Melancia

Por Antônio Pedro dos Reis Filho

Graduado em Ciências Biológicas (UNIOESTE, 2017)

Categorias: Frutas
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A melancia tem como ponto de origem a África Tropical, entretanto, vale destacar sua tamanha diversidade no Nordeste do Brasil e na Índia.

A ideia de que a origem das melancias aconteceu na África se baseia no ponto de que esse fruto surgiu a partir de melancias silvestres C. lanatus, a qual se desenvolvem em regiões desérticas. Além disto, foram encontradas sementes de melancias no Vale do rio Nilo, com datação de cerca de 6.000 a.C.

A partir da África, a dispersão da melancia alcançou a Índia, Oriente e Europa. Nas Américas os indícios apontam que ela chegou por volta de 1600 d.C. com as navegações ao Novo Mundo.

Mais especificamente no Brasil, as regiões Nordeste e Sul do país foram as responsáveis por receber essa planta, sendo esses, os primeiros polos produtores de melancia do país.

Nos dias atuais, a produção de melancia ganha lugar de destaque na lista de produtos comercializados no Brasil, colocando o país entre os cinco maiores produtores mundiais.

Taxonomia e Botânica

A melancia é uma angiosperma que integra à família das Cucurbitáceae, sendo do gênero Citrullus. Entre as diversas espécies de melancias, a cultivável é a C. lanatus Thumb. Mansf, que está distribuída por todo território brasileiro, tendo como principais destaques, os estados do Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

Assim como melão, a melancia é uma espécie olerícolas, ou seja, integra o grupo de espécies de plantas conhecidas como hortaliças que apresentam culturas folhosas, raízes, bulbos e frutos (melancia e melão).

A planta é monoica com pelos em sua epiderme, assim como é característico das Curcubitaceae. Os caules são herbáceos e suas folhas são rugosas com formato oval ou oblongo. Por fim, suas flores são de médio porte, apresentam uma coloração amarelada, são unissexuais e estão dispostas isoladas.

Um detalhe marcante de C. lanatus é o seu sistema radicular, que se distribui tanto superficialmente quanto profundamente (raiz principal). Além disto, apresenta um sistema de hastes rastejantes cobertas de pelos e com a presença de gavinhas.

Os frutos são globulares, sendo classificados como baga, mais especificamente peponídeo, a qual se origina de um ovário ínfero. Pode-se observar um epicarpo liso e resistente com uma coloração com vários tons de verde (casca); o mesocarpo é carnoso e esbranquiçado (porção intermediária); e o endocarpo é formado por uma polpa avermelhada carnosa que envolve as sementes que são pretas, achatadas e com uma forma ovalada.

Importância Econômica

Dentre as plantas da família Cucurbitaceae que são exploradas economicamente, as melancias representam cerca de 42% da produção, sendo essa o maior meio de cultura dessa família; vale destacar também o pepino (25%), melão (21%) e abóbora (12%).

O principal polo produtor de melancia do mundo é a China que produz mais de 75 milhões de toneladas a cada ano, logo atrás dela temos a Turquia responsável pela produção anual de cerca de 4 milhões de toneladas. O Brasil está na quarta posição, logo atrás do Irã.

O cultivo de melancias no Brasil se dá em todas as cinco regiões, com um destaque para os estados do Nordeste, Sul e Centro-Oeste, que juntos possuem a maior área dedicada ao cultivo e consequentemente são os três maiores polos produtivos do país.

Benefícios à Saúde

Com relação a parte nutritiva que as melancias podem oferecer ao organismo, os destaques vão principalmente para os elevados índices de carotenos, responsáveis por ser precursores da vitamina A.

Mesmo a maioria dos estudos nutricionais estando relacionados a polpa, existem pesquisas que apontam sobre os benefícios das sementes, que são bastante consumidas na China e em diversos países do Oriente Médio, segundo os pesquisadores, as sementes apresentam um alto teor de proteínas e gorduras boas.

Por fim, vale destacar o uso das melancias na área farmacológica e médica, servindo como modelo para o desenvolvimento de medicamentos e no tratamento de doenças como gripe, bronquite, diabetes, asma, sinusite e outros.

Referências:

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