Selecionamos as questões mais relevantes da prova de vestibular VUNESP 2018/1. Confira! * Obs.: a ordem e número das questões aqui não são iguais às da prova original.
Texto 1 A água sai de Cabrobó Parnamirim, Salgueiro Até Jati Deixe o rio desaguar doutor Pra acabar Com o sofrimento daqui O São Francisco Com sua transposição No meu Nordeste O progresso vai chegar [...] Na contramão O meu sertão não vai ficar (Aracílio Araújo. “Deixe o rio desaguar”. www.letras.mus.br.) Texto 2
Texto 1
A água sai de Cabrobó Parnamirim, Salgueiro Até Jati Deixe o rio desaguar doutor Pra acabar Com o sofrimento daqui
O São Francisco Com sua transposição No meu Nordeste O progresso vai chegar [...] Na contramão O meu sertão não vai ficar
(Aracílio Araújo. “Deixe o rio desaguar”. www.letras.mus.br.)
Texto 2
Os vazanteiros, que fazem horticultura no leito dos rios que perdem fluxo durante o ano, serão os primeiros a serem totalmente prejudicados. Mas os técnicos insensíveis dirão com enfado: “a cultura de vazante já era”, postergando a realocação dos heróis que abastecem as feiras dos sertões. A eles se deve conceder a prioridade em relação aos espaços irrigáveis a serem implantados com a transposição. De imediato, porém, serão os proprietários absenteístas¹ da beira alta e colinas sertanejas que terão água disponível para o gado, o que agregará ainda mais valor às suas terras. (Aziz N. Ab’Sáber. “A quem serve a transposição das águas do São Francisco?”. CartaCapital, 22.03.2011. Adaptado.)
¹absenteísmo: sistema de exploração da terra em que o proprietário confia sua administração a intermediários, empreiteiros, rendeiros ou feitores.
As perspectivas expressas nos textos 1 e 2 podem ser associadas, respectivamente, aos seguintes impactos ambientais provenientes da transposição das águas do Rio São Francisco:
dinamização da economia regional e especulação imobiliária em áreas agricultáveis.
aumento da demanda por serviços de saúde e valorização de sítios arqueológicos.
diminuição da recarga dos aquíferos e decréscimo da emigração da região.
desmobilização da mão de obra e degradação de terras potencialmente férteis.
redução da oferta hídrica e aumento do potencial energético na hidrelétrica de Xingó.
Chancelado na cidade de mesmo nome no Canadá em 1987, o Protocolo de Montreal completa 30 anos em 2017. Esse tratado é considerado um dos mais bem sucedidos da história, prescrevendo obrigações aos 197 países signatários em conformidade com o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas à luz das diversas circunstâncias nacionais. (https://nacoesunidas.org. Adaptado.)
O protocolo evidenciado no excerto estabelece metas para:
eliminação das substâncias prejudiciais à camada de ozônio, a qual funciona como um filtro ao redor do planeta, que protege os seres vivos dos raios ultravioleta.
contenção dos fatores que contribuem para o processo de desertificação, o qual é derivado do manejo inadequado dos recursos naturais nos espaços subtropicais úmidos.
proteção no campo da transferência, da manipulação e do uso seguros dos organismos vivos modificados, resultantes da biotecnologia moderna.
redução das emissões de gases de efeito estufa mediante o incentivo de atividades do 2º setor que promovam a degradação florestal.
erradicação do conhecimento das comunidades locais e populações indígenas sobre a utilização sustentável da diversidade biológica.
No encerramento da temporada regular 2015-2016 da liga americana de basquete, o ídolo do Los Angeles Lakers, Kobe Bryant, despediu-se das quadras numa partida diante do Utah Jazz. O jogo foi realizado na Califórnia, que fica no fuso horário 120º oeste, no dia 13.04.2016 às 19h30 (horário local). (http://sportv.globo.com. Adaptado.)
Ciente de que os EUA utilizavam o horário de verão, a última atuação do atleta foi transmitida ao vivo às:
22h30 do dia 13.04.2016 para o estado do Acre.
21h30 do dia 13.04.2016 para a capital do Amazonas.
