A concordância dos tempos é um “acordo”, uma harmonia entre os diferentes tempos gramaticais dos verbos de uma frase. Essa concordância dos tempos se estabelece principalmente em frases complexas, ou seja, em frases que comportam várias proposições: ao menos uma proposição principal e uma proposição subordinada.
* Emprego dos tempos:
O emprego dos tempos depende:
- da cronologia dos fatos:
Ex: Je me demande si elle partira aujourd’hui (Eu me pergunto se ela partirá hoje)
Je me demande – proposição principal no presente;
si elle partira aujourd’hui – proposição subordinada no futuro; a ação está situada no futuro, em relação ao verbo principal.
- da relação entre o tempo da proposição principal e o tempo da proposição subordinada:
Ex: Il prend un parapluie parce qu’il pleut (ele pega um guarda-chuva porque chove) Estamos no presente. Há uma simultaneidade entre uma ação pontual no presente (il prend un parapluie) e uma ação que está acontecendo no presente (il pleut).
Ex: Hier, il a pris son parapluie parce qu’il pleuvait (Ontem ele pegou seu guarda-chuva porque chovia). Nesse caso, estamos no passado. Há uma simultaneidade entre uma ação pontual no “passé composé” (il a pris son parapluie) e uma ação que está acontecendo no imperfeito (il pleuvait).
Portanto, deve-se ter em vista estes dois casos:
> o verbo principal está em um contexto de presente, ou seja, ele pode estar no presente, futuro ou imperativo;
> o verbo principal está em um contexto de passado, ou seja, ele pode estar no imperfeito, no passado composto, no passado simples ou no mais-que-perfeito.
1. No caso do verbo principal estar no presente, futuro ou imperativo, o verbo subordinado pode estar: no presente, futuro próximo, futuro, futuro de probabilidade, futuro anterior, passado recente ou passado composto;
2. No caso do verbo principal estar no imperfeito, no passado composto, no passado simples ou mais-que-perfeito, o verbo subordinado pode estar no: imperfeito, futuro próximo no passado, futuro no passado, futuro de probabilidade, futuro anterior no passado, passado recente no passado ou mais-que-perfeito.
* Obs. Quando o presente é utilizado no lugar do imperfeito, ele exprime uma verdade geral.
Ex: J’ai toujours su (passado composto) que la Terre n’est (presente) pas tout à fait ronde. (Eu sempre soube que a Terra não é totalmente redonda).
Entretanto, os franceses têm a tendência de fazer, apesar de tudo, a concordância dos tempos.
Ex: J’ai toujours su que la Terre n’était (imperfeito) pas tout à fait ronde (Eu sempre soube que a Terra não era totalmente redonda).
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/frances/concordancia-dos-tempos-do-indicativo/