Selecionamos as questões mais relevantes da prova de vestibular VUNESP 2017. Confira! * Obs.: a ordem e número das questões aqui não são iguais às da prova original.
Os furacões são movimentos bruscos de ar que se caracterizam por:
sua origem terrestre, com alteração da circulação vertical do ar e concentração de poluentes na superfície.
sua origem terrestre, com ciclo de vida de poucos minutos e elevado poder de destruição.
sua origem equatorial, com ligação à parcela ascendente da célula de Hadley e circulação geral da atmosfera.
sua origem oceânica, com dependência de centros de baixa pressão e elevada temperatura da água.
sua origem oceânica, com resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico e ocorrência temporal regular.
A Mata Atlântica desempenha uma extraordinária função social. Cobrindo parcela significativa do território brasileiro, a biodiversidade da Mata Atlântica fornece serviços ecológicos essenciais para cerca de 145 milhões de pessoas (70% da população brasileira) e constitui a base de recursos para uma parcela considerável do produto interno bruto do país. (José M. C. Silva et al. “Conservação da Mata Atlântica brasileira”. In: Diogo C. Cabral e Ana G. Bustamante (orgs). Metamorfoses florestais, 2016. Adaptado.)
Considerando a função social destacada no excerto, são exemplos de serviços ecológicos prestados pela Mata Atlântica preservada:
a produção de oxigênio e a purificação do ar.
a seleção de espécies com valor econômico e a polinização das culturas.
a proteção contra a erosão e a recuperação de áreas agricultáveis.
a decomposição de rejeitos urbanos e o fornecimento de madeira.
a regulação do clima e o tratamento da água.
O desastre de Chernobyl ainda custa caro. Hoje o governo gasta até 7% dos impostos para garantir o isolamento e a segurança de uma região maior que um Parque do Ibirapuera e meio. O país já aceitou que a Zona de Exclusão não vai servir para moradia, plantação nem para a atividade madeireira tão cedo. (www.superinteressante.com.br. Adaptado.)
O acidente e o país relacionados ao fato mencionado no excerto correspondem, respectivamente:
ao soterramento de planícies e à Índia.
ao vazamento de poços de petróleo e ao Kuwait.
à ocorrência de um terremoto e ao Japão.
ao rompimento de uma barragem hidrelétrica e à China.
à explosão de uma usina nuclear e à Ucrânia.
Observe:
A forma de representação espacial apresentada é caracterizada:
pela presença de um sistema de coordenadas que auxilia na demarcação de aspectos físicos ou humanos na superfície terrestre, com uma escala pequena.
pela articulação de folhas de forma sistemática para permitir análises precisas de distâncias, direções e localização, com uma escala pequena.
pela relação entre a restrição de uma área e a oferta de informações detalhadas do espaço geográfico, com uma escala grande.
pela reunião de aspectos naturais ou da divisão política observados em uma superfície esférica, com uma escala pequena.
pela expressão de um formato geoide em uma superfície plana segundo as necessidades de uso do leitor, com uma escala grande.
Texto 1
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido de juiz do Rio de Janeiro que reivindica que a Justiça obrigue os funcionários do prédio onde esse juiz mora a chamá-lo de “senhor” ou de “doutor”, sob pena de multa diária. Na ação judicial, o juiz argumenta que foi chamado pelo porteiro do condomínio de “você” e de “cara” e que ouviu a expressão “fala sério!” após ter feito uma reclamação. (Mariana Oliveira. “Ministro do STF nega pedido de juiz que quer ser chamado de ‘doutor’”. http://g1.globo.com, 22.04.2014. Adaptado.)
Texto 2
O “Você sabe com quem está falando?” não parece ser uma expressão nova, mas velha, tradicional, entre nós. Na medida em que as marcas de posição e hierarquização tradicional, como a bengala, as roupas de linho branco, o anel de grau e a caneta-tinteiro no bolso de fora do paletó se dissolvem, incrementa-se imediatamente o uso da expressão separadora de posições sociais para que o igualitarismo formal e legal, mas cambaleante na prática social, possa ficar submetido a outras formas de hierarquização social. (Roberto da Matta. Carnavais, malandros e heróis, 1983. Adaptado.)
