Fenótipo é um termo da genética usado para descrever as características observáveis de um indivíduo, que resultam da interação dos fatores epigenéticos com o genótipo e os fatores ambientais não herdáveis. São exemplos de fenótipos os aspectos da morfologia, fisiologia, propriedades bioquímicas, comportamento e relações ecológicas de um organismo.
Os fenótipos são dinâmicos, podendo variar continuamente durante a vida do organismo à medida em que ele envelhece e que seu genótipo interage com o ambiente e outros organismos.
No sentido mais amplo, não existem dois indivíduos com um mesmo fenótipo, pois sempre haverá, mesmo que pequena, uma diferença morfológica ou fisiológica entre eles. Em estudos genéticos, o conceito de fenótipo é aplicado de forma mais restrita ou parcial, especificando apenas as características de interesse, como por exemplo a cor da pele. Dito isto, são considerados indivíduos com o mesmo fenótipo aqueles que se assemelham ou funcionam da mesma forma.
Em seus estudos, Mendel observava sempre dois aspectos opostos de uma característica. Estes aspectos são os diferentes fenótipos, resultantes das expressões dos genótipos. Em cruzamentos de heranças mendelianas, onde existem relações de dominância, dois genótipos diferentes podem levar a um mesmo fenótipo, pois o heterozigoto apresenta mesmo fenótipo do homozigoto dominante. Nestes casos observamos dois tipos de fenótipos: o fenótipo dominante, no qual o fenótipo representa o genótipo que contém o alelo dominante; e o fenótipo recessivo, que representa o homozigoto para o alelo recessivo. Tendo como exemplo as ervilhas de Mendel, vemos que a cor amarela é dominante nas ervilhas, logo verde é recessivo. Assim, o cruzamento de um homozigoto dominante (genótipo YY – fenótipo amarela) com um homozigoto recessivo (genótipo yy – fenótipo verde) resulta em uma proporção fenotípica igual a genotípica de 100% de ervilhas heterozigotas amarelos – Aa. O cruzamento entre as ervilhas heterozigotas resulta em uma proporção fenotípica 3:1, onde 75% das ervilhas são amarelas e 25% são verdes.
Em outros tipos de relações de dominância podemos observar diferentes fenótipos. Na dominância incompleta, codominância e sobredominância, o heterozigoto apresenta fenótipos intermediários e combinações de fenótipos entre o dominante e o recessivo.
Conteúdo deste artigo
Fenótipo em genética evolutiva
A seleção natural afeta indiretamente a estrutura genética de uma população por meio da contribuição dos fenótipos, sendo a variação fenotípica uma condição essencial para a evolução, devido aos princípios da variação e da hereditariedade. Sem variação fenotípica na morfologia, na fisiologia e no comportamento, este modelo evolutivo não existiria.
Fenótipo em genética quantitativa
A distribuição fenotípica de uma característica é uma função das diferenças fenotípicas médias entre genótipos e da variação fenotípica entre indivíduos genotipicamente idênticos. Assim, para cada genótipo, haverá uma distribuição separada de fenótipos com uma média e uma variança que dependem do genótipo e do conjunto de ambientes.
Determinando o fenótipo
A fenotipagem é a caracterização dos recursos genéticos nos diferentes fenótipos. Muito usada na caracterização dos antígenos sanguíneos e em programas de melhoramento de sementes. É um complemento para genotipagem em análise funcional e estratégias moleculares de melhoramento, funcionando como fator limitante da genotipagem.
Referências Bibliográficas:
Griffiths, A. J. F., Wessler, S. R., Lewontin, R. C., Carroll, S. B. Introdução à genética. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
Durães, F. O. M., Gama, E. E. G., Santos, M. X., Santos, F. G., Coelho, A. M., Albuquerque, P. E. P., Oliveira, A. C. Fenotipagem visando o melhoramento genético de milho, sorgo e milheto na Embrapa. Disponível em:
http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/29603/1/Fenotipagem.pdf
https://global.britannica.com/science/phenotype
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/genetica/fenotipo/