Por Débora Carvalho Meldau
Os eméticos são fármacos usados para a geração de êmese, especialmente em situações de intoxicação, objetivando impossibilitar ou diminuir a absorção do agente tóxico ingerido e que ainda encontra-se presente no estômago.
A êmese (mais conhecida como vômito) espontânea atua como um mecanismo de defesa do organismo para remover material deglutido ou refluído das primeiras porções do intestino. Este processo vem acompanhado de diversas alterações orgânicas, iniciando-se pela fase da parada da motilidade gástrica, fase conhecida como náusea, seguida pela obstrução pilórica, abertura do cárdia, contração simultânea do diafragma e musculatura abdominal, possibilitando a expulsão do conteúdo gástrico para a boca. O vômito é, ainda, antecedido ou simultaneamente acompanhado de sialorréia, elevação da secreção do trato respiratório, tosse, diminuição da pressão arterial, sudorese, taquicardia e respiração irregular.
A êmese pode ser gerada por estimulação local da mucosa gástrica (por meio do uso de substâncias irritantes), por distúrbio do aparelho vestibular (cinetose) e pode ter origem central (infecções virais, febre ou toxemia). Em todos os casos, há o controle por parte do sistema nervoso central (SNC) através do centro do vômito.
Os eméticos podem ser irritantes ou de ação central. Os primeiros geram irritação da mucosa gástrica, resultando no vômito; encontramos nesse grupo soluções de 1% de sulfato de cobre ou sulfato de zinco, que atualmente não são mais utilizados. Outros sais como o cloreto de sódio, na forma sólida, colocando sobre a base da língua ou administrados por via oral em solução concentrada levemente aquecida pode levar à êmese. A ipeca, obtida por meio de raízes de uma determinada planta, apresenta dois alcalóides, a emetina e a cefalina, que levam à êmese. Este efeito, por sua vez, é consequente do efeito irritativo sobre a mucosa gástrica, e também, por agir no SNC. O efeito causado por esse emético ocorre dentro de 15 a 30 minutos após sua administração (via oral ou por via intravenosa).
Já na medicina veterinária, é feito o uso de apomorfina, um potente agonista de receptores dopaminérgicos, capaz de induzir o vômito terapêutico em cães que ingeriram alguma substância tóxica ou estranha para o seu organismo.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%B4mito
http://pt.wikipedia.org/wiki/Apomorfina
Farmacologia Aplicada à Medicina Veterinária – Helenice de Souza Spinosa, Silvana Lima Górniak e Maria Martha Bernardi; 4° edição. Editora Guanabara Koogan, 2006.