Selecionamos as questões mais relevantes da prova de vestibular VUNESP 2017. Confira! * Obs.: a ordem e número das questões aqui não são iguais às da prova original.
Examine duas pinturas produzidas na Caverna de Altamira, Espanha, durante o Período Paleolítico Superior.
Tais pinturas rupestres podem ser consideradas como:
manifestação do primitivismo de povos incapazes de representações realistas.
expressão artística infantilizada e insuficiente para fornecer qualquer indício sobre a vida na Pré-História.
comprovação do pragmatismo de povos primitivos, despreocupados de sua alimentação.
representação, em linguagem visual, dos vínculos materiais de um povo com o seu ambiente.
revelação da predominância do pensamento abstrato sobre o concreto nos povos pré-históricos.
Em Aire-sur-la-Lys, em 15 de agosto de 1335, Jean de Picquigny, governador do condado de Artois, permite ao “maior, aos almotacés¹ e à comunidade da cidade construir uma torre com um sino especial, por causa do mister da tecelagem e de outros misteres em que vários operários deslocam-se habitualmente em certas horas do dia”. (Jacques Le Goff. Por uma outra Idade Média, 2013. Adaptado.)
¹almotacé: inspetor municipal.
O texto revela:
a persistência da concepção antiga de emprego do tempo, associada aos ciclos da natureza.
a persistência da concepção artesanal de emprego do tempo, associada à busca de maior qualidade.
o surgimento de uma nova concepção de emprego do tempo, associada ao exercício do trabalho.
o surgimento de uma nova concepção de emprego do tempo, associada à valorização do ócio.
a persistência da concepção eclesiástica de emprego do tempo, associada à ditadura do relógio.
Deveis saber, portanto, que existem duas formas de se combater: uma, pelas leis, outra, pela força. A primeira é própria do homem; a segunda, dos animais. Como, porém, muitas vezes a primeira não seja suficiente, é preciso recorrer à segunda. Ao príncipe torna-se necessário, porém, saber empregar convenientemente o animal e o homem. [...] Nas ações de todos os homens, máxime dos príncipes, onde não há tribunal para que recorrer, o que importa é o êxito bom ou mau. Procure, pois, um príncipe, vencer e conservar o Estado. (Nicolau Maquiavel. O príncipe, 1983.)
O texto, escrito por volta de 1513, em pleno período do Renascimento italiano, orienta o governante a:
defender a fé e honrar os valores morais e sagrados.
valorizar e priorizar as ações armadas em detrimento do respeito às leis.
basear suas decisões na razão e nos princípios éticos.
comportar-se e tomar suas decisões conforme a circunstância política.
agir de forma a sempre proteger e beneficiar os governados.
Os deuses disseram entre si depois de criar o homem: “O que os homens comerão, oh deuses? Vamos já todos buscar o alimento.” Enquanto isso, as formigas vermelhas estavam colhendo e carregando os grãos de milho que traziam de dentro do Tonacatepetl (Montanha do Sustento). O deus Quetzalcoatl encontrou as formigas e lhes disse: “Digam-me, onde vocês colheram os grãos de milho?”. Muitas vezes lhes perguntou, mas as formigas não quiseram responder. Algum tempo depois, as formigas disseram a Quetzalcoatl: “Lá.” E apontaram o lugar. Quetzalcoatl se transformou em formiga negra e as acompanhou. Desse modo, Quetzalcoatl acompanhou as formigas vermelhas até o depósito, arranjou o milho e em seguida o levou a Tamoanchan (moradia dos deuses e onde o homem havia sido criado). Ali os deuses o mastigaram e o puseram na nossa boca para nos robustecer. (Apud Eduardo Natalino dos Santos. Cidades pré-hispânicas do México e da América Central, 2004.)
O texto asteca:
promove a divulgação das qualidades nutricionais do milho para o fortalecimento dos guerreiros mesoamericanos.
oferece uma explicação mítica para a importância do milho na base da alimentação dos povos mesoamericanos.
demonstra sustentação histórica e claro desenvolvimento de pensamento lógico e racional.
procura justificar o fato de apenas os governantes dos povos mesoamericanos poderem exercer atividades agrícolas.
revela a influência das fábulas europeias na construção do imaginário dos povos mesoamericanos.
A Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração Baiana (1798) tiveram semelhanças e diferenças significativas. É correto afirmar que:
as duas revoltas tiveram como objetivo central a luta pelo fim da escravidão.
a revolta mineira teve caráter eminentemente popular e a baiana, aristocrático e burguês.
a revolta mineira propunha a independência brasileira e a baiana, a manutenção dos laços com Portugal.
as duas revoltas obtiveram vitórias militares no início, mas acabaram derrotadas.
as duas revoltas incorporaram e difundiram ideias e princípios iluministas.
Nem todos os homens se renderam diante das forças irresistíveis do novo mundo fabril, e a experiência do movimento dos quebradores de máquina demonstra uma inequívoca capacidade dos trabalhadores para desencadear uma luta aberta contra o sistema de fábrica. De um lado, esse movimento de resistência visava investir contra as novas relações hierárquicas e autoritárias introduzidas no interior do processo de trabalho fabril, e nessa medida a destruição das máquinas funcionava como mecanismo de pressão contra a nova direção organizativa das empresas; de outro lado, inúmeras atividades de destruição carregaram implicitamente uma profunda hostilidade contra as novas máquinas e contra o marco organizador da produção que essa tecnologia impunha. (Edgar de Decca. O nascimento das fábricas, 1982. Adaptado.)
