Eletroscopia

Por Emerson Santiago
Categorias: Eletricidade
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Eletroscopia é a disciplina que estuda os fenômenos eletrostáticos produzidos por cargas elétricas em repouso. Atualmente, a eletroscopia é aplicada em diversas áreas como na proteção contra campos elétricos externos, pesquisas científicas e fenômenos da radiação. É muito utilizada ainda na proteção de instrumentos delicados contra campos elétricos externos e na eliminação da eletricidade estática nas indústrias têxtil e de papel, entre outras. Além disso, os fundamentos da eletroscopia são empregados na construção de fontes eletrostáticas de alta tensão, em experiências de física nuclear.

O início de tais estudos remonta ao século VI a.C. quando o filósofo Tales, morador da cidade de Mileto, encontrou uma resina fóssil à qual deu o nome de elektron (substância que hoje conhecemos como âmbar; em grego moderno, o elemento recebe o nome de kekribári), e a esfregou à pele de alguns animais. Tales observou então que após o atrito, o âmbar tinha o poder de atrair outros corpos, como palhas secas. Desde esta descoberta inicial, estudos foram sendo desenvolvidos e com eles novos termos foram criados para se definir esta atração entre os corpos, ou o afastamento entre os mesmos.

Mais tarde, o processo por trás do fenômeno seria devidamente compreendido e detalhado. O atrito dos elementos é responsável por um desequilíbrio das forças elétricas no interior do material e uma redistribuição das cargas, as quais, em determinadas condições, se transmitem de um corpo para outro e provocam eletrização permanente. Tal fenômeno recebeu dentro dos estudos da eletroscopia o nome de eletrização.

A eletrização é um fenômeno importante no estudo da eletricidade em geral e muitas vezes natural, possuindo diversas causas. A própria composição das substâncias, constituídas de átomos cujos elétrons circulam em redor do núcleo com relativa liberdade de movimento, motiva a existência de fenômenos elétricos espontâneos. Se um corpo ganha elétrons, dizemos que ele ficou eletrizado negativamente, pois o número de elétrons nesse corpo é maior que o número de prótons. Se um corpo perde elétrons, o numero de prótons nesse corpo é maior que o de elétrons, então, dizemos que o corpo está positivamente eletrizado. Ao estudarmos a eletrização, temos que observar também os processos no qual se dá a eletrização, seja por atrito, contato ou indução.

Os dispositivos capazes de verificar se um corpo está eletrizado são chamados de eletroscópios, conhecidos também como detectores eletrostáticos. Existem dois tipos bem comuns de eletroscópios, o pêndulo eletrostático e o eletroscópio de folhas. No pêndulo eletrostático, ao se aproximar determinado pêndulo eletrizado a outro neutro, o corpo eletrizado atrai o corpo neutro. Já no eletroscópio de folhas, ao aproximar um corpo eletrizado positivamente, os elétrons do topo do eletroscópio passam para o bastão atingindo a mesma carga elétrica das folhas, fazendo com que se afastem. Hoje sabemos que instrumentos mais sensíveis à carga do que o eletroscópio de folhas estão sendo desenvolvidos e a esses instrumentos damos o nome de "eletrômetros".

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