Recebe o nome de monarquia feudal o sistema de governo vigente na Europa no período conhecido como Idade Média. Seu nome é uma referência aos senhores de terras, ou feudos, que, na prática tinham tanto ou talvez maior poder que o monarca, muitas vezes relegado a um papel meramente nominal.
Após a queda do Império Romano do Ocidente, o que se presencia em boa parte da Europa é um vácuo de poder. Vários reinos menores surgem, com monarcas de pouca representatividade. A igreja vive um momento de franca expansão e em Roma ela se torna a autoridade de fato. A falta de um poder central em muitas regiões faz com que as cidades percam importância, diminuam em população, e seus cidadãos se voltem para o campo, onde passam a simples agricultores de subsistência. Isto por sua vez tem efeitos na economia, que regride, aumentando o abismo entre ricos e pobres e extinguindo quase que por completo a classe média.
Neste cenário de crise econômica e falta de autoridade, a criminalidade e a violência se espalham. Ao indivíduo comum, a única solução é se refugiar em terras de um rico senhor feudal, que, com sua riqueza e posição, podia financiar seu próprio exército para se defender de possíveis ataques e mesmo fazer guerra a outros senhores, em busca de maior poder e prestígio. Em troca da proteção, o senhor tirava proveito do trabalho de seu protegido, ficando com parte do que este cultivava, além de recrutá-lo para fortalecer seu exército.
O problema com esta nova realidade era que os reis herdavam sua condição, mas não necessariamente herdavam o poder suficiente para reinar e fazer valer sua vontade. Importante salientar que os estados nacionais unificados só surgirão após a monarquia feudal; portanto, o conceito de país não era tão concreto como hoje. Com isso, muitos senhores feudais eram mais poderosos e ricos que os próprios reis, e a consequência disso era a fragmentação de poder. Cada região adotava sua própria moeda, sistema de pesos e medidas, costumes e até mesmo dialetos próprios.
O sistema monárquico feudal irá gradualmente entrar em decadência quando os reis, com o apoio decisivo da igreja, conseguirem impor sua autoridade em áreas mais extensas. Com isso surgirá a monarquia absolutista, que trará os estados nacionais unificados, proporcionando uma maior mobilidade econômica e social. O primeiro país a sair do sistema de monarquia feudal é Portugal, em 1143. Outros países, como a Alemanha, só o farão em 1871 e a Albânia só em 1913.
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Bibliografia:
Monarquia Feudal. Disponível em: < http://www.infopedia.pt/$monarquia-feudal > .