A Sociocracia é uma forma de governo que toma suas decisões considerando a opinião dos indivíduos de sua sociedade.
Toda existência humana é regulada de alguma maneira para que se crie condições mínimas de convívio e gestão de suas próprias vidas. Em nossa história, conhecemos formas das mais primitivas às mais complexas de representação e gestão humana. Vem da Grécia Antiga o modelo mais recorrente nas sociedades ocidentais, já com algumas adaptações. A democracia foi inventada na Antiguidade Clássica, porém, embora muitos recorram a ela como exemplo, não era tão democrática como se imagina. Na Grécia Antiga, apenas homens maiores de 21 anos de idade, nascidos no território grego e considerados cidadãos tinham direito a opinar sobre os rumos de sua sociedade. Ao longo dos muitos séculos seguintes, esse modelo de democracia foi adaptado e muitas conquistas sociais foram incorporadas, dando voz às mulheres e expandindo seus alcances. No mundo ocidental atual, a democracia é a base de todo discurso político, defendendo o direito e a liberdade de todos.
No início do século XIX, o filósofo francês Augusto Comte, famoso por ser um dos fundadores da Sociologia e também do Positivismo, cunhou o termo Sociocracia. De acordo com ele, a Sociocracia seria um sistema de governo baseado em decisões tomadas levando em consideração a opinião de indivíduos iguais integrantes de uma estrutura organizacional semelhante a um organismo vivo.
Pode parecer um pouco complicado, mas a Sociocracia se explica por aquilo que é o seu maior desafio: articular a sociedade na participação das decisões. Ou seja, de acordo com os preceitos de Augusto Comte, é fundamental na Sociocracia a auto-organização. O termo tenta expressar esta ideia, pois significa governo da sociedade, é baseado na inteligência coletiva.
É essencial que não se confunda democracia com sociocracia. A primeira, como já dito, é oriunda da Grécia Antiga, pressupõe a participação de todos. Porém, suas reformulações e adaptações no decorrer do tempo fizeram-nos chegar ao modelo mais recorrente que é designado democracia representativa. Através deste, a população escolha democraticamente, pelo menos em teoria, seus representantes. Elegemos, por exemplo, presidentes, senadores e deputados, os quais irão nos representar nas instâncias de governo. A eles são atribuídos os poderes para representação. Suas decisões são legítimas dentro do modelo legalizado. Na Sociocracia seria diferente. A população pode até eleger líderes ou representantes formais, porém ela participará também de todas as tomadas de decisões. Assim, as medidas receberiam sempre a consulta popular. Por isto dito uma sociedade atuante como organismo vivo, sempre opinando e decidindo.
Fontes:
http://sociocracia.com.br/
http://www.sociocracia.org/http://www.pedagogiasocial.com.br/home/images/stories/artigosetextos/Artigos_006.pdf