De acordo com o texto, os movimentos dos quebradores de máquinas, na Inglaterra do final do século XVIII e início do XIX:
expunham a rápida e eficaz ação dos sindicatos, capazes de coordenar ações destrutivas em fábricas de diversas partes do país.
representavam uma reação diante da ordem e da disciplinarização do trabalho, facilitadas pelo emprego de máquinas na produção fabril.
indicavam o aprimoramento das condições de trabalho nas fábricas, que contavam com aparato de segurança interna contra atos de vandalismo.
revelavam a ingenuidade de alguns trabalhadores, que não percebiam que as máquinas auxiliavam e facilitavam seu trabalho.
simbolizavam a rebeldia da maioria dos trabalhadores, envolvidos com partidos e agrupamentos políticos de inspiração marxista.
A Revolta dos Malês, ocorrida em 1835 na Bahia, contou com ampla participação popular e defendeu, entre outras propostas:
a rejeição ao catolicismo e a construção de uma ordem islâmica.
a manutenção da escravidão de africanos e a ampliação da escravização de indígenas.
o retorno de D. Pedro I e o restabelecimento da monarquia absolutista.
a ampliação das relações diplomáticas e comerciais com os países africanos.
o reconhecimento dos direitos e deveres de todo cidadão brasileiro.
Na passagem dos anos 1920 para a década seguinte, a política de valorização do café no Brasil:
impediu o avanço da produção de cacau, algodão e borracha, devido à concentração de recursos econômicos no Nordeste.
facilitou o deslocamento de capitais do setor industrial para o agrário, que aproveitava a estabilidade dos mercados externos para se desenvolver.
agravou a crise econômica, devido ao alto volume de café estocado e à redução significativa dos mercados estrangeiros para a mercadoria.
sustentou a hegemonia financeira da região Nordeste, que prolongou sua liderança e comando político por mais duas décadas.
foi compensada pela estratégia governamental de supervalorização do câmbio, o que permitiu o aumento significativo das exportações de café.
Leia o excerto:
Dado que o Presidente eleito Donald Trump articulou uma visão coerente dos assuntos externos, parece que os Estados Unidos devem rejeitar a maioria das políticas d período pós-1945. Para Trump, a OTAN é um mau negócio, a corrida nuclear é algo bom, o presidente russo Vladimir Putin é um colega admirável, os grandes negócios vantajosos apenas para nós, norte-americanos, devem substituir o livre-comércio.
Com seu estilo peculiar, Trump está forçando uma pergunta que, provavelmente, deveria ter sido levantada há 25 anos: os Estados Unidos devem ser uma potência global, que mantenha a ordem mundial – inclusive com o uso de armas, o que Theodore Roosevelt chamou, como todos sabem, de Big Stick?
Curiosamente, a morte da União Soviética e o fim da Guerra Fria não provocaram imediatamente esse debate. Na década de 1990, manter um papel de liderança global para os Estados Unidos parecia barato – afinal, outras nações pagaram pela Guerra do Golfo Pérsico de 1991. Nesse conflito e nas sucessivas intervenções norte-americanas na antiga Iugoslávia, os custos e as perdas foram baixos. Então, no início dos anos 2000, os americanos foram compreensivelmente absorvidos pelas consequências do 11 de setembro e pelas guerras e ataques terroristas que se seguiram. Agora, para melhor ou para pior, o debate está nas nossas mãos. (Eliot Cohen. “Should the U.S. still carry a ‘big stick’?”. www.latimes.com, 18.01.2017. Adaptado.)
A chamada “política do Big Stick”, desenvolvida pelo presidente norte-americano Theodore Roosevelt, manifestou-se por meio:
do respeito ao princípio da autonomia e da independência dos povos nativos do continente americano.
dos estímulos financeiros à recuperação econômica dos países latino-americanos, após a depressão econômica de 1929.
das contínuas intervenções diretas e indiretas em assuntos internos dos países latino-americanos.
da elevação das taxas alfandegárias na entrada de mercadorias europeias nos Estados Unidos, após a crise de 1929.
da repressão às manifestações por direitos civis nos Estados Unidos da década de 1960.
O texto identifica dois períodos distintos nas relações globais após o fim da Guerra Fria. Tais períodos podem ser descritos da seguinte forma:
primeiro, uma fase de ordem mundial multipolarizada; depois, uma etapa marcada pela atuação russa e estadunidense como mediadores em áreas de conflito.
primeiro, uma fase de constantes atentados terroristas na Europa; depois, uma etapa de afirmação e consolidação da liderança industrial-militar estadunidense.
primeiro, uma fase de frequente intervencionismo norte-americano em conflitos regionais; depois, uma etapa de dúvida quanto ao papel dos Estados Unidos no cenário global.
primeiro, uma fase de alianças e acordos comerciais entre países europeus e latino-americanos; depois, uma etapa voltada à implantação de blocos econômicos regionais.
primeiro, uma fase de acelerado armamentismo russo e norte-americano; depois, uma etapa de distensão e de estabelecimento de uma ordem mundial bipolarizada.