Acerola

Graduado em Ciências Biológicas (UNIOESTE, 2017)

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A acerola ganhou notoriedade na década de 40, quando estudos sobre as características bioquímicas do fruto mostraram que ele pode ter 100x mais vitamina C do que a laranja. A partir daí, a acerola, planta originária das Ilhas do Caribe, América Central e Norte da América do Sul, começou a ser cultivada para fins econômicos, principalmente nas regiões de Porto Rico, Cuba, Florida e Havaí.

No Brasil, a acerola chegou no ano de 1955 através da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) que conseguiu exemplares vindos de Porto Rico. Mesmo sendo cultivada em quase todo o Brasil, com exceção do Sul por conta das baixas temperaturas, o principal ponto de cultivo da acerola se dá nas regiões Nordeste e Sudeste.

Acerolas em um prato.

Importância Econômica

A produção comercial de acerola no Brasil teve início no começo da década de 80, quando estados do Nordeste brasileiro começaram uma produção em grande escala. Vale destacar também o bom desempenho produtivo de acerola das regiões Norte e Sudeste, principalmente nos estados Pará, Minas Gerais e São Paulo.

Boa parte da produção de acerola é exportada na forma de polpa ou de frutos congelados principalmente para o Japão, Estados Unidos, países árabes e europeus. No Brasil, a produção interna é focada na área de fabricação de licores, doces, sorvetes, chicletes, bombons e outros.

A tendência é que o consumo de acerola cresça cada vez mais, isso pois estudos vem demonstrando uma série de benefícios do fruto para a saúde, não se restringindo apenas ao alto teor de vitamina C.

Benefícios à Saúde

O principal benefício à saúde da acerola está voltado para a sua concentração de ácido ascórbico, também conhecido como vitamina C, que em algumas espécies pode atingir 5000mg/100g de polpa. Se compararmos com outras frutas conhecidas pela grande quantidade que vitamina C, como laranja e goiaba, vemos que a acerola possui 100x mais ácido ascórbico ao da laranja e 10x mais ao da goiaba.

Vale destacar também que a acerola é rica em antioxidantes e antocianina, fazendo com que esse alimento tenha um baixo valor calórico. Através desses compostos, a acerola age fortalecendo o sistema imunológico e protegendo as células contra futuros danos.

A partir de todos esses pontos destacados, fica fácil de entender sobre o tamanho interesse da comercialização desse fruto.

Sistemática e Descrição Botânica

A acerola integra o gênero Malpighia, mais especificamente a família das Malpighiaceae, a qual é constituída por aproximadamente 75 gêneros com quase 1500 espécies espalhadas principalmente nas zonas tropicais do continente americano.

A acerola popularmente conhecida e comercializada é da espécie M. emarginata, caracterizada botanicamente como sendo arbustiva, com copa aberta e uma altura que pode atingir 3m.

As folhas são do tipo simples, inteiras, opostas, com um pequeno pecíolo e um formato oval ou elíptico.

Suas flores são hermafroditas, contém cinco sépalas e cinco pétalas com uma coloração floral predominantemente branca ou rosada, estando presentes em cachos pedunculados.

Por fim, os frutos são drupas que apresentam um epicarpo (casca) fino, um mesocarpo (porção intermediária) carnoso e um endocarpo (porção interna) formado por três caroços podendo conter ou não sementes.

Clima

O clima é o aspecto que mais influência no desenvolvimento de uma planta, isso pois, temperatura, umidade e radiação, irão impactar diretamente nos processos bioquímicos e fisiológicos do vegetal, influenciando assim, diretamente no crescimento e na qualidade do fruto produzido.

Com a acerola não é diferente, essa planta é típica de clima subtropical e tropical, exigindo para o seu desenvolvimento uma temperatura que varie de 15ºC a 33ºC e que tenha uma média anual de cerca de 26ºC.

A acerola não é muito resistente a seca, por isso, locais que sofrem com baixa precipitação durante o ano, devem usar um sistema de irrigação específico para manter o cultivo.

Com relação a radiação, ela é fundamental para qualidade do fruto e produção de ácido ascórbico. Isso é explicado, pois o alto teor de ácido ascórbico serve como uma barreira protetora contra os danos causados pela radiação nas células vegetais, assim, a aceroleira consegue ter uma maior captação de luz, o que aumenta sua taxa fotossintética e consequentemente interfere na quantidade de ácido ascórbico produzido pelo fruto.

Referências:

RITZINGER, Rogério; RITZINGER, Cecília Helena Silvino Prata. Acerola. Embrapa Mandioca e Fruticultura-Artigo em periódico indexado (ALICE), 2011.

CALGARO, M.; BRAGA, M. B. A cultura da acerola. Área de Informação da Sede-Col Criar Plantar ABC 500P/500R Saber (INFOTECA-E), 2012.

BARBOZA, S. B. S. C.; TAVARES, Edson Diogo; MELO, M. B. Instruções para o cultivo da acerola. Aracaju: Embrapa-CPATC, 1996.

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