00h30 do dia 14.04.2016 para o Distrito Federal.
23h30 do dia 13.04.2016 para a cidade de São Paulo.
01h30 do dia 14.04.2016 para o arquipélago Fernando de Noronha.
Hajime Narukawa, arquiteto japonês, desenvolveu uma projeção cartográfica mediante a modelagem de poliedros. Denominada de Authagraph, a sua proposta permite a representação da superfície terrestre em um plano retangular sem lacunas, mantendo de modo substancial a área e a forma de todos os oceanos e continentes, incluindo a Antártida, que foi negligenciada em muitos mapas. (www.authagraph.com. Adaptado.)
Considerando conhecimentos sobre cartografia, assinale a alternativa que apresenta o planisfério elaborado com base na projeção descrita no excerto.
Sou imperfeito, logo existo. Sustento que o ser ou é carência ou não é nada. Sustento que uma pessoa com deficiência intelectual é um ser com carências e imperfeições. Sustento que eu, você e ele somos seres com carências e imperfeições. Portanto, concluo que nós, os seres humanos, pelo fato de existir, somos – TODOS – incapazes e capazes intelectualmente. A diferença entre um autista severo e eu é o grau de carência, não a diferença entre o que somos. A “razão alterada” é um tipo de racionalidade diferenciada que considera as pessoas como seres únicos e não categorizados em padrões sociais que agrupam as pessoas por níveis, índices ou coeficientes. (Chema Sánchez Alcón. “Crítica de la razón alterada”. http://losojosdehipatia.com.es, 30.10.2016. Adaptado.)
De acordo com o texto, “razão alterada” é:
uma racionalidade tradicional voltada à pesquisa filosófica do ser como entidade metafísica.
um conceito científico empregado para legitimar padrões de normalidade com base na biologia.
um conceito filosófico destinado a criticar a valorização da diferença no campo intelectual.
uma metodologia científica que expressa a diferença entre seres humanos com base no coeficiente intelectual.
um tipo de racionalidade contestadora de padrões sociais e dotada de pretensões universalistas.
De um lado, dizem os materialistas, a mente é um processo material ou físico, um produto do funcionamento cerebral. De outro lado, de acordo com as visões não materialistas, a mente é algo diferente do cérebro, podendo existir além dele. Ambas as posições estão enraizadas em uma longa tradição filosófica, que remonta pelo menos à Grécia Antiga. Assim, enquanto Demócrito defendia a ideia de que tudo é composto de átomos e todo pensamento é causado por seus movimentos físicos, Platão insistia que o intelecto humano é imaterial e que a alma sobrevive à morte do corpo. (Alexander Moreira-Almeida e Saulo de F. Araujo. “O cérebro produz a mente?: um levantamento da opinião de psiquiatras”. www.archivespsy.com, 2015.)
A partir das informações e das relações presentes no texto, conclui-se que:
a hipótese da independência da mente em relação ao cérebro teve origem no método científico.
a dualidade entre mente e cérebro foi conceituada por Descartes como separação entre pensamento e extensão.
o pensamento de Santo Agostinho se baseou em hipóteses empiristas análogas às do materialismo.
os argumentos materialistas resgatam a metafísica platônica, favorecendo hipóteses de natureza espiritualista.
o progresso da neurociência estabeleceu provas objetivas para resolver um debate originalmente filosófico.
Victor Frankl descrevia o fanático por dois traços essenciais: a absorção da própria individualidade na ideologia coletiva e o desprezo pela individualidade alheia. “Individualidade” é a combinação singular de fatores que faz de cada ser humano um exemplar único e insubstituível. O que o fanático nega aos demais seres humanos é o direito de definir-se nos seus próprios termos. Só valem os termos dele. Para ele, em suma, você não existe como indivíduo real e independente. Só existe como tipo: “amigo” ou “inimigo”. Uma vez definido como “inimigo”, você se torna, para todos os fins, idêntico e indiscernível de todos os demais “inimigos”, por mais estranhos e repelentes que você próprio os julgue. (Olavo de Carvalho. O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota, 2013. Adaptado.)
