Selecionamos as questões mais relevantes da prova de vestibular URCA 2016/2. Confira! * Obs.: a ordem e número das questões aqui não são iguais às da prova original.
Há historiadores que afirmam que a redescoberta do Brasil se deu com a publicação da primeira lei de patrimônio do Brasil pelo Decreto-Lei 25/37, complementada pela criação da Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN), também, em 1937.
Observe o primeiro artigo da Lei:
Art. 1º Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.
A constituição de 1988 acompanhou essas novas abordagens. Não se fala mais de patrimônio histórico e artístico. Estes conceitos foram substituídos por Patrimônio Cultural. Neste sentido, observe os itens que contemplam o que se enquadra na legislação como Patrimônio Cultural, segundo a Constituição da República Federativa do Brasil, artigo 216, Seção II – Da Cultura:
I) As formas de expressão. II) Os modos de criar, fazer e viver. III) As criações científicas, artísticas e tecnológicas. IV) As obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais. V) Os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
Estão CORRETOS:
Somente os itens I, II e V.
Somente os itens I, III e IV.
Somente os itens II, III, IV e V.
Somente os itens I, III, IV e V.
Todos estão corretos.
“O conceito de cultura que eu defendo, é essencialmente semiótico. Acreditamos como Max Weber, que o homem é um animal amarrado a teias de significados que ele mesmo teceu, assumo a cultura como sendo essas teias e a sua análise; portanto, não como uma ciência experimental em busca de leis, mas como uma ciência interpretativa, à procura de significado”... GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Antropologia social. Zahar Editores. Rio de Janeiro.1973. pag.15
A cultura produzida pelo homem pode ser interpretada como:
O conjunto de manifestações artísticas, sociais, linguísticas e comportamentais de um povo ou civilização da antiguidade.
As atividades e manifestações de grupos com elevada educação escolar.
Uma das capacidades que diferenciam o ser humano dos animais irracionais.
O legado social que o indivíduo adquire fora do seu grupo.
Somente as manifestações culturais ligadas às tradições mantidas intactas ao longo dos tempos por um povo.
Observe as informações abaixo e assinale a alternativa CORRETA:
NEGROS DE ALUGUEL: os negros de ganho ou negros de aluguel, eram os escravos cujos seus senhores alugavam seus serviços, inclusive para o poder público da época. “Alguns ‘negros de aluguel’ tiveram a possibilidade de juntar dinheiro e comprar sua própria alforria”
As imagens criadas por Debret e muitos outros pintores da época é uma representação concreta da realidade de que havia uma relação amigável entre brancos e negros durante o século XIX, o que pode ser reforçado pelas obras literárias do Romantismo da época.
O negro de aluguel tinha uma liberdade vigiada pela polícia local e previsão de atos punitivos nos códigos de postura de muitas administrações locais das Intendências Municipais.
Com o “ciclo do ouro” no Brasil, a maioria dos negros brasileiros passou a ser aproveitada em atividades urbanas, devido ao crescente aumento do número de cidades no sertão nordestino.
Desde o século XVIII o negro de aluguel conviveu com o migrante europeu, que dividiu com o escravo muitas das atividades cotidianas, na lavoura da cana-de-açúcar, no café e na mineração.
Os atuais afrodescendentes, herdeiros étnicos dos negros de aluguel, no Brasil, são os únicos que podem ser reconhecidos como remanescentes dos quilombolas atuais.
Observe o texto a seguir:
No século XIV, os portões dos feudos se fecharam para os visitantes, que passaram a ser vistos como inimigos. O isolamento entre os reinos tornou-se ainda maior e havia um crescente sentimento de xenofobia. Ninguém era bem-vindo e todos eram suspeitos de carregar a peste. Nos anos que se seguiram, os europeus viveram dominados pelo medo e por uma só pergunta: quando ela vai voltar? (Superinteressante)
Assinale a alternativa que melhor condiz com o texto:
O período em questão remonta à Baixa Idade Média durante o renascimento comercial e urbano, quando a peste negra surgiu predominantemente no campo.
