No período entre o final dos anos 50 e início dos anos 60, a União Soviética avançou muito na conquista espacial muito mais que qualquer outro país. Mas em meados da década de 60 começou a ser ultrapassada pelos Estados Unidos que, com o Projeto Apolo, assumiram a liderança no desenvolvimento tecnológico, com inúmeros projetos ousados de pesquisa espacial.
Somente no ano de 1986 foi que o domínio norte-americano se deparou com um grande problema: o lançamento soviético do projeto mais avançado na época, a Estação MIR. Na verdade, desde 1982 os soviéticos já dispunham de uma estação orbital, a Saliut 7, que abrigava sete astronautas. Embora estivesse sendo utilizada, suas instalações eram muito precárias, o que vinha impossibilitando uma infinidade de pesquisas.
Segundo a definição oficial do governo soviético, a MIR é uma unidade de base para construir, no futuro, um complexo orbital tripulado permanentemente e operando com módulos especializados para lidar com questões cientificas e de economia nacional. Dos seis módulos, quatro seriam ocupados por laboratórios dedicados às pesquisas astronáuticas e biocientíficas, o primeiro sendo utilizado pelos astronautas e o segundo para o abastecimento da espaçonave. Logo após o lançamento da MIR, a nave Saliut T15 transportou os dois primeiros astronautas, que se instalaram na estação espacial por dois meses. O projeto teve continuidade nos primeiros anos e, em 1988, abrigou um casal de astronautas por 366 dias.
Mas as transformações políticas e econômicas ocorridas na União Soviéticas em 1989 atrapalharam principalmente no que se refere aos investimentos necessários para a perfeita manutenção da nave.
Em decorrência disso, os pequenos acidentes começaram a ocorrer com o funcionamento correto da Mir, e principalmente a partir de 1997, os problemas se tornaram mais significativos, e com isso ocorreu uma explosão e um incêndio no interior da estação, após alguns meses da explosão outro problema, uma colisão com uma nave afetou a fonte geradora de energia. Essas sucessões de falhas retratavam a falta de investimento na manutenção dos equipamentos e um desgaste emocional dos astronautas, e numa tentativa de superar o problema a Rússia investiu na Mir uma quantia de 180 milhões de dólares, equivalente ao que a Índia dedicava ao seu programa espacial.
O somatório de problemas, aliado a falta de recursos para saná-los, estimulou os críticos do projeto a exigir que a estação espacial fosse recolhida à Terra. Em 1998, o governo russo optou por iniciar um processo de extinção gradativa do Projeto MIR. No dia 29 de março de 2001, a Mir foi finalmente destruída pelas autoridades russas, os destroços da estação espacial afundaram o sul do Oceano Pacifico, dando fim aos 15 anos de vida útil do primeiro complexo orbital construído pelo homem.
A queda do Mir iniciou-se quando o foguete Progress, acoplado à estação, acionou os propulsores pela última vez, freando a órbita da estrutura e fazendo com que ela cedesse a gravidade.
Fontes
Livro Texto Geografia 1, HELIO, Carlos Garcia
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/exploracao-espacial/estacao-espacial-russa-mir/