Francis Bacon e o método indutivo

Por Geraldo Magela Machado
Categorias: Filosofia
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Francis Bacon (1561 – 1626) foi um teórico que exerceu grande influência nos paradigmas científicos que marcaram a sociedade industrial. Contrariando a visão transcendental e a razão sem comprovação, Bacon defendeu em seus trabalhos o uso da experiência e do método indutivo como critérios válidos para a aceitação de qualquer conhecimento.

Com a intenção de criar uma nova filosofia e ciência, Bacon desenvolveu tratados críticos e metodológicos, lançando as bases para sua empreitada que, segundo ele, proporcionariam o domínio da realidade.

Ao contrário de Descartes, Francis Bacon mesclou sua vida entre a contemplação filosófica e a agitação da vida política. Ele acreditava que a dedicação exagerada aos estudos, sem uma finalidade prática, era pura vaidade acadêmica e que os estudos não poderiam ser um fim em si mesmo. Para ele os verdadeiros sábios são capazes de utilizar os conhecimentos de maneira prática, indicando uma visão pragmática para a ciência e a filosofia.

Na sua concepção, que dava extrema importância ao método indutivo e da experimentação, Bacon citou as duas operações básicas pelas quais a indução deve passar: a negativa e a construtiva.

Na operação negativa, o sujeito deve se libertar dos erros comuns, causados por tradições com raízes profundas na sociedade e de seus preconceitos.

Já  a construtiva realiza-se através da descoberta das verdades cientificamente comprovadas, e não apenas postuladas.

O rigor dos experimentos científicos, o uso da razão nos atos do dia a dia, a primazia do método indutivo e idéia de que todo conhecimento tem por finalidade ser posto em prática, formam o corpo da obra de Francis Bacon, que marcou a sociedade e influenciou a construção da chamada abordagem científica da administração.

Fonte:
Ferreira, Victor Claudio Paradela – Modelos de Gestão / Victor Claudio Paradela Ferreira, Antonio Semeraro Rito Cardoso, Carlos José  Corrêa, Célio Francisco França. 2ª Ed. – Rio de Janeiro : Editora FGV, 2006.

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