Desidratação

Por Rafael Barty Dextro

Mestre em Ecologia e Recursos Naturais (UFSCAR, 2019)
Bacharel em Ciências Biológicas (UNIFESP, 2015)

Categorias: Fisiologia, Saúde
Ouça este artigo:
Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!

A desidratação é uma condição caracterizada pelo uso ou perda excessiva de líquidos corporais em uma taxa superior àquela de ingestão, afetando o funcionamento normal do organismo. A desidratação, apesar de ser um quadro facilmente tratável, pode ter consequências mais graves em crianças e idosos do que em adultos jovens.

Crises intensas e contínuas de vômito e diarreia são as principais causas de desidratação em crianças. Em adultos e idosos, além do pouco consumo de água, algumas doenças ou uso de medicamentos específicos pode levar a quadros de desidratação. Embora a maior parte dos casos possam ser resolvidos com o simples aumento do consumo de líquidos, a desidratação grave precisa de tratamento médico urgente, envolvendo inclusive a administração de soro intravenoso.

Praticar exercícios físicos sob o sol, sem ingestão de água, causará desidratação rapidamente. Foto: Maridav / Shutterstock.com

A sede não é um bom indicativo da condição de hidratação corporal, sendo que muitas pessoas quase não sentem sede ou somente despertam essa sensação quando já se encontram desidratadas. Por isso, recomenda-se ingerir pelo menos 2 litros de água por dia, aumentando esse volume em dias quentes, caso se realize atividade física ou se estiver doente. Em alguns casos de patologias crônicas (como na insuficiência renal), o volume mínimo e máximo de ingestão de líquidos diários é determinado por um médico. Os sinais de desidratação corpórea variam entre crianças e adultos. Boca seca, choro sem lágrimas, olhos profundos na face e irritabilidade são sinais de desidratação em bebês e crianças pequenas. Para os adultos, a falta de líquidos causa tontura, fraqueza, confusão mental e urina escura e menos frequente. O envelhecimento reduz as reservas corporais de líquidos, o que faz com que idosos estejam em maior risco de sofrer efeitos da desidratação.

A perda de fluidos corporais é intensificada em diversas doenças que causem febre (gripe e inflamações), vômito (infecções gastrointestinais), diarreia (intoxicação alimentar e infecções bacterianas) ou aumentem a frequência de urinar (diabetes). As complicações possíveis da desidratação mudam de acordo com o grau de perda de líquidos, variando entre desmaios leves até efeitos mais perigosos como convulsão, problemas renais e choque circulatório. As convulsões são movimentos musculares erráticos e involuntários associados ao desequilíbrio da concentração de eletrólitos, moléculas responsáveis pela transmissão dos sinais elétricos corporais. Os problemas renais associados a desidratação abrangem a formação de pedras nos rins até a insuficiência renal crônica, que requer tratamento através de hemodiálise. Esta técnica diz respeito a filtração extracorpórea do sangue do paciente, feita em uma máquina contendo uma serie de filtros que simulam a função dos rins. Por fim, o choque circulatório pode ocorrer quando há redução do volume sanguíneo, associado a menor ingestão de líquidos, o que causa uma queda da pressão arterial e uma diminuição da quantidade de oxigênio fornecida para os órgãos, sendo esta uma das piores e mais graves complicações da desidratação.

A maneira mais eficiente de prevenir a desidratação é a ingestão de um volume considerável de água e de líquidos não alcoólicos, o consumo de alimentos ricos em água (como frutas suculentas e vegetais) e acompanhar a frequência e coloração de sua urina. Tons amarelados escuros ou urinar poucas vezes por dia indicam a necessidade de consumir mais líquidos.

Referências:

Dudzinski, P. J., Petrone, A. F., Persoff, M., & Callaghan, E. E. (1971). Acute renal failure following high dose excretory urography in dehydrated patients. The Journal of urology106(5), 619-621.

Mackenzie, A., Barnes, G., & Shann, F. (1989). Clinical signs of dehydration in children. The Lancet334(8663), 605-607.

Thomas, D. R., Cote, T. R., Lawhorne, L., Levenson, S. A., Rubenstein, L. Z., Smith, D. A., & Council, D. (2008). Understanding clinical dehydration and its treatment. Journal of the American Medical Directors Association9(5), 292-301.

AVISO LEGAL: As informações disponibilizadas nesta página devem apenas ser utilizadas para fins informacionais, não podendo, jamais, serem utilizadas em substituição a um diagnóstico médico por um profissional habilitado. Os autores deste site se eximem de qualquer responsabilidade legal advinda da má utilização das informações aqui publicadas.
Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!