Considerando a análise do antropólogo Roberto da Matta, o fato descrito no texto 1 pode ser corretamente interpretado como resultante:
da contradição entre igualitarismo liberal e autoritarismo cultural.
da plena assimilação cultural dos ideais iluministas de cidadania.
das tendências estatais de controle totalitário da existência cotidiana.
da superação das hierarquias sociais pela universalização ética.
da hegemonia ideológica da classe operária sobre a classe burguesa.
O professor não se aproveitará da audiência cativa dos estudantes para promover os seus próprios interesses, opiniões ou preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias. Ao tratar de questões políticas, sócio-culturais e econômicas, o professor apresentará aos alunos, de forma justa – isto é com a mesma profundidade e seriedade –, as principais versões, teorias, opiniões e perspectivas concorrentes a respeito. O professor respeitará o direito dos pais a que seus filhos recebam a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções. (www.programaescolasempartido.org. Adaptado.)
Ciências sempre incluem controvérsias, mesmo física e química. Se não ensinamos isso também, ensinamos errado. E o mesmo vale para história e sociologia – o professor precisa ensinar Karl Marx, mas também Adam Smith e Émile Durkheim. Mas o conhecimento que precisa ser passado é essencialmente científico – o que não inclui o criacionismo, que é uma teoria religiosa. Com todo respeito, mas família é família, e sociedade é sociedade: a família pode ter crenças de preconceito homofóbico ou contra a mulher, por exemplo, e não se pode deixar que um jovem nunca seja exposto a um ponto de vista diferente desses. Ele tem que ser exposto a outros valores. (Renato Janine Ribeiro. https://educacao.uol.com.br, 21.07.2016. Adaptado.)
O confronto entre os dois textos permite concluir corretamente que:
ambos atribuem a mesma importância à fé religiosa e à ciência como fundamentos educativos.
ambos defendem o relativismo no campo dos valores morais, valorizando a aceitação das diferenças.
as duas abordagens valorizam a doutrinação ideológica do professor sobre o aluno no campo educativo.
o texto 1 assume uma posição moralmente conservadora, enquanto o texto 2 defende uma educação pluralista.
o texto 1 é contrário a preconceitos morais, enquanto o texto 2 denuncia o cientificismo na educação.
Nunca houve no mundo tanta gente vivendo com suas necessidades básicas atendidas, nunca uma porcentagem tão alta da população mundial viveu fora da miséria – uma vitória espetacular, num planeta com 7 bilhões de habitantes. Nunca houve menos fome. Nunca tantos tiveram tanta educação nem tanto acesso à saúde. (José Roberto Guzzo. “Um mundo de angústias”. Veja, 25.01.2017.)
Mais sóbrio – e talvez mais pessimista – é olhar para quanto cada grupo se apropriou do crescimento total: os 10% mais ricos da população global se apropriaram de 60% de todo o crescimento do mundo entre 1988 e 2008. Uma grande massa de população melhorou de vida, é verdade, mas o que esse dado demonstra é que poderia ter melhorado muito mais se o resultado do crescimento não terminasse tão concentrado nas mãos dos ricos. O que está em jogo é mais do que dinheiro. Em um mundo globalizado, os estados nacionais perdem força. Um grupo pequeno de pessoas com muita riqueza tem grande poder de colocar as cartas a seu favor. Em casos extremos, a desigualdade é uma ameaça à democracia. (Marcelo Medeiros. “O mundo é o lugar mais desigual do mundo”. http://piaui.folha.uol.com.br, junho de 2016. Adaptado.)
ambos manifestam um ponto de vista liberal em termos ideológicos, pois repercutem as vantagens da valorização do livre mercado e da meritocracia.
o texto 1 pressupõe concordância com o liberalismo econômico, enquanto o texto 2 integra problemas econômicos com tendências de retrocesso político.
o texto 1 critica o progresso entendido como aperfeiçoamento contínuo da humanidade, enquanto o texto 2 valoriza a globalização econômica.
ambos apresentam um enfoque crítico e negativo sobre os efeitos do neoliberalismo econômico e suas fortes tendências de diminuição dos gastos públicos.
ambos manifestam um ponto de vista socialista em termos ideológicos, pois enfatizam a necessidade de diminuição da concentração de renda mundial.
