajetória destes jogos até chegar ao formato que temos nos dias atuais, na condição de um dos principais fenômenos socioculturais contemporâneos. Neste sentido, assinale a alternativa correta sobre esta competição.
Originados como um ritual em homenagem a Zeus, os Jogos Olímpicos mantiveram sua continuidade ao longo dos tempos, sofrendo interrupções apenas durante as duas grandes guerras mundiais do século XX.
Os Jogos Olímpicos atravessaram o século XX acompanhando passo a passo a dinâmica social, mas conseguiram se manter desvinculados dos interesses comerciais e políticos, seja de forma direta ou indireta ao universo esportivo.
Os atletas contemporâneos, que em princípio estavam associados a amadores, amantes da prática esportiva e pessoas que se dedicavam exclusivamente às realizações atléticas, viram esse papel alterado em função das transformações às quais os Jogos Olímpicos foram submetidos nos séculos XX e XXI.
Desvinculados da dinâmica das sociedades ocidentais as práticas esportivas ganharam um papel de destaque nos processos históricos, a partir do final do século XIX, ocupando um lugar privilegiado na sociedade europeia e norte-americana por colaborar para a construção das identidades nacionais.
Após uma longa interrupção, o Movimento Olímpico contemporâneo nasceu nos Estados Unidos e buscou se contrapor aos desdobramentos das duas Grandes Guerras com uma proposta pacífica, na qual o grande evento competitivo tornou-se uma nova metáfora para o ganhar e o perder, não se fazendo necessária a ruína do derrotado.
“Com a esperança de que ainda fosse possível salvar a revolução, ele tentara desligar o marxismo da deformação stalinista, que qualificava de governo de uma minoria burocrática que, através da força, da coação, do medo e da supressão de qualquer vislumbro de democracia, protegia seus interesses contra o descontentamento majoritário no interior do país e contra os surtos revolucionários da luta de classes no mundo (...) restaria, para o futuro, a marca de um egoísmo que tinha usado e enganado a classe trabalhadora mundial; permaneceria a lembrança da ditadura mais férrea e desprezível que o delírio humano poderia conceber. A União Soviética legaria ao futuro o seu fracasso e o medo de muitas gerações à procura de um sonho de igualdade que, na vida real, se transformara no pesadelo da maioria” (Parte da síntese do livro A Revolução Traída, de Liev Davidovitch Trotski. IN: PADURA, Leonardo. “O Homem que amava os cachorros”. São Paulo: Boitempo. 2015; p. 213).
Observando o texto acima, assinale a alternativa que destaca características do stalinismo.
O stalinismo é exemplar na construção de uma liderança sem mediações de partidos políticos e fundada na ideologia totalitária, o que permitiu ao “grande líder” se investir da missão de predestinado, a quem cabia tarefa de purificar o mundo.
O stalinismo teve o extermínio como parte de seu projeto político que se arrogou o direito e o poder de selecionar camadas da sociedade a serem eliminadas, expulsas ou circunscritas, definindo o que é justo e injusto, legal e ilegal, possível e impossível, legítimo e iníquo, dentro de um projeto social que concebia o passado e o futuro.
As práticas de extermínio do stalinismo se construíram dentro da ideia de limpeza social, administrada por um poder centralizador, considerado imune ao mal e sob a motivação de "superioridade e purificação da raça".
O stalinismo estabeleceu como principal alvo de suas perseguições os judeus, justificando que suas características culturais de raça inferior, aliadas a atributos de classe, não se adequavam ao projeto político do nacional socialismo de Stálin: era um povo sem estado próprio e internacionalista, não tinha tradição política e se colocava fora das classes e acima das massas.
Não há como condenar Stálin pelas ações de extermínio durante o seu governo na URSS, tendo em vista que não era um ato individual e sim parte da própria filosofia que fundamentava o regime, ocorrendo sempre a partir de instrumentos legais, democráticos e institucionais, como meio de estabelecer a justiça na terra, algo que a legalidade da lei positiva nunca pôde ou pretendeu conseguir.
O fenômeno mais importante e abrangente da atualidade e sobre o qual muito se tem escrito e debatido – a globalização e sua relação com os Estados Nacionais – envolve inúmeras dimensões, às quais devemos considerar em sua historicidade. Neste sentido, podemos corretamente destacar:
A recente crise econômica globalizada abarca e espalha o pânico exclusivamente nos “mercados emergentes” enquanto os países mais desenvolvidos se beneficiam com a crise e solidificam seus mercados.
No aspecto político, há uma crise mundial de poder, soberania e autonomia decisória dos Estados Nacionais que perderam totalmente a importância como agência decisória, tendo sucumbido diante da força poderosa do mercado globalizado e dos fluxos financeiros que não respeitam as fronteiras nacionais.
Os Estados Nacionais, embora tenham entrado num longo processo de transformações vinculadas à globalização, em todos os seus aspectos, ainda é um ator fundamental na economia mundial, não sofrendo quaisquer limitações em sua soberania e em sua autonomia decisória.
A formação do Estado Nacional constituiu-se em um longo processo histórico ainda nos séculos VIII e XIV na Europa Ocidental, durante o feudalismo, e envolveu a construção paulatina de uma autoridade central e soberana que foi aos poucos submetendo entidades de poder subnacionais, o feudo e a cidade (ou burgo), assim como entidades de poder supranacionais, isto é, a Igreja Católica e o Santo Império Romano Germânico.
Os primeiros teóricos importantes a contestarem a noção central de soberania do Estado e as condições para o exercício legítimo da autoridade sobre um território e uma população acerca do Estado foram Jean Bodin e Thomas Hobbes.