É necessário questionar a função de amparo identitário de todas as formas de organização de massas – partidos, igrejas, sindicatos – independente de seu objetivo político manifesto, de esquerda ou de direita. Não é descabido supor que qualquer organização de massas tenha o potencial de favorecer em seus membros a adesão à identidade de vítimas, sendo um sério obstáculo à luta pela autonomia e pela liberdade de seus membros. (Maria Rita Kehl. Ressentimento, 2015. Adaptado.)
Os dois textos:
apresentam argumentos favoráveis a ideias e comportamentos totalitários no campo da política.
defendem a importância de diferenças claras entre amigos e inimigos no campo da política.
sustentam que a união dos oprimidos em organizações de massa é mais importante que a individualidade.
utilizam os conceitos de fanatismo e de identidade coletiva para questionar o irracionalismo.
concordam que o pertencimento ideológico de direita é critério exclusivo para definir o fanatismo político.
A mídia é estética porque o seu poder de convencimento, a sua força de verdade e autoridade, passa por categorias do entendimento humano que estão pautadas na sensibilidade, e não na racionalidade. A mídia nos influencia por imagens, e não por argumentos. Se a propaganda de um carro nos promete o dom da liberdade absoluta e não o entrega, a propaganda política não vai ser mais cuidadosa na entrega de suas promessas simbólicas, mesmo porque ela se alimenta das mesmas categorias de discurso messiânico que a religião, outra grande área de venda de castelos no ar. (Francisco Fianco. “O desespero de pensar a política na sociedade do espetáculo”. http://revistacult.uol.com.br, 11.01.2017. Adaptado.)
Considerando o texto, a integração entre os meios de comunicação de massa e o universo da política apresenta como implicação:
a redução da discussão política aos padrões da propaganda e do marketing.
a ampliação concreta dos horizontes de liberdade na sociedade de massas.
o fortalecimento das instituições democráticas e dos direitos de cidadania.
o apelo a recursos intelectuais superiores de interpretação da realidade.
a mobilização de recursos simbólicos ampliadores da racionalidade.
Os homens, diz antigo ditado grego, atormentam-se com a ideia que têm das coisas e não com as coisas em si. Seria grande passo, em alívio da nossa miserável condição, se se provasse que isso é uma verdade absoluta. Pois se o mal só tem acesso em nós porque julgamos que o seja, parece que estaria em nosso poder não o levarmos a sério ou o colocarmos a nosso serviço. Por que atribuir à doença, à indigência, ao desprezo um gosto ácido e mau se o podemos modificar? Pois o destino apenas suscita o incidente; a nós é que cabe determinar a qualidade de seus efeitos. (Michel de Montaigne. Ensaios, 2000. Adaptado.)
De acordo com o filósofo, a diferença entre o bem e o mal:
representa uma oposição de natureza metafísica, que não está sujeita a relativismos existenciais.
relaciona-se com uma esfera sagrada cujo conhecimento é autorizado somente a sacerdotes religiosos.
resulta da queda humana de um estado original de bem-aventurança e harmonia geral do Universo.
depende do conhecimento do mundo como realidade em si mesma, independente dos julgamentos humanos.
depende sobretudo da qualidade valorativa estabelecida por cada indivíduo diante de sua vida.
Posto que as qualidades que impressionam nossos sentidos estão nas próprias coisas, é claro que as ideias produzidas na mente entram pelos sentidos. O entendimento não tem o poder de inventar ou formar uma única ideia simples na mente que não tenha sido recebida pelos sentidos. Gostaria que alguém tentasse imaginar um gosto que jamais impressionou seu paladar, ou tentasse formar a ideia de um aroma que nunca cheirou. Quando puder fazer isso, concluirei também que um cego tem ideias das cores, e um surdo, noções reais dos diversos sons. (John Locke. Ensaio acerca do entendimento humano, 1991. Adaptado.)
De acordo com o filósofo, todo conhecimento origina-se:
da reminiscência de ideias originalmente transcendentes.
da combinação de ideias metafísicas e empíricas.
de categorias a priori existentes na mente humana.
da experiência com os objetos reais e empíricos.
de uma relação dialética do espírito humano com o mundo.