A Cuca é uma personagem do folclore brasileiro, conhecida popularmente como uma bruxa muito má, velha e de aparência assustadora. Ela possui cabeça e corpo de jacaré, além de unhas imensas e gargalhadas escandalosas.
De acordo com a lenda, a Cuca dorme apenas uma noite a cada sete anos e costuma roubar crianças que desobedecem seus pais. Alguns adultos tentam amedrontar seus filhos dizendo que se elas não dormirem no horário certo, a bruxa vem pegá-las, já que ela vive acordada rodeando casas. A malvada vive 1.000 anos, e conforme idade atingida, surgirá um ovo em sua morada que partirá, e assim, nascerá uma nova Cuca. A recém chegada, ocupará seu lugar e realizará maldades maiores ainda.
Segundo pesquisadores, o mito foi trazido ao Brasil pelos portugueses na época da colonização (séculos XVI e XIX). A história originou do folclore galego-português, baseada na criatura “Coca” (crânio, cabeça). A Coca, que surge como fantasma ou dragão, come crianças desobedientes. Ela pode ter surgido das seguintes versões: Da Santa Coca que aparecia nas procissões da Província do Minho, em Portugal; ou porque Cuca na Província do Minho significa abóbora, que em época festiva, também era esculpida com olhos, boca e nariz, e acrescentado uma vela dentro; ou ainda, pelo personagem Farricoco, que diziam aparecer de túnica, acompanhando a procissão de Passos, em Algarve, Portugal.
No Brasil, a Cuca se tornou muito popular principalmente após ser retratada pela obra do escritor Monteiro Lobato (José Bento Renato Monteiro Lobato – 1882 – 1948), conhecida como “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, divulgado tanto na literatura quanto na televisão brasileira. Mas a primeira versão audiovisual de Cuca foi em 1.951, no filme chamado “O Sasi”, também baseado na obra do escritor. Lobato foi um dos primeiros autores de literatura infantil de toda a América Latina.
A artista brasileira Tarsila do Amaral (1886-1973) produziu, em 1924, uma obra sobre esse ser mitológico. Atualmente, a pintura está exposta no Museu de Grenoble, na França.
Cantiga de ninar antiga e muito famosa:
“Nana neném que a Cuca vem pegar,
Papai foi pra roça, mamãe foi trabalhar.
Bicho papão saia do telhado, deixe (nome) dormir sossegado”.