Por Débora Carvalho Meldau
Catárticos são medicamentos que favorecem a eliminação das fezes. Recebem a denominação de purgantes quando causam a eliminação de fezes de consistência diarréica, e laxantes quando as fezes apresentam consistência normal. Certos laxantes, quando há um aumento na sua dose, podem desempenhar efeito purgante ou, ainda, purgantes que, quando administrado em doses menores, apresentam efeito laxante. Existem também aqueles que apresentam efeito exclusivamente laxante ou purgante, independentemente da dose administrada.
Os catárticos podem ser classificados em quatro grupos, que são os emolientes ou lubrificantes, formadores de massa e/ou colóides hidrófilos, osmóticos ou salinos e estimulantes ou irritantes.
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Catárticos Emolientes ou Lubrificantes
Estes catárticos são responsáveis por lubrificar e amolecer as fezes, impedindo a sua dessecação; desempenham papel especialmente laxante. Neste grupo encontram-se os óleos mineral e vegetal e os docusatos. O óleo mineral é uma mistura de hidrocarbonetos líquidos obtidos a partir do petróleo que, quando administrados por via oral, apresentam efeito laxativo, não sendo digerido e com absorção praticamente nula por parte do organismo.
Óleos vegetais também podem ser utilizados como laxantes; no entanto, por serem hidrolisados pela lipase intestinal e absorvidos, existe a necessidade de empregar dose que supere a capacidade de hidrólise desta enzima para que o efeito seja notado. A utilização do óleo como laxante, apresenta como desvantagem a redução da absorção das vitaminas lipossolúveis.
Os ducosanatos são surfactantes aniônicos que torna mais fácil a penetração de água e gordura no bolo fecal, amolecendo-o e facilitando sua eliminação. Existe a hipótese também de que estes alterem a absorção de água e eletrólitos e causam efeitos sobre a mucosa intestinal similares àqueles gerados pelos catárticos estimulantes, sendo assim classificado por alguns autores.
Catárticos Formadores de Massa e/ou Colóides Hidrofílicos
Dentro deste grupo encontramos os polissacarídeos naturais, semi-sintéticos e celulose obtida a partir de sementes, casca de sementes (farelos), algas e também resina sintética. Estes agentes são indigeríveis, apresentando propriedades hidrófilas, promovendo amolecimento das fezes e aumentando seu volume, com conseqüente distensão das fibras musculares intestinais, induzindo relaxamento e aumentando a motilidade intestinal, o que resulta em efeito laxativo.
Catárticos Osmóticos ou Salinos
Estes são absorvidos aos poucos e de modo vagaroso, desempenhando atividade osmótica no lúmen intestinal, atraindo, assim, água para esta região. Como consequência, ocorre distensão das fibras musculares lisas intestinais e, reflexamente, exacerbação do peristaltismo, gerando efeito laxante ou purgante dependendo da dose fornecida.
Estão englobados neste grupo os sais de magnésio, sais de sódio, lactulose, glicerina e sorbitol.
Catárticos Estimulantes ou Irritantes
Estes promovem a irritação da mucosa intestinal ou inibem a absorção de água, eletrólitos e nutrientes, ou ainda, estimulam os plexos nervosos intramurais, aumentando a motilidade intestinal e, conseqüentemente, provocando o efeito catártico. Acredita-se também que alguns deles são capazes de inibir a Na+ -K+ -ATPase (responsável pela absorção de sódio no cólon) ou aumentar a síntese de prostaglandinas e AMPc (contribuindo, em parte, para o aumento da secreção de água e eletrólitos). Dentre esses catárticos encontram-se o óleo de rícino, derivados do difenilmetano e os catárticos antraquinônicos.
Fontes:
http://www.copacabanarunners.net/laxantes.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Laxante
Farmacologia Aplicada à Medicina Veterinária – Helenice de Souza Spinosa, Silvana Lima Górniak e Maria Martha Bernardi; 4° edição. Editora Guanabara Koogan, 2006.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/farmacologia/catarticos/