Como o europeu não sabia tratar a peste e nem suas formas de contágio, ela acabou se expandindo com uma grande velocidade, acarretando milhões de mortos e, como consequência, a escassez da mão de obra, prejudicando o comércio e a produção agrícola.
Com menor reserva de mão de obra houve uma redução da exploração servil, pois as pessoas se tornaram mais sensíveis, religiosas e humanitárias.
No campo religioso, todas as doenças eram vistas como castigo divino, o que possibilitou o fortalecimento do poder da Igreja Católica que manteve sua unidade na Europa, ao longo dos séculos que se seguiram após a peste.
A peste fez com que as pessoas abandonassem a crença e a devoção nas feitiçarias e outras formas místicas, buscando respostas e curas para as doenças nas orações da Igreja Católica.
Para o "aformoseamento" das principais cidades brasileiras do século XIX, especialmente capitais como Fortaleza e Rio de Janeiro foram contratados os serviços de arquitetos e engenheiros com o propósito de disciplinar esteticamente o espaço urbano para que as cidades pudessem acompanhar os anseios da modernidade. Sobre este processo assinale o que for CORRETO:
Desde o século XVIII, início do processo de formação das cidades europeias, o Velho Continente foi marcado pelo início do pensamento de higienização. A voz do médico comandava as reformas sociais que almejavam a limpeza dos locais públicos aos particulares, da intimidade para a rua.
Higienização significava a limpeza do corpo sujo do pobre, e de seus espaços desfavorecidos, considerados como frutos da ignorância e da falta de moral e não das condições de vida atreladas a um modelo social emergente da cidade. A limpeza do pobre seria a garantia da eliminação dos ares poluídos de epidemias, causadoras das doenças físicas e dos males morais, como, por exemplo, a prostituição, a preguiça, o ócio e a vadiagem.
No Brasil, o pensamento de higienização se estabeleceu desde a chegada dos primeiros povos europeus, especialmente os portugueses, o que condizia com o contexto social na corrida de tirar a colônia de seu atraso econômico e cultural frente aos avanços europeus.
No final do século XIX, o Ceará vivia dias de efervescência política, econômica e cultural envoltos à miséria da seca. Fugindo da seca, os retirantes do sertão levaram para grandes cidades como Juazeiro do Norte e Crato a triste realidade da fome e do abandono, o que chocava as classes privilegiadas que traçavam os planos de "aformoseamento" e de melhoria nas condições de vida dos menos favorecidos.
A remodelação da cidade se constituía apenas numa técnica de planejamento urbano, não numa mecânica de controle das atividades desenvolvidas pelos grupos sociais. Os planos de expansão projetavam as grandes cidades em direção à civilização de modelo europeu, traçando geometricamente as ruas, praças e bulevares, pretendendo dar-lhe um ar de metrópole.
"Caros camaradas, soldados, marinheiros e trabalhadores, tenho o prazer de congratulá-los pela vitória da revolução russa, saudá-los como a vanguarda do exército proletário internacional (...) A guerra do banditismo imperialista é o começo da guerra civil na Europa. (...). Na Alemanha, tudo já está fermentando! Não hoje, mas amanhã, qualquer dia, pode ocorrer o colapso geral do capitalismo europeu. A revolução russa que vocês realizaram deu o golpe inicial e inaugurou uma nova era. (...). Viva a Revolução Social Internacional!" (Discurso de Lenin em 16 de abril de 1917, citado em Wilson, E., Rumo à estação Finlândia. São Paulo: Cia. Das Letras, 1986. pg. 441)
Assinale a alternativa que melhor apresenta a temática central do discurso de Lenin:
O apelo à manutenção da ordem interna em meio ao processo revolucionário bolchevique.
