Jean-Yves Leloup

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Por Ana Lucia Santana

Escritor, PhD em Psicologia Transpessoal, filósofo, sacerdote hesícasta – aquele que dedica sua existência ao mergulho no universo interior e à prece -, poeta e notável intérprete das palavras de Cristo, entre outros tantos títulos, Jean-Yves Leloup nasceu na cidade de Angé, na França, em 24 de janeiro de 1950. Seus pais eram Pierete Leloup Bienvenue e Jean Claude Leloup. Integrante da Igreja Ortodoxa, ele é defensor ardoroso da união entre ciência e espiritualidade, tema mais desenvolvido em sua obra.

Perito em conferências, um dos mais solicitados no continente europeu, divulga por todos os recantos do Planeta suas idéias claramente holísticas. Ele é inclusive presidente da Universidade Holística Internacional de Paris, bem como orientador do Colégio Internacional dos Terapeutas. Leloup é considerado um dos filósofos mais consagrados dos nossos dias. Ele visita freqüentemente o Brasil, geralmente durante eventos produzidos pela Universidade da Paz – Unipaz.

Na sua obra e nas suas palestras ele aborda de forma profunda os textos sagrados, e incentiva seu público a uma ampla meditação sobre as realidades espirituais no cotidiano da vida moderna. Estimula também uma formação transdisciplinar, uma integração entre as várias dimensões do conhecimento. Ele publicou mais de cinqüenta livros; traduziu e comentou os Evangelhos de Tomé, Maria de Magdala, Felipe e João.

Entre outros volumes, escreveu Cuidar do Ser"; "Caminhos da Realização"; "O Espírito na Saúde"; "Terapeutas do Deserto"; O Evangelho de Tomé"; "Caminhos da Cura"; "O Corpo e seus Símbolos"; "O Evangelho de Maria"; "Desertos, desertos"; "A Arte de Morrer"; "Palavras da Fonte", "O Evangelho de João"; "Carência e Plenitude"; "Sinais de Esperança"; "Além da Luz e da Sombra"; "Antigos e Novos Terapeutas"; "A Montanha no Oceano" e "Uma Arte de Amar para os Nossos Tempos."

Sobre a Igreja Ortodoxa, Leloup afirma que a ortodoxia é a face do cristianismo primitivo, que era na verdade uma união de várias igrejas – Jerusalém, Antioquia, Éfeso, Roma. Houve uma ruptura no século XII, por iniciativa da sede romana. As outras preservaram a conjunção. Justificando a recorrência das discussões sobre o deserto em sua obra, ele afirma ser ele o símbolo do silencio, fonte da palavra, e também para onde ela retorna. Ele também representa o vazio, origem de tudo que existe, o mesmo espaço que aguarda a volta da criação.

Jean-Yves Leloup também criou um neologismo que define de forma magistral o comportamento de grande parte das pessoas que habitam o universo contemporâneo – a normose. Esta expressão refere-se às práticas normalmente aceitas pelo consenso social, pelas regras convencionais, mas que na verdade se configuram em hábitos que muitas vezes provocam prejuízos irreversíveis. Por exemplo, o consumismo desenfreado que hoje coloca em risco nosso Planeta - são ‘normais’ os que aderem a este costume nocivo, e ‘loucos’ os que combatem este comportamento. Segundo Leloup, os primeiros são os normóticos – normais patológicos -, mesmo que não tenham consciência disso.

Estes e outros temas, como a reencarnação, Deus, o conceito do sagrado, as lembranças da dimensão corporal, a interação entre o indivíduo e a sociedade, a visão sobre a morte, a jornada humana, a intolerância religiosa, são amplamente debatidos por este filósofo do século XXI.

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