Chama-se tirania o governo conduzido por um tirano, onde determinada população é oprimida e tem seu livre arbítrio retirado, transformando-se em peças em um jogo de poder.
Em nossos dias, o termo tirania é aplicado geralmente a uma forma cruel e opressiva de governo, mas a definição original da palavra se referia a regimes cujos mandatórios não tinham a legitimidade para exercer o poder, não importando se agissem de forma maligna ou benevolente. Essa transformação em seu significado tem origem na sucessão de governos tiranos através da história, que, mesmo benignos, tendem a ser inseguros, e para tentar manter o seu poder, transformam-se em regimes cada vez mais opressivos. Dessas experiências surgiu ainda a divisão de poderes na administração pública, para que se evitasse o acúmulo de poder nas mãos de um indivíduo apenas.
Os métodos para derrubar uma ordem constitucional e estabelecer uma tirania são bem conhecidos, mas é surpreendente notar que aqueles que não têm intenção de perpetrar uma tirania podem ser cooptados a instalar um modelo tirânico de administração, apesar de suas melhores intenções. A tirania não é sempre deliberada, os tiranos pode enganar-se em seus atos, acreditando-se libertadores de uma condição, de uma população, e ao mesmo tempo podem agir de modo a enganar todo mundo. O tirano sempre busca o condicionamento do povo, tornando-o compatível com as exigências do poder. Para isso, ele sempre estimula a ignorância pública do cidadão em relação aos seus deveres cívicos.
Uma forma comum de implantação do modelo tirânico de governo começa com o controle e distribuição de falsas informações, por exemplo, com a instituição de ministérios da propaganda chamados de "informação pública" ou "marketing". Outra manobra comum é a da fraude eleitoral, usada para impedir a eleição de reformadores. O tirano irá se utilizar ainda da usurpação de poderes, controle das forças armadas, militarização da aplicação da lei, com medidas aparentemente fortes, como a declaração de uma "guerra contra o crime", por exemplo, que acaba por gerar uma guerra contra as liberdades civis. Outras formas básicas da tirania é a instituição da prática de espionagem e vigilância interna, supressão de pesquisadores e denunciantes, além a criação de uma classe de funcionários acima da lei.
A solução nesses casos é sempre detectar as tendências para a tirania e suprimi-las antes que elas se desenvolvam e acabem firmemente estabelecidas. As pessoas nunca devem concordar em qualquer violação da constituição. Deixar de tomar medidas corretivas cedo significa apenas que medidas mais severas terão de ser tomadas mais tarde, talvez com a perda de vidas e do rompimento da sociedade de uma forma que a recuperação pode levar até mesmo séculos.
Bibliografia:
ROLAND, Jon. Principles of Tyranny (inglês). Disponível em: < http://constitution.org/tyr/prin_tyr.htm >. Acesso: 21/02/13.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/filosofia/tirania/