Viagens no tempo

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É possível viajar no tempo? O tempo passa do mesmo jeito para todos ou ele é diferente para cada pessoa? O que a Ciência explica a respeito deste assunto?

Isaac Newton, ao formular as suas famosas leis da dinâmica, deixou implícito uma suposição inicialmente aceita por todos: o tempo corre de maneira idêntica para todos os observadores. O cálculo de valores como velocidade, aceleração e força, deveria ser feito de modo semelhante por diferentes observadores, em diferentes referenciais – apenas levando em conta, pequenas correções relativas a mudança de posição, por exemplo.

A partir da Teoria da Relatividade de Einstein, ficou claro para os cientistas que o tempo não flui de maneira igual para todos os observadores. E isso não tem nada a ver com a noção psicológica de tempo... Esta variação do fluxo de tempo é diferente para observadores distintos de maneira mensurável cientificamente.

Um belo exemplo de influência da Teoria da Relatividade no mundo moderno é o Global Position System – Sistema de Posicionamento Global ou GPS. Este sistema funciona basicamente comparando a posição do aparelho com a posição de uma rede de satélites ao redor da Terra. Devido a efeitos previstos pela Teoria de Einstein, existe uma pequena diferença entre a hora da Terra e a hora dos satélites. Essa diferença precisa de uma correção previamente planejada pelos cientistas e engenheiros envolvidos na produção destes satélites. Caso não houvesse essa correção, todos o sistema GPS ficaria comprometido e informaria as posições com um erro muito maior.

Para um observador com uma velocidade constante próxima da velocidade da luz, que é de 300.000 Km/s, o tempo passa a correr mais lentamente do para um observador em repouso. Isto ocorre para qualquer velocidade, mas o efeito só é relevante quando o objeto se aproxima da velocidade da luz. Isto nos daria um caminho aparentemente simples de viajar em direção ao futuro. Considere uma espaçonave capaz de viajar a velocidades extremamente altas. Para a tripulação, o tempo correria mais lentamente do que para os habitantes da terra. Ao retornar da viajem eles pareceriam mais jovens do que se tivesse ficado no planeta. Obviamente isso é apenas uma suposição. A humanidade não possui tecnologia nem recursos para produzir tal nave. Mas demonstra que, de algum modo é possível viajar para “frente” no tempo.

E quanto ao sentido oposto? É possível voltar no tempo? Na década de 1930, cientistas descobriram a possibilidade de que forças gravitacionais extremas, semelhantes às encontradas nos buracos negros, poderiam gerar caminhos que levariam o objeto ao seu próprio passado. É claro que o objeto teria que atravessar a estupenda força gravitacional, o que com o conhecimento que temos seria impossível.

Outro método que vem sendo usado para realizar experimentos relacionados a viagens no tempo dentro dos laboratórios é o teleporte. A mecânica quântica permite o teleporte de partículas como os fótons. Sob as condições corretas, já foi demonstrado ser possível enviar partículas bilionésimos de segundo para o passado. Porém este efeito só ocorre com uma probabilidade muito baixa e apenas quando não existe a possibilidade de paradoxos temporais. É como se os únicos caminhos possíveis fossem aqueles que não resultam em paradoxos.

Uma analogia de um paradoxo temporal, seria aquelas situações típicas de histórias de ficção científica em que um personagem volta no tempo e impede o nascimento de um de seus pais. Ora, sem os pais terem nascido, como o personagem nasceu? E mais: se ele não nasceu, como voltou no tempo para impedir o nascimento dos seus pais? De fato, um paradoxo.

Atualmente as viagens no tempo se tornaram mais do que apenas tema de ficção científica, transformando-se em assunto de pesquisas sérias. Mas existe um longo caminho até conseguirmos de fato enviar um objeto macroscópico, como um parafuso ou uma pessoa, se é que isso será possível algum dia.

Fontes:
http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2012/290/as-viagens-no-tempo
http://profs.if.uff.br/ernesto/wiki/doku.php?id=ctc

Arquivado em: Física
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