A azeitona é o fruto da oliveira (Olea europaea), seu nome é de origem arábica, a qual surge da junção do árabe clássico (zaytünah) com arameu (zaytünã), sendo que esse último, faz referência a palavra azeite, daí surge então a palavra azeitona. Vale lembrar que em outros idiomas, como no caso do francês e inglês, a azeitona está associada com árvore de onde ela nasce, a oliveira, por isso, azeitona aparece com nome de olive.
A oliveira presta um papel importante tanto na cultura quanto na economia principalmente dos países do Mediterrâneo. Alguns textos históricos, como a Mitologia Grega e a Bíblia, fazem bastante referência as oliveiras, mostrando o importante papel dessa árvore a mais de 2000 anos. Esse fator histórico está ligado ao fato de as azeitonas serem as responsáveis pelo azeite, que é um óleo mundialmente consumido na culinária.
A maior produção de oliveira se concentra nos países do Mediterrâneo, que representa 90% da produção mundial de azeitonas com mais de 800 milhões de oliveiras. Entretanto, o cultivo de oliveiras está espalhado por todo mundo, há plantações nos Estados Unidos, México, Chile, Argentina, Brasil, Rússia, Egito, Japão e outros.
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Botânica
A oliveira é uma árvore pertencente ao grupo das angiospermas. Sendo classificada como dicotiledônea, essa planta integra a ordem das Lamiales, sendo da família Oleaceae. Duas subespécies da espécie Olea europaea L. são comumente cultivadas para fins produtivos, são elas: Olea europaea var. sativa (oliveira domesticada) e Olea europaea var. sylvestris. (oliveira brava – zambujeiro).
A oliveira é uma planta que pode chegar a mil anos de idade, quando cultivada, cresce lentamente podendo atingir 10m. Durante seu desenvolvimento, o tronco que inicialmente é redondo e liso, passa a ficar rugoso e contorcido. Com relação a sua copa, ela é densa e se apresenta no formato esférico.
O sistema radicular das oliveiras se desenvolve superficialmente em solos ricos em nutrientes, normalmente, atinge no máximo 2m de profundidade, mas se espalha horizontalmente, podendo chegar a um tamanho que pode extrapolar três vezes a altura da árvore.
A produção frutífera da oliveira se inicia após 5 anos do plantio, entretanto, essa planta só atinge seu ápice de desenvolvimento após 20 anos, sendo que o pico produtivo acontece entre 35 e 150 anos de idade.
O fruto das oliveiras é do tipo drupa, apresentando assim um endocarpo (“caroço” - semente), mesocarpo (porção carnosa) e epicarpo (casca com tons esverdeados e avermelhados). Com relação ao formato, o fruto pode ser elipsoide, ovoide ou esferoide.
Clima e Solo
Registros apontam que a origem das oliveiras se deu ao Sul do Cáucaso, nas encostas do planalto iraniano. Foi a partir desse local que essa planta se espalhou para Mesopotâmia, Palestina, Egito e ilhas do Mediterrâneo.
Nessas regiões o clima é bem peculiar e característico, o que é fundamental para um excelente desenvolvimento das oliveiras, que exigem temperaturas que variem de 30ºC a 45ºC, que os verões sejam quentes e secos, e o inverno moderadamente chuvoso (330 a 400mm).
As oliveiras podem suportar ambientes secos e áridos, entretanto, tal condição de stress estimula a adaptação homeostática fisiológica e bioquímica da planta, levando-a a produzir ROS (Reactive Oxygen Spececies), que altera completamente a taxa de fotossíntese e respiração celular, refletindo na qualidade do fruto produzido.
A grande longevidade das oliveiras se deve a capacidade de adaptação e recuperação da copa e do sistema radicular após extensos períodos estresse em que a planta possa vir a ser submetida, como no caso de geadas, ataques de pragas e outros.
Saúde e Consumo
Os benefícios à saúde causados pelas azeitonas e a qualidade dos óleos produzidos a partir dessa planta, são os principais fatores que fazem esse fruto ser tão consumido mundo a fora.
O principal benefício à saúde causado pela azeitona está relacionado ao azeite, que é um óleo rico em HDL (High Density Lipoprotein) a qual é considerado bom para a saúde. Além disto, as frutas apresentam um bom valor nutricional, sendo ricas em sais minerais e em vitaminas, como é caso das vitaminas A, C, E, K, B1, B2, B3 e B9.
A azeitona normalmente não é consumida in natura, pois seu fruto apresenta oleuropeína, um glicosídeo responsável por desencadear amargor ao fruto. Assim, a azeitona é comumente consumida na forma de óleo ou após os frutos passarem por processos de eliminação do amargor.
Referências:
CAPPATO, Leandro Pereira; FERREIRA, Elisa Helena da Rocha; ROSENTHAL, Amauri. Azeitonas de mesa no Brasil: mercado, tecnologia e aspectos legais. Ciência Rural, v. 45, p. 1327-1335, 2015.
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PERCUSSI, Luciano. Azeite: história, produtores, receitas. Editora Senac São Paulo, 2019.
RAMALHEIRO, João Pedro da Silva Canas. Contribuição Para a Caracterização Bioquimica do Estudo de Maturação de Azeitonas de Diferentes Variedades. 2009. Tese de Doutorado. Universidade Tecnica de Lisboa (Portugal).
VESCHI, Benjamin. Etimologia de Azeitona e Oliva. Disponível em: https://etimologia.com.br/azeitona-oliva/. 2020