Procinéticos

Por InfoEscola
Categorias: Farmacologia
Ouça este artigo:
Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!

Por Débora Carvalho Meldau

Os medicamentos procinéticos apresentam a capacidade de estimular, coordenar e restaurar a motilidade gástrica, pilórica e do intestino delgado.

Sabe-se que o controle da motilidade é feito pela interação dos sistemas miogênicos, neural e químico, além de um quarto sistema, formado por células intersticiais, que provavelmente atuem como marcapasso. Neste contexto, as possibilidades, em potencial, de modular farmacologicamente a motilidade gastrointestinal aumenta consideravelmente. Deste modo, diferentes substâncias químicas apresentam capacidade de imitar ou antagonizar os efeitos dos transmissores endógenos, modulando a motilidade do trato gastrointestinal. As principais substâncias utilizadas terapeuticamente relacionam-se com efeitos colinérgicos muscarínicos, antidopaminérgicos e serotoninérgicos.

A metoclopramida é o principal fármaco utilizado como procinético. Este, por sua vez, é um antoganista de receptores dopaminérgicos do tipo 2; contudo, seu efeito procinético é conferido à  sua capacidade de facilitar e elevar a secreção de acetilcolina dos terminais nervosos colinérgicos pós-ganglionares, sensibilizando, deste modo, os receptores muscarínicos encontrados na membrana da musculatura lisa e, também, diminuindo a hidrólise da acetilcolina em conseqüência da inibição da acetilcolinesterase. Além disso, o feito procinético da metoclopramida é atribuído também ao bloqueio de receptores do tipo dopaminérgicos e inibição de determinados receptores serotoninérgicos.

Os efeitos da metoclopramida no aparelho gastrointestinal englobam o aumento do tono e amplitude das contrações gástricas, contração da cárdia, relaxamento do piloro e aumento do peristaltismo duodenal e jejunal. Sendo assim, favorece o esvaziamento gástrico, previne ou diminui o refluxo gastroesofágico e agiliza o trânsito das primeiras porções do intestino. Auxiliando, assim, no tratamento de náuseas ou outros sintomas relacionados à dispepsia.

A domperidona também é um agonista dopaminérgico que apresenta propriedades procinéticas similares às da metaclopramida; contudo, não possui atividade colinérgica. Possui menos efeitos centrais quando comparada com a metoclopramida.

Outros agentes com atividade colinérgica muscarínica, atuam como agonista colinérgico de ação direta ou inibem a enzima acetilcolinesterase, poderiam ser utilizados como fármacos procinéticos. No entanto, este uso é limitado devido ao fato da ação deste não está restrita ao trato gastrointestinal. Como exemplo, podemos citar os ésteres derivados da colina, betanecol e carbacol e, também, do anticolinesterásico neostigmina.

A cisaprida foi utilizada como fármaco procinético, sendo este efeito mediado por receptores serotoninérgicos, nos quais a ligação é  realizada em determinados receptores inibitórios e excitatórios. O efeito excitatório era conferido ao aumento da liberação de acetilcolina tanto nos terminais nervosos pós-ganglionares, como no plexo intramural. Contudo, este fármaco foi retirado do mercado devido ao fato de seu uso estar correlacionado com disfunções cardíacas fatais.

Fontes:
http://es.wikipedia.org/wiki/Procin%C3%A9tico
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/biblioteca/3816/antiemeticos_e_agentes_procineticos.htm

Farmacologia Aplicada à Medicina Veterinária – Helenice de Souza Spinosa, Silvana Lima Górniak e Maria Martha Bernardi; 4° edição. Editora Guanabara Koogan, 2006.

AVISO LEGAL: As informações disponibilizadas nesta página devem apenas ser utilizadas para fins informacionais, não podendo, jamais, serem utilizadas em substituição a um diagnóstico médico por um profissional habilitado. Os autores deste site se eximem de qualquer responsabilidade legal advinda da má utilização das informações aqui publicadas.
Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!