A uva, pertencente à família Vitaceae compreende um grande grupo de castas (mais de 10 mil) do gênero Vitis, sendo a mais conhecida e cultivada a Vitis vinífera.
Sua origem exata ainda é incerta, porém acredita-se ser na Ásia com sua introdução na Península Itálica e Europa feita pelos gregos. A videira é uma das plantas frutíferas mais antigas do planeta, encontrando-se vestígios de sua existência em fósseis de épocas geológicas anteriores ao aparecimento do Homo sapiens na Terra. Ainda existem alguns registros de seu cultivo em 600 a.C. Porém foram os romanos que descobriram e aprimoraram seu cultivo para comercialização de vinho, única forma comercializada por séculos.
A videira, também chamada de vinha ou parreira é uma trepadeira lenhosa, que se fixa através de gavinhas, com folhas grandes, verdes, com 5 lobos e flores de cores variadas que indicam a cor dos frutos, podendo ser branca, rosa, vermelha ou negra. A videira pode atingir até 7 metros de comprimento.
Dentro da cultura da videira, podemos dividir de 2 formas: uvas finas e uvas rústicas ou uvas com sementes e uvas sem sementes. As uvas finas derivam todas da Vitis vinífera e são mais usadas na produção de vinho, sendo as principais: Uva Chardonnay, Uva Gewürztraminer, Uva Riesling Itálico, Sauvignon Blanc, Uva Trebiano, Moscato Branco, Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinot Noir, Tannat, Pinotage; Já as uvas rústicas derivam de espécies como Vitís labrusca, Vitis bourguina e híbridos são usadas para vinhos também, mas também para sucos e doces. As sem sementes são a de maior consumo in natura.
O cultivo da videira é uma cultura extremamente delicada e que requer muito cuidado e atenção, pois são plantas muito sensíveis a altas temperaturas e pragas; e cada casta requer um tipo de cuidado. Além disso, diferente de outras culturas, exige um investimento financeiro muito maior, mas também gera altos lucros. As uvas não frutas que amadurecem após a colheita, por isso é necessário uma atenção maior a época correta para não haver perda na produção.
No Brasil, o Rio Grande do Sul detém a maior produção de uvas, mas atualmente São Paulo, nos municípios de São Miguel Arcanjo, Pilar do Sul, Porto Feliz, Vinhedo e Jales, Paraná, Santa Catarina e o norte de Minas Gerais também se destacam na produção de uvas.
A uva é altamente apreciada in natura mas também serve como matéria prima para produção de doces, geleias, suco, vinagre, e claro, vinho. 80% de sua produção é destinada a produção de vinho e outras bebidas alcoólicas, os outros 20% para produção de seus derivados. Além dessas formas de consumos, ainda são extraídos corantes naturais, ácido tartárico, óleo da semente e taninos.
A fruta é rica em vitaminas do complexo B e C, além de sais minerais como cálcio, ferro e potássio. Possui também substâncias chamadas flavonoides, que apresentam efeito antioxidante e agem sobre a formação de radicais livres e diminuindo os níveis de LDL-colesterol. A catequina encontrada nas uvas e também em outras frutas, apresenta ação relacionada com a estimulação do sistema imunológico, com a redução do risco de doenças cardiovasculares e também com a diminuição da incidência de câncer do intestino. Os ativos do extrato de semente de uva contribuem para o fortalecimento do colágeno e das fibras elásticas minimizando a falta de elasticidade na pele e nos vasos sanguíneos.
Referências:
EMBRAPA. Cultivo da Videira. Julho de 2004
Botânica da Videira Acesso em https://pt.scribd.com/doc/162081035/Botanica-da-Videira
http://www.tudosobreplantas.com.br/asp/plantas/ficha.asp?id_planta=22240
http://poderdasfrutas.com/a-historia-da-uva/
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/frutas/uva/