Pleiotropia

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

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Pleiotropia (termo oriundo do grego pleion = maior número e tropos = desvio) é o fenômeno genético em que um único par de alelos é responsável pelo determinismo de dois ou mais caracteres simultaneamente.

Ocorre peliotropia, por exemplo, na manifestação da cor da pelagem e no grau de agressividade dos camundongos, dois caracteres que são condicionados pelo mesmo par de genes. Desse fato, conclui-se que todo camundongo branco é manso, enquanto que os camundongos cinzentos são ariscos e indomesticáveis. Não há como recombinar esses caracteres nesses animais, pois o mesmo gene que faz o animal ser branco também o faz ser dócil e lerdo; o mesmo gene que o faz ser cinzento também o torna frágil e arisco.

Este fenômeno foi observado primeiramente em ratos. Foi visto que, entre eles, nasciam ocasionalmente indivíduos portadores de numerosas deformidades. As experiências de cruzamentos entre os progenitores desses animais costumavam apresentar os mesmos resultados, mostrando tratar-se de herança por gene de efeitos múltiplos. O cortejo de características era sempre indissociável, determinando uma manifestação de “tudo ou nada”. Chegou-se então a conclusão de que se encontrava atuando um único par de genes, que provavelmente tinha como função impedir a ação desse e o desenvolvimento embrionário correto de determinados órgãos.

Nas ervilhas, o mesmo par de genes responsáveis por determinar a manifestação de flores brancas também é responsável pelo surgimento de um envoltório branco nas sementes.

Nos humanos, constituem exemplos de pleiotropia a síndrome de Laurence-Moon-Biedl, caracterizada por obesidade, demência e hipoplasia genital e a síndrome de Marfan, na qual o indivíduo apresenta aracnodactilia (dedos longos e com imagem radiográfica que lembra uma teia de aranha), defeitos cardíacos e malformações oculares. Em cada uma dessas síndromes, o cortejo de anomalias é condicionado pela atividade de um único par de alelos pleiotrópicos. Outro exemplo clássico em humanos é a fenilcetonúria, na qual ocorre mutação em um único gene responsável por codificar a enzima denominada fenilalanina hidroxilase (FAH), encontrada no fígado e imprescindível para o metabolismo da fenilalanina.

Arquivado em: Genética
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