Este é um ponto da ortografia tão difícil para os brasileiros quanto para os próprios franceses. Entretanto, não é tão arbitrário quanto se pensa; há certas regras que devem ser conhecidas.
Com o auxiliar “avoir”, é a localização do complemento de objeto direto (COD) que conta.
- se não há COD, não há concordância.
Ex: Elle a beaucoup mangé (Ela comeu muito);
- se o COD está localizado depois do verbo, não há concordância.
Ex: Elle a rencontré son père (Ela encontrou seu pai).
- se ele está localizado antes do verbo, faz-se a concordância entre o COD e o particípio.
* Em que casos isso é possível?
- quando o COD é um pronome pessoal;
- quando o COD é um pronome relativo;
- nas frases interrogativas;
- nas frases exclamativas.
* Observações:
> Existem alguns casos particulares onde o particípio fica invariável.
- No caso dos verbos impessoais: il y a, il faut (há, deve-se) etc.
- No caso dos verbos seguidos do infinitivo (expresso ou subentendido);
- Quando o COD é o pronome EN (vide artigo);
- Quando se trata de um falso COD que exprime uma idéia de quantidade.
Com o auxiliar “etre”, em geral faz-se a concordância do particípio com o sujeito do verbo.
Ex: Elles sont sorties à neuf heures.
* No caso dos verbos pronominais, fica um pouco mais complicado.
Todos os verbos pronominais se conjugam com o auxiliar “être”. Então, em princípio, será feita a concordância do particípio com o sujeito.
- É o caso dos verbos “essencialmente pronominais”.
Ex: Elle s’est absentée (Ela se ausentou).
- Ou dos pronominais com sentido passivo.
Ex: Le noir s’est beaucoup porté cet hiver (Usou-se muito o preto neste inverno).
! – Mas existem duas grandes exceções a esta regra geral:
> O particípio passado fica invariável se o verbo pronominal é seguido de um complemento de objeto direto;
> O particípio fica invariável se o verbo, quando ele está na forma não pronominal, se constrói com a preposição “À”, como: téléphoner à, plaire à, parler à, sourire à (telefonar a, agradar a, falar com, sorrir a) etc.