A defesa da união de russos e alemães contra os imperialistas, na Primeira Guerra Mundial. a defesa da permanência russa na Primeira Guerra Mundial como fator necessário à desestabilização do capitalismo internacional.
O triunfo da revolução menchevique na Rússia como o primeiro passo para a revolução socialista mundial.
A comemoração por conta da derrocada do sistema capitalista internacional, com o fim da Primeira Guerra Mundial.
O apelo para que os soviéticos participassem da Segunda Guerra Mundial ao lado dos Estados Unidos da América.
A crise capitalista desencadeada em 1929 nos EUA e na Europa Ocidental estendeu-se para a América Latina contribuindo para:
A revogação de todas as tarifas protecionistas, o intervencionismo estatal e a substituição de importações.
Abalar o poder das oligarquias e o surgimento de regimes populistas e ditaduras conservadoras.
A modernização e mecanização do campo o que gerou o deslocamento de mão de obra que melhorou suas condições de vida nas cidades.
Juan Domingo Perón destacar-se como governante populista no México.
A ruptura da estrutura de espoliação do povo latino-americano.
A respeito do salazarismo, estabelecido em Portugal entre 1933 e 1974, é CORRETO afirmar:
Foi inspirado no modelo soviético e configurava-se como um regime socialista, nacionalista e autoritário.
Preservou a monarquia portuguesa, mas estabeleceu um governo autoritário sob o comando de Antônio de Oliveira Salazar.
Tratava-se de um regime parlamentarista estabelecido por Antônio de Oliveira Salazar após a Revolução dos Cravos.
Tratava-se de um regime autoritário que impedia a livre organização partidária e era orientado por uma doutrina nacionalista.
Instaurou a República, manteve o catolicismo como religião oficial e adotou uma política de aproximação com os setores oposicionistas.
“No lado direito da tribuna, em lugares que até agora tinham permanecido vazios, com muita inveja do gentio doméstico, instalaram-se representantes do fascio italiano, com as suas camisas negras e condecorações dependuradas, e no lado esquerdo representantes nazis, de camisa castanha e braçadeira com a cruz suástica, e todos estes estenderam o braço para a multidão, a qual correspondeu com menos habilidades mas muito vontade de aprender, é nesta altura que entram os falangistas espanhóis, com a já conhecida camisa azul, três cores diferentes e um só verdadeiro ideal.” (José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis. São Paulo, Companhia das Letras, 1988)
Assinale a alternativa na qual o autor identifica um dos ideais que aproximavam os representantes de três países europeus, entre os anos de 1930 e início dos anos de 1940:
A unificação da identidade cultural entre as nações referidas, com base na autodeterminação dos povos.
A constituição de uma ideologia nacionalista radical, representada na figura de líderes infalíveis que conduziriam esses países à supremacia mundial.
A criação de uma comunidade europeia de nações com a abolição das fronteiras e à submissão a um único líder.
O fortalecimento do sentimento cristão baseado na solidariedade e no respeito aos direitos humanos.
O estabelecimento de um ideal de vida coletiva em pequenas comunidades com a eliminação do Estado e das classes sociais.
Podemos definir o MACARTISMO como:
Uma dura campanha de investigações dirigida por parlamentares norte-americanos, voltada a quem fosse considerado suspeito de subversão ou colaboração com os países comunistas.
Uma campanha anti-semita que se estabeleceu nos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial e que investigava as vinculações entre os judeus e os dirigentes soviéticos.
Uma campanha de investigações que se voltou contra sindicalistas, intelectuais e cientistas e poupou os artistas de Hollywood, os diretores de cinema e os escritores norte-americanos.
Uma campanha publicitária que procurava enaltecer o Senador Joseph McCarthy, candidato republicano e anticomunista à Presidência dos Estados Unidos da América.
Uma política de aproximação entre os EUA e a União Soviética liderada, na década de 1940, pelo socialista Joseph McCarthy, em virtude da necessidade de derrotar o nazi fascismo.