Folha – Qual é a sua maior preocupação com o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, conhecido como a “bíblia da psiquiatria”)? Corremos o risco de todos sermos considerados doentes mentais? Allen Frances – O DSM-5 expandiu ainda mais o que já era um sistema de diagnóstico muito vagamente definido. Tristeza normal, como o luto, por exemplo, torna-se transtorno depressivo maior; comer em excesso, torna-se transtorno da compulsão alimentar; ataques de birras de crianças podem se tornar “transtorno do temperamento irregular”; o esquecimento na velhice passa a ser transtorno neurocognitivo leve; e as crianças normais são diagnosticadas com déficit de atenção e hiperatividade. Folha – Qual a influência que as grandes farmacêuticas exercem nessa tendência? Allen Frances – As multinacionais farmacêuticas não têm qualquer influência direta sobre as decisões do DSM, mas aproveitam qualquer oportunidade para criar novas desordens psiquiátricas. Eu acredito, por exemplo, que as farmacêuticas sejam as responsáveis por essas falsas epidemias de TDAH (transtorno do déficit de atenção e hiperatividade) e transtorno bipolar. (Cláudia Colucci. “Gastamos muito dinheiro para tratar pessoas normais, diz psiquiatra”. www.folha.uol.com.br, 11.09.2016.)
De acordo com o texto:
o problema mais importante na área da psiquiatria é a universalização do acesso a tratamentos médicos.
o progresso científico no diagnóstico psiquiátrico pressupõe a autonomia absoluta de cada indivíduo.
há tendências preocupantes de patologização e medicalização de comportamentos cotidianos.
os critérios de diagnóstico da psiquiatria são diretamente condicionados pelo mercado farmacêutico.
a medicalização da vida é guiada por critérios científicos e filosoficamente indiscutíveis.
Concentração e controle, em nossa cultura, escondem-se em sua própria manifestação. Se não fossem camuflados, provocariam resistências. Por isso, precisa ser mantida a ilusão e, em certa medida, até a realidade de uma realização individual. Por pseudo-individuação entendemos o envolvimento da cultura de massas com uma aparência de livre-escolha. A padronização musical mantém os indivíduos enquadrados, por assim dizer, escutando por eles. A pseudo-individuação, por sua vez, os mantém enquadrados, fazendo-os esquecer que o que eles escutam já é sempre escutado por eles, “pré-digerido”. (Theodor Adorno. “Sobre música popular”. In: Gabriel Cohn (org.). Theodor Adorno, 1986. Adaptado.)
Em termos filosóficos, a pseudo-individuação é um conceito:
identificado com a autonomia do sujeito na relação com a indústria cultural.
que identifica o caráter aristocrático da cultura musical na sociedade de massas.
que expressa o controle disfarçado dos consumidores no campo da cultura.
aplicável somente a indivíduos governados por regimes políticos totalitários.
relacionado à autonomia estética dos produtores musicais na relação com o mercado.
Todas as vezes que mantenho minha vontade dentro dos limites do meu conhecimento, de tal maneira que ela não formule juízo algum a não ser a respeito das coisas que lhe são claras e distintamente representadas pelo entendimento, não pode acontecer que eu me equivoque; pois toda concepção clara e distinta é, com certeza, alguma coisa de real e de positivo, e, assim, não pode se originar do nada, mas deve ter obrigatoriamente Deus como seu autor; Deus que, sendo perfeito, não pode ser causa de equívoco algum; e, por conseguinte, é necessário concluir que uma tal concepção ou um tal juízo é verdadeiro. (René Descartes. “Vida e Obra”. Os pensadores, 2000.)
Sobre o racionalismo cartesiano, é correto afirmar que:
sua concepção sobre a existência de Deus exerceu grande influência na renovação religiosa da época.
sua valorização da clareza e distinção do conhecimento científico baseou-se no irracionalismo.
desenvolveu as bases racionais para a crítica do mecanicismo como método de conhecimento.
formulou conceitos filosóficos fortemente contrários ao heliocentrismo defendido por Galileu.
se tratou de um pensamento responsável pela fundamentação do método científico moderno.