Bloqueadores Neuromusculares

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Por Débora Carvalho Meldau

Os bloqueadores neuromusculares são fármacos que interrompem a transmissão do impulso nervoso na junção neuromuscular. São classificados de acordo com o seu mecanismo de ação, em duas categorias: despolarizantes e não-despolarizantes. Estes fármacos diferem significativamente em seus efeitos.

Bloqueadores Despolarizantes

Nesta categoria, encontram-se dois medicamentos: o decametônio e a succinilcolina. Os membros deste grupo são caracterizados por apresentarem alta semelhança química em suas estruturas de amônio biquaternário. Estruturalmente, estas substâncias apresentam-se como moléculas menores e mais flexíveis que as dos bloqueadores não-despolarizantes.

O mecanismo de ação destes agentes se dá por meio de suas ações em receptores colinérgicos nicotínicos, resultando na despolarização da fibra muscular. Deste modo, a fibra muscular permanece despolarizada pelo período em que a molécula do bloqueador encontrar-se ligada ao receptor. Esta fase inicial do efeito farmacológico recebe o nome de fase I. Quando se administra doses repetidas, intermitentes ou ininterruptas, de succinilcolina, uma forma mais complexa de bloqueio se apresenta, denominado bloqueio da fase II.  Nesta fase, são observadas algumas características ligadas ao bloqueio não-despolarizante, sendo este efeito revertido em partes por anticolinesterásicos.

Bloqueadores Não-despolarizantes

Também chamados de bloqueadores competitivos ou “curarizantes verdadeiros”, a d-tubocurarina é o protótipo deste tipo de relaxante muscular. Outras substâncias que se enquadram nesta categoria são: pancurônico, metocurina, galamina, atracúrio, fazadínio e o vecurônio. Mais recentemente foram introduzidos quatro novos bloqueadores competitivos: doxacúrio, pipecurônio, mivacúrio e rocurônio.

Estruturalmente falando, estes fármacos são moléculas complexas e parcialmente rígidas. A maior parte dos bloqueadores não-despolarizantes apresenta grupamentos de amônio quaternário, tendo caráter altamente hidrofílico. O efeito relaxante muscular propaga-se através do bloqueio receptor colinérgico, impossibilitando, conseqüentemente, a despolarização da membrana pós-sináptica (fibra muscular). A interferência na concentração da musculatura não ocorrerá até que 75 a 80% dos receptores na fibra muscular estejam ocupados pelo agente curarizante, e a completa interrupção da contração ocorre apenas quando houver a ocupação de 90 a 95% dos receptores.

Os relaxantes musculares competitivos apresentam como principais características o aparecimento lento de efeitos e a ausência de fasciculação. Observa-se ainda que o músculo que se torna relaxado por meio destes bloqueadores responde a outros estímulos. Outra característica importante destes bloqueadores neuromusculares é a reversão de seus efeitos por agentes anticlinesterásicos, já que o efeito de relaxamento muscular ocorre por antagonismo competitivo com a acetilcolina.

Fontes:
http://www.unifesp.br/dcir/anestesia/bnm2.pdf
Farmacologia Aplicada à Medicina Veterinária – Helenice de Souza Spinosa, Silvana Lima Górniak e Maria Martha Bernardi; 4° edição. Editora Guanabara Koogan, 2006.

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