Por Débora Carvalho Meldau
Os antitussígenos, também conhecidos como antitússicos ou béquicos, são fármacos utilizados no tratamento sintomático da tosse.
Além do sistema mucociliar, existe ainda o reflexo da tosse, que também desempenha a função de defesa e limpeza das vias aéreas. A tosse é definida como um reflexo fisiológico que tem por função proteger a árvore respiratória, removendo secreções produzidas em excesso ou substâncias irritantes, sendo assim, geralmente não deve ser interrompida. Deste modo, caso a tosse seja produtiva, isto é, se seu surgimento apresentar como objetivo favorecer a eliminação das secreções, limpando as vias aéreas, esta não deverá ser suprimida. Todavia, quando a tosse for crônica, contínua e improdutiva, deve-se procurar eliminá-la, para que este processo não resulte em alterações crônicas no parênquima respiratório. A tosse pode promover ainda efeitos indesejáveis sobre o sistema circulatório, diminuindo o fluxo cardíaco e acarretando, consequentemente, redução do débito cardíaco.
De um modo geral, os antitussígenos não são usados isoladamente, sendo frequentemente incorporados a preparações que contêm expectorantes mucolíticos e substâncias demulcentes (xaropes). Deve-se ressaltar que vários antitussígenos encontrados no comércio não são apropriados, possuindo, em muitos casos, incompatibilidade nas associações. O objetivo inicial, quando da terapia antitussígena, é provocar a diminuição tanto da gravidade quanto da frequência da tosse, mas sem comprometer a defesa gerada pelo sistema mucociliar. Sempre que esta terapia for utilizada, deve-se buscar a causa da tosse para que o paciente possa realizar o tratamento adequado. Deste modo, os antitussígenos sempre deverão ser medicamentos coadjuvantes no tratamento de afecções presentes no trato respiratório.
Os antitussígenos agem no sistema nervoso central, local onde estes medicamentos inibem as respostas do centro da tosse aos estímulos que lá chegam. Os antitussígenos que atuam neste nível são os denominados agentes narcóticos, como a codeína e o butorfanol, e os agentes não-narcóticos como o dextrometorfano e a noscapina.
Os fármacos antitussígenos de ação central não devem ser usados juntamente com expectorantes, nem ser usado em pacientes com secreção abundante, pois esta secreção pode acumular-se no sistema respiratório, levando à asfixia.
Antitussígenos Narcóticos
A maior parte dos hipoanalgésicos apresenta propriedades antitussígenas. Contudo, apenas alguns deles, como por exemplo, a codeína, a hidrocodona e o butorfanol, têm sido utilizados como antitussígenos, pois estes opióides possuem menor risco de causar dependência, além de não serem efetivos quando administrados por via oral.
Antitussígenos Não-narcóticos
O dextrometorfano é um opióide sintético não-narcótico. A atividade antitussígena deste medicamento é muito inferior a do butorfanol e igual ao da codeína. Atualmente, é o antitussígeno mais utilizado e seguro.
Os efeitos colaterais englobam tontura, leve sonolência, gastralgia e reações cutâneas alérgicas. Normalmente não causa dependência, mas em doses elevadas poderá causar dependência respiratória.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antitússico
Farmacologia Aplicada à Medicina Veterinária – Helenice de Souza Spinosa, Silvana Lima Górniak e Maria Martha Bernardi; 4° edição. Editora Guanabara Koogan, 2006.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/farmacologia/antitussigenos/